quinta-feira, janeiro 06, 2005

IV – Reveillon Barra Grande: O sumiço

Primeiro dia em Barra Grande: àgua dura de manhã, de tarde e de noite, além de uma dura sensação nas costas de Borestia. Dia todo de cachaça, praia e rango. Tomamos nossa cerveja de dia, e, de noite, fizemos a tradicional batida de vodca com suco para ir pro bate-estaca na praia.

Não precisa dizer muito sobre o bate-estaca, é a mesma coisa de sempre, embora seja às vezes bom. Muita mineira, alguns paulistas, outros cariocas, alguns baianos perdidos, drogas, drogas, drogas... Mas o que importa não é bem a noite de balada, e sim a volta, ou melhor, depois da volta.

De madrugada, já dormíamos quando chegaram Broa e Borestia. Ambos, bêbados, acabaram nos acordando roubando nosso rango. Nenhuma. A questão é que, logo após isso, quando nos levantamos de manhã, notamos que Broa jazia só na barraca... Borestia havia sumido!

- Menino, brigaram!

- Broa expulsou Lontra da barraca, coitado...

Esperamos pelo reaparecimento da Lontra, mas nada. A única coisa que sabíamos era que ele chegara bêbado, tropeçando pelo caminho junto de Broa. Comeram juntos os dois e a última coisa que ouvimos de nosso querido amigo Borestia fora:

- Porra, essa barraca tá se mexendo pra caralho!

E proferia em seguida, como toda sua resoluta determinação de ébrio revoltado:

- Não vou me deitar, vou ficar aqui sentado!

Essas foram suas últimas palavras e já davam quase onze e meia da manhã e nada da Lontra voltar. Procuramos nas redondezas, perguntamos por todos os lados, fomos até ao pronto socorro local para ver se Zé Grandão não resolvera dormir por lá... Tudo em vão...

- “Vamos no IML”

Quase fomos, se não tivéssemos encontrado Cara de Rato com as primeiras notícias da Lontra perdida...

- Eu encontrei ele hoje de manhã com duas meninas.

“Massa, a Lontra se deu bem!” Foi isso que pensamos por alguns instantes, ainda mais com as novas notícias que Dadá, jornalista investigativo de plantão, colheu:

- Ele foi encontrado hoje de manhã por Clara e sua amiga gaúcha dormindo na areia da praia com um biscoito Bono do lado dele. Ele acordou, comeu o Bono, e foi pra praia com elas!

“Pronto, resolvido o caso”, foi o que pensamos nós. Não estava ainda. Lá pra uma hora da tarde encontramos as duas meninas que supostamente estavam com eles. Achamos estranho, onde estaria Borestia nessa hora? Perguntamos então para as duas meninas, que esclareceram:

- Ele ficou com a gente rápido e depois foi embora dizendo que tinha que ir ali...

Estranho, lá estava a Lontra perdida de novo. Resolvemos então voltar ao camping pra ver se ele não estaria por lá dormindo. Encontramos apenas pistas. Lá estava sua bermuda branca, suja, muito suja, imunda, molhada e lamacenta de quem parecia ter rolado na areia a noite toda...

- Vivo ele está!

Intrigados, andando a conjeturar sobre o paradeiro de nosso amigo Zé Grandão, encontramos então Candice e seu fiel noivo franco-paulista-baiano. Novas pistas sobre a Lontra chegaram:

- A gente cruzou com ele hoje de tarde. Ele estava indo a caminho de Taipú de Fora todo animado com um cara fortinho, de cabelo castanho encaracolado. Não conheço o cara, ele tem um sotaque estranho e um jeito meio amalucado. Mas Borestia era todo sorriso e parecia bastante empolgado e elétrico!

Acho que nem é preciso dizer quem é esse fortinho... Esperem a quinta parte da nossa saga para descobrir os detalhes do sumiço do nosso querido Borestia!

Márcio

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