Alguns de vocês reclamam que eu nunca escrevo no blog... resolvi escrever sobre um assunto que tirou meu sono hoje. Desde que cheguei aqui fiquei surpresa ao ver como os europeus se interessam pela Amazônia. Muito mais do que a maioria dos brasileiros. Não porque eles possuem uma consciência ecológica maior do que a dos brasileiros, não acho mesmo que seja esse o caso, mas por ver como a floresta tem um alto valor simbólico, como se ela fosse o único patrimônio natural válido a ser protegido. Claro que por ser a maior floresta tropical do mundo ela merece o destaque, mas a defesa ferrenha à Floresta não é acompanhada de uma consciência ecológica de fato. Até que uma matéria sobre a compra de 160 mil hectares da floresta por um empresário sueco-britânico me deixou bastante receosa com relação a esse interesse estrangeiro exacerbado. Segundo a matéria (não consegui achar o link), o empresário quer preservar a floresta e não pretende fazer qualquer intervenção na sua propriedade, que corresponde a uma área maior do que a cidade de Londres (!). Ele também quer estimular outros milionários a fazer o mesmo, como uma forma de contribuir com o bem-estar do planeta e garantir um lugar no céu para aqueles que nasceram afortunados ou pontos que poderão ser revertidos em marketing ecológico. Me perguntei como foi possível um cidadão comprar um pedaço da floresta, ainda mais de grande extensao. A lei 11.284 responde. Em março desse ano o governo federal sancionou a lei que permite a exploração auto-sustentável de toda e qualquer floresta pública do país. A medida, também chamada por ambientalistas de "terceirização da Amazônia", permite a exploração "racional" por parte de empresas estrangeiras ou nacionais em troca da preservação da floresta. Acho que dá para imaginar o que vai acontecer na prática com a Amazônia. Recentemente, uma francesa (de descendência portuguesa) criou uma ong, a Nature Rights, para incentivar a compra de lotes na Amazônia como o fim de "trocar títulos de exploração dos recursos naturais por títulos de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável". Independente da boa vontade da garota, que acredito estar realmente interessada em salvar o planeta (ela deveria passar um tempo conversando com Márcio), fico imaginando no resultado da compra não controlada de áreas da floresta, em como isso será um prato cheio para madeireiras e empresas agropecuárias, em como isso pode afetar as reservas indígenas, sem falar na perda, para o país, do poder de gestao dos seus recursos naturais. Isso não poderia ser uma pauta para algum dos jornais baianos? Algum manelé jornalista se interessa? No site da bbc Brasil há uma materia sobre o assunto. http://www.bbc.co.uk/portuguese/ O site da ong eh http://amazonia.naturerights.com/index-en.htm Beijos para Todos. Amo vocês! JJ
Márcio, vc é infinitamente chato. Para seu conhecimento eu deixei esse trabalho infernal. Agora eu tenho muitos outros motivos para detestar essa rede de fast food. E não estou cuspindo no prato em que comi, mas sim eu provei desse prato e não quis comer...
6 comentários:
Alguns de vocês reclamam que eu nunca escrevo no blog... resolvi escrever sobre um assunto que tirou meu sono hoje. Desde que cheguei aqui fiquei surpresa ao ver como os europeus se interessam pela Amazônia. Muito mais do que a maioria dos brasileiros. Não porque eles possuem uma consciência ecológica maior do que a dos brasileiros, não acho mesmo que seja esse o caso, mas por ver como a floresta tem um alto valor simbólico, como se ela fosse o único patrimônio natural válido a ser protegido. Claro que por ser a maior floresta tropical do mundo ela merece o destaque, mas a defesa ferrenha à Floresta não é acompanhada de uma consciência ecológica de fato. Até que uma matéria sobre a compra de 160 mil hectares da floresta por um empresário sueco-britânico me deixou bastante receosa com relação a esse interesse estrangeiro exacerbado. Segundo a matéria (não consegui achar o link), o empresário quer preservar a floresta e não pretende fazer qualquer intervenção na sua propriedade, que corresponde a uma área maior do que a cidade de Londres (!). Ele também quer estimular outros milionários a fazer o mesmo, como uma forma de contribuir com o bem-estar do planeta e garantir um lugar no céu para aqueles que nasceram afortunados ou pontos que poderão ser revertidos em marketing ecológico. Me perguntei como foi possível um cidadão comprar um pedaço da floresta, ainda mais de grande extensao. A lei 11.284 responde. Em março desse ano o governo federal sancionou a lei que permite a exploração auto-sustentável de toda e qualquer floresta pública do país. A medida, também chamada por ambientalistas de "terceirização da Amazônia", permite a exploração "racional" por parte de empresas estrangeiras ou nacionais em troca da preservação da floresta. Acho que dá para imaginar o que vai acontecer na prática com a Amazônia. Recentemente, uma francesa (de descendência portuguesa) criou uma ong, a Nature Rights, para incentivar a compra de lotes na Amazônia como o fim de "trocar títulos de exploração dos recursos naturais por títulos de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável". Independente da boa vontade da garota, que acredito estar realmente interessada em salvar o planeta (ela deveria passar um tempo conversando com Márcio), fico imaginando no resultado da compra não controlada de áreas da floresta, em como isso será um prato cheio para madeireiras e empresas agropecuárias, em como isso pode afetar as reservas indígenas, sem falar na perda, para o país, do poder de gestao dos seus recursos naturais. Isso não poderia ser uma pauta para algum dos jornais baianos? Algum manelé jornalista se interessa? No site da bbc Brasil há uma materia sobre o assunto. http://www.bbc.co.uk/portuguese/
O site da ong eh http://amazonia.naturerights.com/index-en.htm
Beijos para Todos. Amo vocês!
JJ
Me deu uma vontade de comer um Mac Cheddar...
M.
Márcio, vc é infinitamente chato. Para seu conhecimento eu deixei esse trabalho infernal. Agora eu tenho muitos outros motivos para detestar essa rede de fast food. E não estou cuspindo no prato em que comi, mas sim eu provei desse prato e não quis comer...
Márcio se fudeu!
Irmã Dulce
Aiii.
M.
Esse não é aquele e-mail que fala sobre mim?
Cristovam Buarque
P.S. é assim que se escreve meu nome?
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