sexta-feira, janeiro 07, 2005

V – Reveillon Barra Grande: A aparição

Era já noite e estávamos no camping descansando para sair. Àquela altura já havíamos desencanado da procura por Lontra, embora nossas suspeitas fossem suspeitíssimas. Ele parecia estar se divertido e pelo visto, parecia estar em boas mãos. De repente, ouvimos alguém gritar:

- Osse meninos!

Isso era nosso amigo mineiro que falava em seu mineireis sem concordância: “ô esse meninos”. Ele vinha com Lontra, ambos bêbados e gritando. Aliás, esse mineiro só chegava no camping gritando, aos berros, sempre numa mistura de sua costumais loucura com a costumais cachaça.

E então vieram as explicações. Com a palavra, João, o mineiro de Borestia:

- Nóó... Eu e o Borestia estávamos no Taipú de Fora... De repente eu dei o biziu... Depois o Borestia deu o biziu também!... Nóó... Já é!

Nós, claro, rimos pra caralho, e Lontra, coitado, de tão cansado e bêbado nem se defendia, estava extasiado, e apenas conseguia repetir:

- Minas é de fuder, né não Jão?

E ele:

- Gô cê falou, gô cê falou...

Dadá, lógico, não poderia deixar passar barato essas revelações:

- Rapaz, dar o biziu em Salvador é outra coisa!

Mas Borestia estava incontido e muito satisfeito com sua nova condição:

- Eu dei o biziu, foi massa!

E repetiu durante toda a noite de Reveillon, prognosticando:

- Hoje eu vou dar o biziu!!


Quem pode discordar, né? Quem vai reprimir o desejo do rapaz, tão feliz e incontido? E lá fomos nós para a virada de ano....

Márcio

Nenhum comentário: