domingo, janeiro 09, 2005

VIII – Reveillon Barra Grande: A volta

Embora para muitos, entre eles o senso comum, o caminho que Borestia decidiu seguir após dar o biziu seja sem volta, para nós, tradicionalistas inveterados, velhos anacrônicos, depois de oito partes de uma saga, é hora de voltar ao nosso lugar de origem.

Mas compreendo também o coração de Lontra. Partir é triste e repleto de um amargor melancólico e solitário. Por maior que seja a saudade do conforto do nosso lar, ir embora é também deixar, no caso de nossa Lontra, um novo teto que se encontra nos braços, ou colo, de um novo amor.

Quantas saudades então não há no momento em que se fazem as malas e se desarmam as barracas? Quantos pensamentos não se deixam na hora e meia de travessia ao longo de uma paisagem paradisíaca? Quantas lembranças não ficam nas cinco horas de um cenário de estrada?

Pobre Borestia, voltou transformado, alguns diriam até, transtornado. Seus olhos estão apáticos, não mais como antes; seu olhar agora é distante, parece devanear por lembranças e sonhos por vir. Virou enfim olhos que fitam incessantemente o horizonte como quem espera algo chegar...

O que não faz o amor?

O que não faz a saudade?

Nem mesmo a espera se espera. Nem bem volta ao lar, nem bem espera o tempo de seu querido amor também voltar, dádivas de afeto e carinho já viajam por vias virtuais com juras em compêndios de amor. Isso é lindo! Fico deveras muito emocionado, pobre mainardista que sou...

Deixar Borestia de lado é desafio árduo, hei de admitir. Conviver com La Belle de Jour, ou de João, um verdadeiro amante à moda antiga, é estar certamente fadado ao ostracismo. Não é à toa que a nossa saga em Barra Grande pode bem se resumir na saga da Lontra nos braços de um mineiro!

Enfim... Deixemos Borestia que ele precisa de um pouco de sossego...

Mas e agora, o que falar sem ter o nosso narciso em mente, e em fotos??

Para terminar esse longo relato, apenas confrontemos as previsões do saldo de picardias de Serginho Malandro para nosso reveillon com o que de fato pode ter acontecido.

Começando por mim, digo que infelizmente constatei, triste e indignado, a ausência de meninas nascidas nos anos noventa. Nenhuma colegial para saciar minha verve pedófila. Também faltaram calouras faconianas, droga! E Kurt Cobain não apareceu... No máximo, em festa de forró e rave, só encontraria um tal de Gozagão (quem??) e um tal de Boy George. O primeiro eu deixo pra Borestia, se quiser, o segundo deixo pra Pedrinho Pimpão, e aí eu sei que ele quer!

Mas nosso amigo Cara de Rato deve ter tido mais sorte, pelo menos em seu mundo mágico. Ele realmente estava com louras cariocas - embora só fosse visto com rapazes baianos. No entanto, diz ele ter saído do zero, do um, do dois e do três. Pelo estado lisérgico em que se encontrava, acredito no que ele diz ter feito e visto, só não duvido, porém, do efeito alucinógeno dos doces!

Nosso querido Broa não encontrou o amiguinho de Paulinha, embora parecesse que nosso amigo redondo o esperasse, visto que dormia de bruços com a barraca aberta! No entanto, apesar disso, acredito que Broa aprontou - o cheiro de detergente que sentíamos em sua barraca não nega, é bastante suspeito. Não sei se foi uma limpadora de banheiro químico, mas a cena de Broa caindo em cima da nossa barraca mostra que ele aspirou muitos agentes de limpeza em Barra Grande!

Quanto a Zé e sua amiga “?”, fica aqui uma incógnita. Soube que ela é uma pessoa esquiva, indecisa e faceira, não sabe o que quer afinal. Ninguém sabe ao certo o que aconteceu entre os dois, nem sequer sabemos o seu nome, alguns a chamavam de “Talvez”, outros de “Quem sabe?”, ainda outros de “Será?”, mas até hoje a dúvida paira no ar. Zé não fala no assunto, e ela só diz: “?”

Enfim, no final nos divertimos pra caralho, e posso me arriscar a dizer que nosso Reveillon foi de fuder - pelo menos não ouvimos Babado Novo, não assistimos Faustão, e nem fomos pra farofa de Arraial !!

Vai dar saudades...

Márcio

3 comentários:

Manelé na Tela disse...

Não seria Inês, o nome da amiga de Zé?

Manelé na Tela disse...

Não seria Inês, o nome da amiga de Zé?

Manelé na Tela disse...

A Inês é morta.
Ass: Inês