quinta-feira, maio 31, 2007
Um povo mesquinho
O combustível que move quem põe a prova os números do baixinho é o mesmo dos que acham que Pelé é burro, dos que propagam que Ronaldinho Gaúcho é mais firula do que futebol, que Nelson Piquete foi apenas um encrequeiro, que Zagallo é um velho idiota e babão e que Zico só jogava no Flamengo.
Nós, brasileiros, sofremos de um complexo de mesquinhez e inveja aguda. Estamos sempre alerta para achar algo que desmereça nossos ídolos, que os questione, que os diminua, que os faça "não tão bons assim". Nos orgulhamos deles, torcemos por eles, vibramos e nos emocionamos com eles, mas, no fundo, no fundo, estamos querendo ver é a desgraça deles. Pra tripudiar depois, o que parece nos vangloriar.
Apontar as falhas diminui nossos ídolos, e, de certa forma, os aproxima de nós e alivia um pouco o nosso complexo de inferioridade. Mostrar os podres talvez os torne mais parecidos conosco - falíveis, mesquinhos... A ingratidão não está só no esporte. Estou me atendo aos ídolos esportivos porque esta é minha praia.
Dos esportistas, quem sofre menos com a nossa falta de reconhecimento é Senna. Teve a "sorte" de morrer e, o melhor, no auge. Nem nos nossos maiores sonhos, os mesquinhos poderiam imaginar algo melhor, ou pior. Riquinho, talentoso, "se dava de bem", mas vacilou e bateu as botas!
Neste caso, a morte parece ter nos satisfeito por completo. Inesperada, apesar de indiretamente ansiada, nos comove. É como se tivessémos cometido um homicídio culposo. Por isso, cumprimos a penitência de nossa culpa e, na tentatvia de nos castigar pelo mal que o desejamos, acabamos por endeuzá-lo, celebrando nossa hipocrisia. Mas pra desfrutar de tamanho status de inquestionável, coitado, Senna teve que pagar com a vida. Se bem que, mesmo assim, ainda tem um ou outro que abre a boca pra dizer: "mas ele era viado né?"
Melhor sorte teriam Romário, Pelé, Zagallo, Piquet, Ronaldinho Gaúcho, Zico e até Senna, se nascessem na Argentina. Feliz mesmo, apesar dos pesares, quem diria, é Maradona.
Aliviado,
Edson Mário Nelson Ronaldo Coimbra Senna, o Rei Dadá.
Falta assunto
Neste mesmo blog encontramos temas diversos como aborto, jornalismo, corrupção, financiamento público, Marcinho, futebol e os esportes. Sim, ao que parece, o futebol está bem acima e os esportes perdem feio na concorrência com ele em tempo de TV e de discussão na praça. Bom, mas qual a resposta?
O assunto só existe no encontro da nossa vontade com a vontade de pelo menos uma outra pessoa e com um tema que tenha condição de atrair mais alguém.
É, apesar dos diários pessoais, falar pra si mesmo sobre um assunto é o mesmo que enterrá-lo. Você já percebeu que duas pessoas entusiasmadas com um assunto passam a falar mais alto para ver se alguém escuta? Uma espécie de busca pela ressonância. Assim nascem as palestras, seminários, colóquios, debates, disciplinas de faculdade e outras coisas do gênero. As mais forçadas pelo poder institucional só sobrevivem durante a vigência deste poder. Alguns dirão que discussões devem ser provocadas e estimuladas na sociedade, mas não entro agora nessa discussão.
Acho que faltar assunto é o mesmo que faltar tempo. Por exemplo, minha namorada cobrou que eu estudasse para concursos e para uma carreira acadêmica. E eu disse: "mas mô eu tou sem tempo". Mas venha cá, e o tempo que acabo de dedicar a este texto no manelé, antes ao jogo entre o Cúcuta e Boca Júniors e depois ao seriado animado japonês chamado Death Note, que assistirei antes de dormir? Pois é, assunto é igual a tempo, depende também da prioridade das pessoas. E prioridade tem a ver com necessidade e vontade, não é mesmo? Eu acho que sim.
Ah! Nesta animação Death Note, um jovem japonês acha um caderno. A pessoa cujo nome ele escreva lá, morre, desde que o escritor tenha em mente a face do dono do nome. As regras do caderno são:
- O Humano cujo nome for escrito neste caderno morrerá.
- Este caderno não surtirá efeito a menos que o escritor tenha em mente a face da vítima ao escrever o nome dele/dela. Assim, pessoas que possuam o mesmo nome não serão afetadas.
- Se a causa da morte for especificada dentro de 40 segundos depois de escrito o nome da vítima, essa será a causa mortis.
- Não sendo especificada a causa mortis, a vítima morrerá por um ataque cardíaco.
- Depois de escrita a causa mortis, detalhes da mesma devem ser escritos nos próximos 6 minutos e 40 segundos.
Mudando de assunto. Na quarta-feira fez um sol da zorra. Hoje caiu o maior toró. Minha garganta não agüenta mais tanta alteração do clima. Sábado eu tenho uma baba, tomara que não chova.
Willow
Canalhice
Vive-se reclamando da morosidade da Justiça e da ineficácia da polícia, em vários aspectos.
Entretanto, quando ambos agem com rigor exemplar, buscam desmoralizar as instituições.
