A enxurrada de críticas é freqüente. Acho que ele deve tá até acostumado. Afinal, resta um belíssimo consolo: o mais alto salário de um jornalista brasileiro – R$ 1 milhão por mês. Grana que o felicita, sem dúvida e que, para mim, é o grande motivo de boa parte dos impropérios ditos contra ele, apesar de ser uma remuneração pra lá de justa. Infelizmente, vivemos num país de invejosos.
Ontem, porém, um esportista não teve vergonha de remar contra a maré, que virou até “cult”, coisa de esclarecido... Felipe Massa ignorou os milhões de detratores e, sem medo de se quiemar, teve a hombridade de agradecer a Galvão Bueno, em meio à entrevista coletiva para toda a imprensa internacional, após sua primeira vitória na Fórmula 1.
"Quero agradecer a todo mundo que me apoiou e a você também, eu sei que você está me ouvindo, Galvão", disse Felipe.
Bueno não estava na Turquia. Fez a transmissão em "off-tube", aqui do Brasil. O narrador foi um dos grandes incentivadores da carreira de Felipe, a quem Galvão conheceu há anos atrás. Massa e Cacá, filho de Galvão, correram juntos na adolescência. Galvão chegou a emprestar dinheiro ao pai de Massa para que ele pudesse competir em algumas provas fora do país.
A ligação emocional entre Massa e Galvão ficou nítida logo após a bandeirada final, antes da coletiva. Galvão não se conteve. Chegou a chorar. Percebeu que se exaltou e pediu desculpas ao público e também agradeceu a Massa: "obrigado pela emoção, garoto". Entretando, a amizade nem foi o fator preponderante. Apaixonado por automobilismo, Galvão se emocionaria do mesmo jeito.
Ontem eu percebi porque gosto tanto de Galvão. Apesar das gafes, cada vez mais frequentes, da falta de informação, por puro desleixo, por auto-suficiência (ninguém é perfeito...), eu me identifico com o cara. As palavras dele me emocionam. Os discursos nesses momentos únicos de vitória no nosso esporte conseguem valorizar ainda mais os feitos. Fazem-me querer chorar (e conseguem). É de arrepiar! Por mais que falem o contrário, sinto sinceridade e espontaneidade dele quando vibra com as conquistas do nosso esporte. Galvão é um torcedor exageradamente apaixonado. Como eu.
Aproveitando a carona de Massa, queria agradecer também: obrigado Galvão, por deixar as vitórias do esporte brasileiro ainda mais saborosas, sempre.
Ah, já ia esquecendo: Haja Coração!
Dadá Bueno
segunda-feira, agosto 28, 2006
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