segunda-feira, agosto 07, 2006

7 de agosto: um dia especial

Não é para provocar. É só para relembrar e sentir saudade do tempo em que era bom torcer para um certo azul, vermelho e branco. O texto que segue é de autoria deste que vos escreve, publicado no site do Bahia, no dia 7 de agosto de 2004, quando ainda exercia o cargo de assessor de imprensa do referido clube. É a apresentação de uma série de materias sobre o assunto.

Foi nesta data, há exatos 12 anos, que senti a maior emoção da minha vida. Acho que só volto a me emocionar tanto com alguma coisa quando Darininho vier ao mundo.

Pra quem é Bahia ou gosta de futebol, vale a pena ler. Não recomendo o mesmo aos rubro-negros...

"Qual o torcedor do Bahia com mais de 10 anos que nega ter estado na Fonte Nova naquele início de noite do dia 7 de agosto de 1994? Dos que estão vivos, quase nenhum. Ninguém admite ter perdido aquele instante quase mágico, inesquecível.

Quem esteve, se orgulha, relata com detalhes o lugar que ocupava no estádio, o que sentia minutos antes. Para comprovar, fala dos companheiros que estavam ao lado, da reação que teve depois, e de onde farreou, festejando o feito.

Quem não esteve, simplesmente inventa. Na maior “cara de pau”, típica de alguns da nossa terra. Não se conforma em ter perdido. Como que para compensar o pecado capital de, por algum motivo, não ter comparecido, imagina onde estaria, o que faria, quem abraçaria e relata como a mais absoluta verdade.

Enfim, não se sabe se todos que dizem ter estado lá realmente estiveram. Mas é bem provável que muitos estivessem. Afinal, naquele dia, a Fonte recebeu um público pagante de 97.200 pessoas, o maior desde então, imbatível até hoje. A maioria absoluta, como de praxe, tricolores.

Mas, pouco importa saber quem foi ou quem deixou de estar. O que importa é que quem esteve e era tricolor, vibrou, e muito. Azar de quem não era e, mais uma vez, sofreu, se decepcionou, nadou, nadou, ficou a um palmo de alcançar o solo com vida, mas, infelizmente, morreu, como sempre, na praia.

O torcedor baiano de memória boa sabe do que se trata essa matéria. Pode até não lembrar exatamente da data, mas, se gosta de futebol e é Bahia ou Vitória, não esquece. Essas linhas são sobre um dos maiores Bavis da história. Um confronto que dignificou o clássico, honrou suas tradições e as seguiu, afinal, dele, o Tricolor saiu vitorioso e Campeão Estadual.

O jogo serviu também para imortalizar um personagem que, não fosse o gol marcado naquele clássico, nas circunstâncias em que aconteceu, sequer seria digno de uma simples nota em qualquer discurso sobre o Bahia e certamente cairia no esquecimento da Nação Tricolor com o passar de pouco tempo – castigo daqueles que não têm o dom divino e, conseqüentemente, a capacidade de serem chamados de “craque”.

Mas quis o destino que um jogador dito comum, que sequer conseguiu ser titular do Tricolor, marcasse o gol que motivasse, além desse texto, uma gostosa lembrança em todo torcedor do Bahia desde então.

Há 10 anos o tento não deixa de ser lembrado. Não precisa de hora ou local para acontecer. Às vezes, é tácito. Estamos falando e uma coisa e ele aparece na mente, imperceptivelmente. Seja num momento de simples saudosismo, seja no exercício da “nossa religião” e, principalmente, para tirar um sarro do rival rubro-negro, em discussões acaloradas.

Convenhamos, foi demais. Por mais que se tente, e olhe que esse é o exercício de muitos há uma década, é impossível, para quem é Bahia de verdade, explicar o que se sentiu naquele momento. Afinal, não é todo dia que se ganha um campeonato sobre o maior rival com um gol nos acréscimos.

Aqui, não temos nem a pretensão de tentar explicar o que aconteceu com os corações e mentes tricolores.

Nosso humilde objetivo é, além de comemorar e provocar (de forma sadia, na paz, é claro) pela enésima vez o rival, relatar o fato. Só queremos que continue vivo na memória e presente no cotidiano do nosso futebol o famoso gol de Raudinei, aos 46 minutos do segundo tempo da final do Campeonato Baiano de 1994, que, neste sábado, completa 10 anos.

Foi justamente num dia 7 de agosto daquele ano que a torcida mais fiel e fanática do Brasil viveu uma de suas maiores emoções, certamente, a maior da última década.

O gol histórico calou os rubro-negros que já festejam o título, cantando e tripudiando sobre a Nação Tricolor nas arquibancadas. Mostrou a mística da nossa camisa e confirmou a máxima que sempre funcionou tão bem a favor do Tricolor, a de que, para o Bahia, nada está perdido antes do fim de uma partida. Foi a ratificação da nossa tradição e um duro golpe que até hoje dói no peito vermelho e preto.

Ensinou também uma lição aos rivais e os traumatizou – até hoje, seja contra quem for, independente do placar, eles jamais ousam comemorar um resultado antes do apito final do árbitro.

Já o torcedor do Bahia, haja o que houver, sempre acredita num gol salvador nos acréscimos – e não foram poucas as vezes que ele realmente veio.

Como já dissemos, é para comemorar os 10 anos do gol histórico que o eusoubahia.com preparou essa série de matérias especiais. Confira, relembre, vibre e se orgulhe – história, só relembra quem tem.

Darino Sena"

6 comentários:

Manelé na Tela disse...

Pooooorra, conta logo essa merda!! como foi o gol? o jogo foi bom mesmo? ou só foi o gol que calou a boca que o fez histórico?

You Tube! Cadê o gol?

M.

Manelé na Tela disse...
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Manelé na Tela disse...

Narração de Chico Queiroz.
http://www.youtube.com/watch?v=SZcW_u2LYdg

Manelé na Tela disse...

Agora sim.

M.

Manelé na Tela disse...

M., isso é o "de menos". Até o que eu lembro, o jogo foi uma merda. O gol foi uma cagada. Saiu de um chutão da defesa que desviou no meio do caminho, duas vezes, e sobrou pra Raudinei. Mas isso não importa.

O que vale é que o gol saiu nos acréscimos, em plena final de campeonato, contra o nosso maior rival. Valeu o título. Quase morro de emoção. Quer mais, pra quê???

RauDadádinei

Manelé na Tela disse...

Eu tava lá.

E realmente, lembro detudo, especialmente, do silêncio do lado de lá do estádio. hehhehe

Rafson