Ao menos é o que atesta a observação de algumas matérias em jornais e TVs condenando Justiça e Polícia Federal por precipitação e abusos na Operação Navalha.
Quer saber? Detratores, vão tomar no cú!
Revoltado com os canalhas,
Orgulhoso da PF,
Dadá
Lei Rouanet para "Templos Religiosos"
http://www.petitiononline.com/cult2007/petition.html
Pedro.
quarta-feira, maio 30, 2007
Grandes Pensamentos
Cadê esse povo?!
Márcio
segunda-feira, maio 28, 2007
Agora em vídeo?!!
Tá famoso!!
Márcio
PLANTÃO MÉDICO
Amoêdo
quinta-feira, maio 24, 2007
Agora é oficial
Nosso amigo pós-cubano revolucionário ultra-jovem dará festinha de reencontro, onde degustaremos deliciosos charutos cubanos, cerveja gelada e um churrasquinho. Tudo cortesia do próprio Pimpão. Desde já aceito caronistas, desde que devidamente endinheirados para rachar a gasosa até Cajazeiras 159.
Fodam-se todos,
Deduca@skolgelada,charutocubanoechurrascoàscustasdepimpão.com
quarta-feira, maio 23, 2007
Confraternização Temático Cooperativa
Espero por todos.
Pedro.
p.s.1 Contribuições alcoólicas serão bem vindas para o sucesso etílico de nossa confraternização.
p.s 2 Aceito sugestões, econômicas, para solucionar o problema - $ - do rango.
terça-feira, maio 22, 2007
sábado, maio 19, 2007
Jornalismo marrom
Quais são os critérios? Que denúncias pesam sobre nós?
Deduca: por acordar mal-humorado, reclamar de tudo e ser turrão?
Pimpão: por ser revoltado, orgulhoso e gostar de Can?
Eu: por ser um cara legal, gente boa e boa praça?!
Não pode. Cadê os outros manelés? Cadê Boréstia, o xiliquento? E a Broa dramática? Cadê Zé, o sarcástico? E Cara de Rato, pilheiro?!
Também exijo o ranking das mulheres! Tudo bem, eu sei, nesse aqui um nome basta: Clara é chata pra porra!! ahahaha.
Expliquem-se!
Márcio
quinta-feira, maio 17, 2007
Aniversário de Willow
O aniversário do nosso amigo Willow será amanhã (18), às 20h, no Espaço Bagacinho.
O bar fica na Rua Comendador Bernardo Catarino, do lado direito. É fácil achar. Vocês vão ver as mesinhas amarelas próximas a uma árvore. A rua faz esquina com o supermercado Hiper Ideal, na Avenida Marquês de Caravelas e com o Edifício Módulo (prédio redondo), na Avenida Princesa Isabel.
Quem vinher pela Princesa Isabel deve entrar na rua seguinte, a Lord Crocrane, depois virar à direita e à direita novamente (que já é a rua).
Qualquer dúvida liguem para Willow, ele já está ligado como chegar.
Então é isso!
Até amanhã!
May
Notas sobre meu assunto predileto: o esporte
Felipe Massa é atualmente o meu principal ídolo esportivo. Na draga do Bahia (ao menos até Nonatinho voltar à ativa), o jeito foi mudar o foco pra Fórmula 1. Se já gostava dele, agora o idolatro depois deste final de semana.
Primeiro, conquistou uma pole improvável, superando em 2 décimos uma volta quase perfeita de Fernando Alonso, que acabara de colocar 7 décimos em cima do melhor de seus rivais no momento, o finlandês Raikonen. Depois, na prova, deu uma fechada fantástica no mesmo Alonso para manter a ponta até o final e conquistar a segunda vitória do ano.
Já disse isso aqui e vou repetir. Massa pilota como campeão, porque é talentoso, ambicioso e, acima de tudo, não tem medo de errar. Continuo achando que a gente vai levar essa porra depois de 16 anos.
Acelera Massa!
Barrichello vai passar Schumacher
Mediante meu interesse à Fórmula 1, tava dando uma olhada na internet e descobri que Rubinho Barrichelo, quem diria, pode superar um recorde histórico, um dos poucos, senão o único positivo, que Schumacher não bateu na categoria. Acreditem, não é sacanagem!
Rubinho tem tudo pra bater o recorde de GPs disputados, que pertence ao italiano Ricardo Patrese. Uma espécie de Rubinho da Itália, Patrese correu 256 GPs em 16 anos na categoria. Em 14 anos, Rubinho tem 238. Se disputar todas as provas da temporada, termina 2007 com 251, superando Schumacher, que tem 248, e ficando a apenas 5 de Patrese. Como disse que não pára esse ano, Rubinho deve ao menos levar essa, o que não deixa de ser uma honra ou não – mostra também que ele foi o incompetente de vida mais longa na história da principal categoria do automobilismo mundial.
Se resistir a mais três anos na categoria, Rubinho bate Patrese em outro quesito: longevidade na categoria. Seriam 17 anos, contra 16 do italiano. Ou seja, Rubinho não pode reclamar de falta de chance. Nem de tempo, para ser algo.
Rubinho é ainda o quarto colocado em dois outros importantes rankings históricos: número de pódiuns (61) e de pontos (530). Mas estes ele não melhora nem fudendo.
Ataque dos sonhos
Como ouvi outro dia numa novela que “o maior dos prazeres é a ilusão”, lá vou eu me pôr a sonhar de novo. É que eu gostei dos retornos de Neto Potiguar e Nonato ao Bahia. Se jogarem o que podem, vão formar uma dupla de ataque das boas, como não se vê por aqui desde Robgol e Nonato... ah saudade...
Neto é habilidoso, rápido, arisco e tem gás. Não finaliza bem, é verdade. Já Nonato é lento, nunca teve fôlego pra nada (culpa da cachaça), voltou ainda mais redondo, mas se coloca bem e finaliza que é uma beleza, com pés e, principalmente, cabeça. Como se vê, os caras se completam.
Boto fé em Nonatinho!
Outra coisa. Só ouço nego dizer que Nonato arranjou confusão. Justo. Mas não foi só isso. Foram 104 gols em três anos, três títulos, uma artilharia de Copa do Brasil, vários gols decisivos. Convenhamos, pro Bahia de hoje, é muito.
Só torço para que Nonato não se torne uma malograda volta de ídolo, como foi a de Uéslei.
Se bem que há muita diferença na volta de um pra do outro. Uéslei saiu idolatrado. Voltou, talvez por isso, acomodado. Nonato saiu contestado, excomungado, odiado, muito por sua culpa, é verdade. Espero que esteja voltando com o tesão de fazer todo mundo mudar de idéia e calar a boca. Se for, como diria Galvão, segura que eu quero ver!!!
Só fico decepcionado porque gosto dele e achava que ele teria um futuro brilhante fora do Tricolor. É triste ver que ele tá voltando por baixo, escorraçado por onde passou, infeliz e mal-sucedido, culpa dele, claro, e forçado a disputar a Terceira Divisão. Talvez seja o castigo que ele merece. Nonato tem estrela pra brilhar (não esqueçam que, mesmo em má fase, foi dele o gol do título goiano do Goiás em 2006) mais e torço pra que ele se recupere. Aliás, as trajetórias recentes do Bahia e de Nonato se confundem. A boa fase de um era a do outro. A desgraça de ambos, mesmo distante, também foi irmã. Espero que a coincidência não pare e os dois dêem a volta por cima, juntos.
É pra não trazer maus fluidos que eu nem vou cantar o refrão que a galera entoava há quatro anos atrás: “uh, terror, o Nonato é matador!”
Prefiro outro: “Ah, é Todo-duro!” Rsrs...
Fã de Nonato, Potiguar e Massa,
Dadánato Massa Potiguar
PS: Não sou fã de Rubinho!
terça-feira, maio 15, 2007
Aniversário de Willow
E aí??? Quem se habilita??? Onde???? Que horas??? Cadê os manelés???
Deduca@skol, brigando pelas festas...
DE VOLTA
Amoêdo
segunda-feira, maio 14, 2007
Urso de Saia
A indumentária que Zé usava antes de ir para a sala de cirurgia era hilária. Pois é... Pra quem não sabe o nosso Urso caiu na faca ontem, às pressas, utilizando modelito do Hospital Espanhol... Teve um problema aí... Pra ser preciso e redundante, a dor se originou do lugar mais escroto que um homem possa imaginar... Houve uma espécie de auto-estrangulamento de um tal de epidídimo, o qual o médico desatou com a própria mão, antes do procedimento cirurgico.
Agora parece que está tudo bem. Só a festa no dia 19 que foi cancelada, devido aos 15 dias de repouso que serão necessários para a recuperação total. Mas a idéia é marcar presença na casa dele no dia exato do seu aniversário (Agora não lembro se dia 15 ou 16).
Liguei ontem para algumas pessoas e pedi pra avisar a outras sobre o ocorrido. Esse post é para os que estão por fora e ainda não telefonaram desejando-lhe melhoras... Liguem!
Boréstia
domingo, maio 13, 2007
Mais uma semana que se inicia
Lembro que os turistas cubanos já voltaram e que este mês é mês de aniversário atrás de aniversário. Que evento está programado? Há sugestões?
À espera,
Márcio
sexta-feira, maio 11, 2007
Lá vou eu defender o Papa!
Para mim não há nada nisso que possa assustar, até acho algo óbvio. Mas não, Josias de Souza se escandalizou. Viu na declaração do Papa o desejo de censura, fato que o fez se lembrar da ditadura. Achando-se iluminado, superior, ainda trata de ser irônico, deveras um cara muderno.
Acha Josias que a Igreja não deve se cegar ao matrimônio que é apenas patrimônio, que esta trata seus fieis como horda de idiotas e ele mesmo dá a entender que vê os católicos como alienados. Deve achar Josias que ridicularizar o casamento e a castidade é coisa de gente muderna que diz o óbvio.
Pois eu acho Josias de Souza um idiota.
Márcio
Tristeza sem fim
Depois de um início de semestre promissor, onde não jogamos bem, é verdade, mas conseguimos resultados positivos e, portanto, alimentamos e inflamos nossa felicidade, eis que morremos na praia no Baiano e na Copa do Brasil, voltando ao nosso profundo, constante e quase infinito estado de tristeza. As derrotas e decepções são tantas e seguidas que, ao invés de causar revolta e indignação, ao menos pra mim, resumem-se somente a isto, tristeza.
No começo dessa draga, a gente queria matar o técnico burro, o perna-de-pau, expulsar o presidente, excomungar Maraca, se indignava com as perseguições da torcida a certos jogadores, com as vaias, culpava a imprensa. Até o gol de Raudinei, coitado, foi apontado como causa.
Hoje, por mais que eu tente, eu não consigo. Tô tão calejado, que não há nada que me faça ter forças pra reagir. Seja esta reação um grito, um desabafo, um murro na parede, o arremesso de algum móvel no inferno. Eu sem forças pra xingar, acreditem. Nada que inspire ação eu consigo fazer. E isto tem se refletido também no resto da torcida. Não se engane. Este texto não é um sintoma de reação, ao contrário, é um ato de conformismo, só mais um desabafo (só me resta vocês, por favor, me aturem!).
Os protestos em série acabaram. Ninguém mais invade o campo, quebra nada. Manifestação de rua nem se ouve mais falar. Acho que a gente se olha no espelho e pergunta, pra quê? Se não vai mudar nada mesmo.Nem responder as provocações mais a gente consegue. Falta argumento. Sobra vergonha na cara. Acho que nem os rivais acham mais graça em nos sacanear: tudo que é demais e rotineiro, enjoa.
Entra presidente, sai presidente, entra diretor, sai diretor, entra jogador, sai jogador, entra assessor, sai assessor, e continua tudo na mesma. A única coisa que permanece imutável é a eterna presença... será coincidência? Minha aposta é outra: maldição.
Eu não aguento mais. Todo ano é a mesma coisa. A gente acredita, vai ao jogos, empurra, se ilude, se enche de esperança, se emociona, vibra, relembra e clama pelos velhos tempos, grita "agora vai!", mas na hora agá, a gente nunca vai para lugar nenhum, ou pior, sempre descobre que o fundo do nosso poço é falso...
Não cheguei a esta conclusão agora. Depois do Bavi da Fonte, o mais sensacional jogo de futebol que presenciei na vida, quando perdemos por 6 a 5, a esperança não morreu. Tínhamos possibilidade de um título (por mais que toemos na cara, não perdemos essa nefasta megalominia, culpa das fantásticas façanhas de um passado glorioso e já nebuloso) muito mais importante, a Copa do Brasil.
Mas aí eis que vem o gol de Soares, quando fazíamos a festa contra o Fluminense: torcedores rodavam as camisas no ar, cantavam felizes, se abraçavam.. mas, como já virou tradição nesses malditos últimos anos, sempre tem alguém pra estragar a nossa festa, pra jogar água no nosso chopp, nos humilhar em nosso reduto, pra fazer a gente repensar a grandeza do Bahia, pra destruir nossa mística, pra aniquilar nosso orgulho, pra desmoralizar nossos ídolos (?), pra extinguir nossas crenças, nossa história, nossa tradição, a força da nossa camisa.
Naquele dia, foi Soares. No domingo anterior, tinha sido Índio. Sempre tem um desgraçado disposto a se fazer sob o custo da nossa desgraça...Não foi o gol de Soares, mas o apito final naquele jogo que me fez ficar assim, negativamente estasiado, ainda mais amargurado e, desafortunadamente, resignado. Depois do jogo, Paulo Cerqueira disse: "o Fluminense não tinha o direito de fazer isso com a torcida do Bahia". Eu concordo, mas...
Quando o juiz apitou, e eu vi aquele estádio com 50 mil pessoas ali em vão, pela enésima vez nestes malditos anos, que chamam de fase, eu denomino calvário... 50 mil pessoas sem ter o que fazer.. Xingar pra quê? Brigar pra quê? Jogar o rádio no campo pra quê? Invadir o campo pra bater no juiz, pra quê? Espancar o cara do lado pra quê? Jogar pedra no buzu dos jogadores pra quê? Arrumar confusão com a PM pra quê? Mandar Maracajá tomar no cú pra quê? O jeito foi baixar a cabeça e chorar, mas, pra logo depois, levantar-se e perguntar: pra quê?
Extremamente triste com o fim da maior paixão,
Dadevolvam o meu Bahia, pelo amor de Deus!
PS: Ruim Accioly diretor de futebol?! Pelo menos não tem quarta divisão...
Em defesa de Clodô
Conto o caso rapidamente para quem não sabe o que aconteceu. Clodô dita feita, criticando a banalização da mulher, declarou que estas hoje em dia trabalham deitadas e descansam em pé. Que celeuma! Todas as parlamentares responderam, criticaram, espernearam.
Clodô já tinha se metido (de novo não!) em uma polêmica no dia em que no dia do orgulho gay lhe pediram que discursasse. Clodô disse que não tinha orgulho de ser gay, tinha orgulho de ser o que era. Dizia preferir Da Vinci, discreto, a um travesti prostituído. Aí fudeu! Vaiais e mais vaias.
Esta semana, ainda nos resquícios da declaração sobre as mulheres, Clodô encontrou uma deputada com quem discutira anteriormente. Esta retomou a discussão sobre a declaração do ilustre. Este, cheio de empáfia, disse para a deputada: “você é tão feia que nem para puta serve”. Algo assim.
Bom, nem precisa dizer o que aconteceu depois. A mulher chorou, reclamou, foi parar no centro médico. Agora, ameaçam cassar o mandato de Clodô. A coisa parece que vai rolar (ohhh!) e o líder do PT na câmara pediu hoje a punição do deputado.
