Caro amigo Boréstia e demais companheiros,
O mais bizarro disso tudo é não ter mais forças para contestar os argumentos. Tenho que concordar com tudo que você disse. O Bahia virou um perdedor de carteirinha. Especialista em morrer na praia, em frustrar expectativas, em desmoralizar visionários de araque (tipo “Pai Dadá”).
Confesso e assumo publicamente que meu encanto com o Bahia acabou. Cansei de perder. Não acredito mais, não gerarei mais qualquer tipo de esperança. Assim o tombo é menor. A dor, idem. Isso não significa que deixarei de torcer, não porque não queira. Vontade, aliás, é o que não falta. Contudo, não consigo. E só quem é torcedor de verdade sabe o que eu tô falando.
Por mais que sejamos derrotados, humilhados, pisoteados, estuprados, não dá para extirpar do coração esse sentimento de afeição, carinho, solidariedade, devoção, amor e sei mais lá o quê que se sente pela desgraça clube que torcemos. Que merda! E seja lá ele qual for.
Só tenho a dizer que é muito triste. Ver o Bahia coma força que tem, a torcida que tem, as paixões que o cercam, a história consagrada, as duas estrelas no peito (e isso pelo menos ninguém pode tirar, é que resta), se comportar como vem acontecendo ultimamente. O jogo de domingo é um exemplo disso. Precisando vencer, entra em campo com três zagueiros e dois volantes. Se aputa. Toma duas bola na trave. Fica com um jogador a mais e não esboça a mínima reação. E ninguém faz nada! Nem um quebra pau no final, para estragar a festa deles. Nem um murro, uma discussão, um soco, um pontapé, uma entrada desleal, uma “invasãozinha” de campo. Porra, não custava nada alguém mostrar indignação. Ninguém nem esboça quebrar o vestiário do Barradão (Aí que Luís Alberto fez falta). Ninguém para limpar a nossa honra! Essa inércia com tudo, e desculpe os insanos e injustificáveis exageros de um torcedor mais revoltado do que apaixonado, é que mais irrita e revolta.
Um clube que outrora tinha como costume espezinhar os rivais, que conquistou os maiores títulos na casa do adversário, que já deu de 10 nesse “Leão do Lixo”, ter medo de um time, convenhamos, limitado com o do Vitória hoje, com uma zaga composta pelos bostéticos Claudiomiro e Marcelo “Vaca” (quem como capim é o quê?) Heleno.
Para piorar, o clima é de total normalidade no clube. Jogadores e dirigentes seguem suas vidas, sem um evidente incômodo. O máximo o que fizeram foi uma “demissãozinha” nada criativa do medroso comandante: pra lá de tardia. Tudo isso evidencia e é a prova cabal do que eu mais temia – o Bahia se acostumou a perder. Se apequenou. Agora está a uma passo de virar um Ameriquinha, Ypiranga. Não duvido e não me surpreenderei se deixar de ser o que ainda é hoje daqui a 10 ou 15 anos (demorará tanto?), continuando do jeito que está.
Seguindo essa lógica de “neonanico”, acho que o real objetivo do Bahia na final foi não tomar mais uma goleada. E se contentou com isso. Ao menos, uma coisa positiva – meta alcançada! Conseguimos não perder para o Vitória no Barradão depois de três anos. Viva! É uma avanço. Saímos de lar sem tomar gol. Que beleza! Mais um tabu quebrado pelo estrondoso Esquadrão de Aço. Mais um feito histórico! Resta agora esperar que consigamos nos manter na Segundona, quem sabe nos livrando da queda para a Terceirona na última rodada, contra o Gama, lá em Brasília, aos 48 do segundo tempo, com um gol de Viola. Só para relembrar os velhos tempos de conquistas maravilhosas. É minha única esperança de reviver as épocas áureas do Ex-quadrão de Aço.
Triste fim, Bahia...
Dadá,
Desiludido e Desolado
com a (ainda) maior paixão da vida.
terça-feira, abril 19, 2005
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