sábado, janeiro 08, 2005

VII – Reveillon Barra Grande: O Rasta

Aproximadamente duas horas e meia de sono, eis que acordamos no camping. Era o mineiro chegando, e como sempre, gritando:

- Ahhh!!!

E continuava:

- Osse meninos!!!

Dessa vez, porém, teve resposta:

- Cala boca, caralho!

Era um baiano, quatro por quatro, revoltado, pronto pra degolar alguém. Mas o mineiro, de novo, grita:

- Feliz ano novo!

E a resposta:

- Feliz ano novo, o caralho!!

E isso era apenas o começo. Os outros mineiros que estavam no camping também chegaram falando alto e conversando pra caralho. O mesmo baiano então se revolta e começa a escaldar a galera, e a coisa começa a ficar boa:

- Mermão, isso pra mim é coisa de otário! Vai tomar sua cachaça errada e chega aqui acordando todo mundo! Por que não sai daí e vai procurar alguém pra cair na porrada? Vem aqui e cai pra dentro?

A coisa começava a ficar tensa. Umas meninas em outras barracas já começavam a colocar pilha, gritando “cala a boca, cala a boca”. Os mineiros ainda resmungavam alguma coisa, dizendo que já era de manhã, blá blá blá.... mas eles não esperavam o que estava por vir...

De repente, a gente vê sair de uma barraca um negão, rasta, de dois metros e meio! Ele segurava um facão na mão e se levanta bem a frente dos mineiros e diz:

- E aí, dá pra dormir??

Em um instante, a mineirada sossegou, pra que discutir, não é, mesmo? Eles disseram:

- Não, você tem razão, você tem razão...

E a galera do camping pondo pilha:

- Lasca a barraca desses mineiros!

Não foi preciso. A mineirada sossegou mesmo e foi dormir quietinha, comentando mais tarde à noite:

- Nóó, o baiano parecia um cangaceiro, cara....

É assim que se bota ordem na casa! A mineirada ficou pianinha, pianinha....

Márcio

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