Pois agora faço coro ao questionamento que Ricardo Noblat fez agora a pouco. E os mensaleiros? E os sanguessugas? Que moral tem o PT para pedir a cassação de quem quer que seja? Logo este partido que tanto fez para a moralidade pública!
Contra a cassação de quem quer que seja até que sejam punidos os mensaleiros e sanguessugas,
Márcio
Sobre o Direito à Vida
Bom, se o que se está defendendo é o direito fundamental, então por que o feto gerado a partir de um estupro poderia ter esse direito violado? Que culpa teria esse feto do ato criminoso de seu pai? Por que ser punido por um erro que não foi seu, sendo privado do seu direito mais inviolável: o da vida?
O que me parece, portanto, é que o argumento do direito sagrado à vida esteja sendo usado nessa discussão mais como uma estratégia retórica de desconfortar o "oponente" (afinal, ninguém é contra a vida) do que uma defesa sincera da vida.
Isso fica ainda mais claro quando algumas das mesmas pessoas que se dizem contra o aborto são a favor da pena de morte (não estou dizendo que seja o caso entre nós, mas pesquisas recentes mostraram isso).
Se o que se está defendendo é o direito à vida, que ela seja defendida em todas as situações. Ou essa defesa não seria uma contradição?
ehehehe (eu disse que era uma pulguinha!)
Paulinha
PS: Athos diz: "agora um carrapato atrás da orelha: e as vacas não têm direito à vida? Você seria capaz de dar uma machadada numa pobre vaquinha? Ou um peixe? Eles não lutam para viver até o último momento? Nós somos assassinos, predadores, não se enganem quanto a isso. Quem aí não come carne?"
quinta-feira, maio 10, 2007
Algumas respostas
Pois bem. Acho que a questão fundamental você mesma levanta, Paulinha: gravidez não é doença. Não é, mas pode ser encarada como uma, evidentemente. Mas o ponto é outro: o aborto não é a solução.
Se eu condenaria uma pessoa que mata outra por legítima defesa? Claro que não. Aí não há escolha, é uma questão da vida de um ou a vida de outro. Não é o caso de aborto. Prosseguir a gravidez não leva a uma fatalidade necessariamente. As pessoas que não desejam ter filhos para não perder a sua juventude, ou que por ventura se derem conta que não têm condições materiais de dar-lhe o devido sustento, podem encontrar outras saídas. A primeira evidentemente é não engravidar. Caso tenha engravidado, pode abrir mão da tutela para parentes, se esses o desejarem, ou para instituições que se encarreguem de sua criação, ou adoção. Mesmo que se objete por alguma dessas saídas por não achar-las dignas de apreço, ainda assim acho melhor do que simplesmente ceifar a vida da criança.
Sobre a questão da saúde, seria bom termos em mente que o aborto é a sua negação, é a anti-saúde.
Quando chegamos a uma questão de governo, chega a ser pior. Para mim, basta a questão ética para me posicionar contrariamente à prática. Mas ainda assim por questão pragmática é fácil ser contrário. Dizem que, se uma vida for salva (claro, a vida da mãe; das crianças releva-se), já é melhor do que está aí. Mas os custos para a prevenção do aborto seriam mais bem empregados do que no caso do aborto. Vale dizer: o governo gastaria menos para mandar 365 camisinhas pelo correio para cada cidadão em situação “de risco” do que com o ônus desse novo serviço no sistema de saúde.
Mas ora, você diz: não é por que o sistema de saúde do governo não funciona que não devemos aumentar o direito à saúde da população. Mas a questão é anterior a essa. Primeiro porque aborto não é saúde, é sua negação, como já disse. Segundo porque o raciocínio é que não é porque não se consegue coibir o aborto que vamos legalizá-lo. Quando o ministro da saúde diz que essa é uma questão de saúde pública, aí é que eu me tremo mesmo. Duas crianças morrem por dia na Bahia por doenças provocadas pela falta de saneamento básico. Morrem de diarréia. Duas por dia somente na Bahia.
Evidentemente, mesmo que seja legalizado, como você mesma prevê, não seria o aborto uma panacéia. Nem você pensa assim, embora faça parecer que seja a solução mais simples.
Depois volto para completar, tenho que sair daqui. E vai mal escrito mesmo!
Ah!! Antes, algumas respostas à Zé. Primeiro, é muito simples dizer que a mulher é dona do seu corpo e pode fazer aquilo que bem entender. Não é por aí. Existe uma vida dentro dela e esta não é formada por puro capricho da mãe.
Com coisa ainda a dizer,
Márcio
Sobre a Legalização do Aborto
Concordo que em discussões polêmicas certas afirmações são feitas para desarmar o oponente. O que de fato não representam argumentos, mas tentativas de intimidação. Pois bem, então vamos aos argumentos.
Na verdade eles se resumem a um só. Serve para rebater a questão metafísica, o “quando começa a vida”, a questão pragmática, a incompetência administrativa, e o fato da decisão ser do casal. Isso porque, na minha opinião, antes de tudo isso e, sobretudo, dos direitos do feto, há os direitos dos pais.
