Portugal pra mim significa o anti-jogo. A preocupação de Felipão, ao contrário de 2002, é, primeiro, não deixar o adversário jogar, sem medir esforços para isto, sendo, muitas vezes, desleal. É o estado bruto do futebol de resultado. Não gosto de Portugal.
O time é limitado, beira a mediocridade e isso ficou nítido nos jogos contra Angola, na primeira fase, contra Holanda, nas oitavas, e contra a Inglaterra, nas quartas. Neste último, com um a mais, o time de Felipão foi covarde e, em mais de uma hora de vantagem numérica, não partiu para cima dos ingleses para decidir a parada.
Não tenho nada contra Felipão. O adoro, por sinal. Sou muito grato a ele pelo penta e pelos triunfos do Palmeiras sobre o Corinthians, que eu odeio. Mas acho que a vitória de Portugal pode representar alguns passos para trás no processo evolutivo do futebol mundial. Por mais que os pragmáticos insistam no contrário, o futebol tem que buscar a criação, a inventividade, o gol, e não isso que o time lusitano faz.
De outro lado, vemos uma França super motivada, com excepcionais craques, como Viera, Thurram, Ribery, Henry e Zidane. Um time de disciplina tática invejável, que pratica, em muitas vezes, um futebol bonito, elegante e eficiente, sem apelar para a pancadaria ou “malandragens”, como as de Cristiano Ronaldo, que forçou a expulsão de Rooney e depois tirou um sarro por isso.
Como amante do bom futebol, brasileiro nato que sou, apesar das derrotas consecutivas, não posso torcer contra a França. E nem enxergo em Felipão o “vingador” da pátria. Torço pela vitória do bom futebol.
Quarta, vou cantar a Marselhesa, com a camisa do Bahia (a França é o tricolor na Copa!), fazendo biquinho e torcendo para quem merece, para o melhor.
Isso sem falar que não consigo me opor à genialidade de Zidane, sequer ter raiva dele. Eu sou um tolo idealista e romântico e, mesmo que sistematicamente derrotado, simplesmente não sei hostilizar quem faz o verdadeiro jogo bonito.
“Aux armes citoyens ! Formez vos bataillons !
Marchons, marchons, qu'un sang impur abreuve nos sillons”
Ah, quanto a Felipão, por patriotismo e simpatia a ele, vou ficar na torcida por um honroso terceiro lugar, que já tá bom de mais.
Minha final é França e Alemanha, porque Zidane merece um palco à altura para a sua despedida.
Messier Zinedine Dadá
segunda-feira, julho 03, 2006
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Ale Le Bleus!
Amoêdo
Postar um comentário