Dito isso, uma pergunta: você é favor da morte em legítima defesa? Se sua filha estivesse prestes a seu estuprada e matasse o estuprador você a condenaria moralmente? E o juiz, a condenaria civicamente? Por que, então, em alguns casos, o assassinato pode ser relativizado e em outros não? O aborto é muito diferente de um homicídio culposo. Não é conseqüência de um surto de raiva ou de loucura. É uma decisão. Mesmo que seja do casal, como você mesmo disse. Dessa forma, seria mais comparável (mesmo que não seja a mesma coisa) à legítima defesa. Claro que não estou dizendo que o filho irá matar seus pais (embora isso às vezes aconteça) e sei que muitos são os casos de pessoas que não queriam os filhos mas que passaram a amá-los depois do nascimento. Mas e os casos de pessoas que não os queriam, que perderam sua juventude, que não têm como sustentá-los e tudo o mais que a gente já sabe? E quando essas pessoas resolvem descontar tudo isso nos próprios filhos? Um caso de violência doméstica é muito difícil de ser comprovado e só pode ser considerado crime em caso de flagrante. Nesse caso, não apenas o direito à felicidade dos pais, mas também os da criança estão sendo violados. O aborto em casos indesejados evitaria problemas que não são tão administrativos como você argumentou. Uma gravidez indesejada pode desencadear problemas muito mais complexos, que se iniciam num patamar psicológico dos pais e podem se estender à segurança da criança que, como se sabe, muitas vezes recai novamente sobre a sociedade com uma nova roupagem: segurança pública (eu disse muitas vezes, não estou generalizando. O ser humano não é determinado pelo seu meio; uma série de fatores leva alguém a se tornar um marginal, mas a violência doméstica é muitas vezes é um deles).
A questão da informação é real. E é lógico que ela deve ser fortalecida (aliás as soluções para todos os problemas administrativos que você falou não são excluídas com a legalização do aborto. Devem existir ambas as coisas). Talvez ela seja suficiente daqui a uns anos, como no caso de uma doença que foi erradicada devido à prevenção. Mas imagine se, na época em que a doença era uma praga, as pessoas fossem presas por tomar um remédio? Eu sei que a comparação é esdrúxula. Gravidez não é doença. Mas se for contra a vontade dos pais, pode virar algo semelhante. Um estorvo.
A questão do SUS pra mim é ainda mais simples. 1) Nem tudo o que é legal é de graça. Então dizer que não vai legalizar porque o SUS não tem como atender, pra mim não é justificativa. E 2) se é uma questão administrativa, mais uma razão para a sociedade cobrar seu direito à saúde. Não é porque não funciona que não vai oferecer. É o contrário. É porque a sociedade precisa que a máquina tem que funcionar. Aí o problema é outro. Corrupção e apatia política.
Ai, cansei. eheheheh
Espero as bombas!
Beijos,
Paulinha
quarta-feira, maio 09, 2007
Uma questão de lógica
Hoje meu exemplo é o Globo Esporte. O jornal tá fazendo uma série em que apresenta rapidamente os clubes que disputarão o Brasileirão e apresentam os jogadores de destaque de cada time. Hoje o destaque que me chamou a atenção foi o feito para um jogador do Atlético Paranaense.
Ihh... esqueci o nome do cara. ehehe. Como não vou lá procurar, fica aqui o burro falando das orelhas, ok?
Pois bem. O Globo Esporte nos destaca um atacante. E para embasar a sua tese eles nos mostram números, claro. O jogador teria disputado 141 jogos pelo Brasileirão e feito em torno de 41 gols – a imprecisão é minha!
Aí o jornal nos da as características do jogador, e duas das três destacadas, no diz: “oportunismo: sensacional; poder de decisão: extraordinário”. Mas aí a gente pensa: porra, o cara tem 41 gols em 141 jogos, ou seja, poderia ter passado 100 jogos em branco, e ele é sensacional e extraordinário?!!
Tudo bem, eu compreendo. O Globo Esporte quer levantar a bola do Brasileirão. Eles querem apenas promover os clubes e os jogadores para atiçarem as torcidas. Querem, portanto, defender uma tese. Com isso, esquece-se que números contam algumas histórias e nos pegam pelo pé.
Márcio
As palavras do ministro
Hoje leio numa notícia no Terra o ministro da Saúde declarar que a discussão sobre o aborto é machista. Ora, por que é, ele não diz, claro. Ele apenas quer desqualificar os argumentos contrários ao dele, que é a favor do direito. No seu discurso pode-se ler: quem é a favor é bacana, quem não é a favor, só pode ser machista.
Mas ele mesmo se trai. Quando reclama que as manifestações sobre o tema são majoritariamente de homens, e estes, diz, “infelizmente não engravidam”, deixa entrever seu próprio machismo ao dizer: “se engravidassem essa questão já estaria resolvida há muito tempo”.
Temporão ainda nos diz: “Eu tenho tentado há muito tempo tirar essa discussão da questão ética, religiosa, filosófica e do fundamentalismo e trazê-la para real da dor, da morte e do sofrimento”. Ao que eu respondo: só quer tirar porque sabe que não há consenso, e não havendo é brincar de roleta russa.
Ademais, mesmo chamando as mulheres pro debate – as maiores interessadas afinal -, não se queria desautorizar quem quer que seja. Mulher não engravida sozinha. A decisão, quando couber, deve ser conjunta.
Além disso, não se pode esquecer que existe um ente muitas vezes ignorado ou depreciado nessa questão: é o filho – este ser quase amorfo que não pode decidir nem se manifestar, embora seu direito à vida esteja sendo posto à prova.
Insistindo.
Márcio
terça-feira, maio 08, 2007
Especial
Por enquato, é isso. No mais, aguardo as fotos de Willow e os próximo reggaes!
E não se esqueçam dos posts de Marcinho! Acabei empurrando lá pra baixo (sem maldades!)
Divirtam-se!
Beijos!
M2...
segunda-feira, maio 07, 2007
Daqui pra frente, e aí?
Através dessas descobertas, os sociólogos acreditam explicar a origem de seres que pipocam por aí. E é através dessa pequena contribuição de cultura inútil que eu venho perguntar sobre a agenda manelé de festas de aniversário deste distinto mês. Como estão os preparativos? Há algum? Quem serão os felizardos mesmo?
Façam, por gentileza, um calendário.
Até.
Márcio
domingo, maio 06, 2007
Amei a “surpresa”!
Amei tudo! Amei muito!
bjos, kel
Premissas para uma polêmica
Em quase toda discussão, há estratégias que servem tão somente para desestabilizar o adversário, uma forma de passar-lhe uma rasteira. A mais comum delas talvez seja a de desqualificar o oponente, desautorizando-o por seus adjetivos - circunstanciais, evidentemente:
“Você diz isso porque é branco”.
“Você pensa assim porque não vive a pobreza”.
“Você acredita nisso porque não é mulher”.
Outra maneira (talvez a mesma, talvez sua extensão) é qualificar o oponente com predicados presumivelmente negativos. Quiçá assim ele não volte atrás. Quiçá assim não se sinta um dos lados moralmente superior, ou mais aliviado:
“Esse pensamento é de 30 anos atrás”.
“Você é um moralista”.
“Esse discurso cheira a naftalina, reacionário, de direita”.
Outro dia uma professora disse: “não acredito que você pense como eles [burgueses]”. Primeiro: eu penso com quem eu quiser. Não me sinto obrigado a defender os pobres ou os ricos. Não me vejo obrigado a defender a mim mesmo no mais das vezes, quanto mais aos outros.
Ela ainda insistiu: “você pensa assim porque ainda é primeiro semestre”. E daí? O fato de ser isso ou aquilo não muda a essência do argumento. Amanhã serei segundo semestre, talvez mude até de opinião, mas ela, para todos os efeitos, continuará a mesma, com todas as suas letras.
Tanto lero-lero esse apenas para lançar as premissas para mais uma polêmica. Pinçada de ontem, em voga nas últimas semanas, vejamos se a questão da legalização do aborto acirra os ânimos do nosso queridinho blog manelé.
Como disse ontem, sou contrário a legalização do aborto. Ou melhor, contrário a ampliação dos “direitos” ao aborto. Acho que deve estar como está, ou seja, legalizado em casos de estupro ou de risco na gestação. Minto. Uma só ampliação: em casos de acefalia.
O meu “não” metafísico
Mas vejamos por quê. Em primeiro lugar, a discussão primeiramente discrimina-se numa esfera moral, religiosa e filosófica, ou melhor, numa questão ética. Por ela, basta-me pensar que se não há certeza de quando começa a vida, e até, do que é a vida, é arriscado arriscar.
Explico-me: se não há consenso se o feto é um ser humano ou apenas um pedaço do corpo da mãe, seria demasiado risco, no caso do aborto, dar um tiro e acertar o humano. Ou seja, se nessa discussão há metade de chance para que um dos lados esteja certo, metade da chance será a imposição da morte.
Para mim isso basta. Mas há outra esfera de discussão. Quando digo que a legislação deve estar como está, pode-se questionar: “então você está satisfeito como tudo está?”. Uma questão pragmática, portanto. Não, não estou satisfeito. Mas aqui os problemas são de outra ordem. E me explicarei.
O meu “não” pragmático
Antes de entrar na questão, é preciso pontuar: nenhuma questão pragmática é capaz de anular a questão essencial de qualquer que seja o problema. Não será a inoperância ou nossa incapacidade em lidar com certos problemas que modificará o cerne do que está posto em discussão.
Dito isso, não será pelo número assustador de homicídios entre nós, tupinambás, que o assassinato será regulamentado. Não será nossa incapacidade de coibir o uso de drogas que justificará sua legalização. Assim fosse, para toda incompetência haveria uma legalização: seria a permissividade extrema.
Por isso, não é o número de abortos, e as condições nas quais são praticados, que modifica a essência da discussão. Trata-se isso de uma questão de saúde pública? Sim, evidentemente. E há aqui uma total inoperância ou incompetência do Estado em prevenir e coibir a prática: uma questão administrativa, ora pois.
O Estado não tem tido condições de educar seus cidadãos adequadamente. Isso não é segredo. Argüi-se que, sendo assim, grande parte da população não tem condições de agir adequadamente. Agir adequadamente? Que é isso? Humm. De forma responsável, vá lá, sem por sem mais filhos no mundo.
Mas por que uma mulher escolheria o aborto? Por que ela é dona de seu corpo, pode-se dizer. Mas e o corpo que ela carrega dentro de si - que não lhe pertence absolutamente, diga-se? Aqui voltamos à discussão metafísica. Ver acima.
Pragmaticamente então: por que uma mulher opta pelo aborto? Ora, porque teve uma gravidez indesejada. Por que a teve? Porque o contraceptivo falhou? Essa é uma causa que de tão rara pode ser excluída, representa uma nulidade dentre todos os casos de gravidez registrados.
Então, por quê? Sei que atinge duramente, mas os motivos são o descuido, o comportamento arriscado, a irresponsabilidade, a falta de acesso a contraceptivos, e, muito, mas muito raramente, a ignorância ou falta de consciência.
Pondo a questão em pratos limpos, não há quem no mundo não saiba – vale a piadinha - que pôr isso naquilo, ou para as moderninhas, pôr aquilo nisso, pode levar à gravidez. Pô-lo é sujeitar-se ao risco. É uma decisão - excetuado o estupro, evidentemente.
Pode-se argumentar a falta de informação sobre métodos contraceptivos. Mas, seria difícil encontrarmos entre jovens do meio urbano - onde se encontra a maioria esmagadora dos casos de aborto – quem não saiba que se deve usar a camisinha.
Mas aí vem a questão: nem todos sabem como consegui-las. A questão de não ter condições de consegui-las não cabe, pois é apenas a falta de informação, pois nos postos de saúde consegue-se de graça e em bom número. Mais uma vez, uma questão administrativa: falta informação e distribuição.
Mas, mesmo sem saber que há camisinhas disponíveis, ainda resta a escolha individual: a castidade. Sim, ser casto. Não será trauma nenhum descobrir-se que um maior número de pessoas retém por mais tempo a virgindade. Não é pequeno o número delas que decidem transar depois dos dezoito, p. ex.
Evidentemente que ser moderado depende de educação. Voltamos a um problema de governo. Como esperar responsabilidade se num mundo libidinoso uma enorme parcela da população não tem acesso à educação? É risível ter o comportamento da propaganda – “sem camisinha não dá”, não dê – não é?
Ainda não acabou?
Será, portanto, por nossa incompetência que vamos liberar a prática? Por uma questão de saúde pública, argumentar-se-á. Salvar-se-iam assim muitas vidas. Quem salvaria? O SUS? Eles não têm condições de esterilizar quem o deseja, não tem condições de distribuir contraceptivos, que esperar?
Argumenta-se a partir daí que a legalização abriria uma concorrência. Haveria demanda, a oferta aumentaria, o preço cairia e os pobres poderiam juntar um naco e abortar. Porém, contrapõe-se: quem garante que esse mercado é atrativo?
O custo da saúde, como sabemos, é caro. Não seria surpresa que o pobre fosse excluído novamente. A dona de um cortiço em São Paulo foi presa ontem por cobrar 150 reais por aborto. Quanto isso dá em camisinhas? Daria pra ter uma camisinha para cada dia do ano, ou não? Falta informação e distribuição.
Mas argumenta-se ainda: mesmo que o SUS não esteja preparado para a demanda de abortos caso legalizado, uma só vida salva valeria a pena. Mas vejamos: o investimento que teria de ser feito para preparar o SUS para o aborto não seria mais bem gasto se fosse usado para preveni-lo? Certamente.
Mas, diz-se, a falta de educação produz pessoas que não têm consciência. Bom, se não tem consciência sobre a gravidez, não creio que essa pessoa tenha consciência para decidir sobre a vida. Ou terá? Os adolescentes têm consciência para decidir sobre isso? Com certeza não. Seria a banalização do ato.
Resumindo
Sou contra por uma questão ética e também por uma questão prática. Há milhares de abortos mesmo sem lei que regule. Devem ser coibidos. Impedir que as pessoas transem? Não, de maneira alguma. Condicioná-los que ajam com responsabilidades. Engravidou, assuma.
Isso parece dar margem às estratégias de desqualificação acima: “você pensa assim porque não é mulher”, “ou porque não é pobre”. O aborto para muitos é um subterfúgio para impedir a materialização de um problema. Enquanto assim for, é uma covardia.
O caso evidentemente incide sobre os pobres de maneira especial e a rigor sempre de maneira mais cruel. Mas, na prática, a legalização não mudaria a situação. Quem tem dinheiro, continuará em clínicas particulares. Quem não tem continuaria fazendo precariamente, ou pelo SUS, ou clandestinamente.
Isso é só pra começar, eu esqueci os argumentos que ia lançar. ehehe.
Do egoísta,
Márcio
sábado, maio 05, 2007
sexta-feira, maio 04, 2007
Um dia especial
Feliz aniversário!!
Antes que você pense que esta mensagem é resultado da lembrança do meu celular, digo logo, ele não tocou ainda!! Hoje eu ainda te ligo e espero poder te dar um abraço e tomar umas cervejinhas em sua homenagem e companhia.
Beijos
Márcio
Mais uma despedida
Márcio
terça-feira, maio 01, 2007
Muito bom!
Pedro e Aline fizeram falta, mas estão desculpados. Duda que trabalhou, tb. Darino chegou aqui umas 19h40, pra ver se alguém ainda estava aqui... Já Clara, qual é a desculpa, depois de dizer que viria e ainda traria o namorado?
Espero que vários programinhas como esse aconteçam com mais freqüência. São simples, divertidos e baratos! Vai ver outro dia dou um surto e resolvo sacudir a galera de novo. Melhor será se nem disso precisar e os encontros em Dinha, Cira ou qualquer outro boteco da cidade voltem a acontecer naturalmente!
Beijos para todos!
M2.