A Rússia ganhou o mundial de vôlei. Venceu as meninas do Brasil. Se não fosse pela simpatia que nutro por nossas jogadoras, diria: bem feito. Foi um clima tão grande de “já ganhou” que eu até estranhei: nós não somos o país da humildade?
Bem feito!
Márcio
quinta-feira, novembro 16, 2006
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16 comentários:
O time tava invicto há dois anos. Tinha vencido todos os jogos do campeonato, inclusive contra as russas. Dos últimos quatro jogos contra as adversárias, tínhamos vencido todos. O clima de "já ganhou" era pra lá de natural, por que não?
Pelo amor de Deus... ficar agorando só porque elas eram favoritas... a gente tem que aprender a vencer correspondendo às expectativas dos outros... ganhar sem pressão é fácil... tripudiar o time agora só por isso é sacanagem... transferir a culpa também...
A responsabilidade da derrota foi do descontrole emocional de suas amadas jogadoras, Marcinho, e da falta de firmeza do técnico, que está se especializando em morrer na praia. Soube até que, por esta qualidade, Zé Roberto está cotado para assumir o Bahia. A culpa não foi do clima de "já ganhou", e sim da incompetência deles.
Dadákolovo
Não tava torcendo pela derrota não. Pelo contrário, até tava com a derrota na olimpíada na garganta. Agora, acho sim que o clima de "já ganhou" é bom na queda, e só na queda para percebê-lo bem. Por isso, bem feito mesmo!
Eu não sou de ficar torcendo contra não. Só em casos muito específicos. O que não gosto mesmo é de discurso atravessado. A seleção brasileira no primeiro jogo da competição contra a Rússia se irritou com a adversária, e pedem respeito: um respeito que muitas vezes não se dispensa aos adversários.
Isso daí é aquela velha hipocrisia brasileira: nós podemos fazer o que os outros não podem. Lembra quando Tevez pisou na bola na final da Copa América? Veja o tratamento que lhe dispensamos e compare ao que dispensamos a um Denílson da silva. É disso que falo.
No mais, nem acho que o maior derrotado foi a seleção feminina, e sim o Tadeu Schmidt e o Globo Esporte: bem feito pra eles também!!
M.
Eu sabia que esse blá, blá, blá todo era pra acabar nisso: culpar a Globo.
Não dá pra mudar o disco não? Toda vez agora é a mesma coisa... se perde na Copa, é culpa da Globo... se perde na F1, é culpa da Globo (e do Galvão, claro)... se Lula peida, é culpa da Globo... também acho então que o Bahia tomou 7 do Ferroviário porque a TV Bahia mandou Ivan Andrade pra Fortaleza... ah, me façam vinte e cinco garapas!
Tadeu Schmidt, mais uma vez, deu show na cobertura do Mundial do Japão. O cara é bom pra caralho e fez um excelente trabalho. Pra mim, ele é hoje o melhor repórter e apresentador esportivo da TV brasileira. E digo mais: ele tinha que promover o campeonato sim, e encher a bola da seleção sim - as meninas fizeram por onde.
Agora, as mulheres amarelam e a culpa é do cara e da Globo?! Ah, pelo amor de Deus...
E eu não acho que Tadeu Schmidt foi derrotado não. Ele continua com o talento e a competência inquestionáveis e, de quebra, vai voltar do Japão com um título mundial: do time masculino. Já as mulheres da seleção... retornam amanhã, com mais uma trauletada enfiada em seus belos rabos (à exceção dos de Fofão e do da líbero, que são chulados)...
Fã de Tadeu,
Dadá Schmidt
Porra, Dadá, quem tá culpando a Globo pela derrota da seleção?! A Globo perdeu seu próprio jogo, não o jogo da seleção. Tadeu Schmidt se deu mal não por causa do jogo de vôlei, mas pelo que ele disse, coisa bem diferente. Pega mal para o repórter jogar a seleção lá pra cima, como se já tivesse ganho o campeonato, e depois dizer que não foi dessa vez. Primeiro porque não é o papel dele, segundo porque queimou a língua. Por isso perdeu ele. O Globo Esporte perdeu também porque criou o clima e da mesma forma (e não as Organizações Globo) se lenhou.
Dizer que eles perderam é bem diferente de dizer que o Brasil perdeu por causa da Globo. Como dizem as mulheres por aí: me poupe. Eu não fico vendo teoria conspiratória por aí não. Muito menos tenho complexo de vítima - e detesto quem a tem. Não jogo a derrota dos outros (ou minha) nas costas de terceiros.
A seleção perdeu pelos seus próprios defeitos. Assim como o Globo Esporte, que confunde muitas vezes o papel do jornalismo com o de cheerleaders: viram entusiastas de qualquer merda - exemplo disso é o tênis brasileiro, ou o próprio Rubinho.
Uma outra coisa importante é não radicalizar. Criticar Tadeu Schmidt não é atestar a sua incompetência. Uma crítica não é uma condenação. Se há algo que me irrita (assim como irrita a você) é essa atribuição de toda culpa à Globo ou à "mídia". Mas não queira que qualquer crítica seja uma tentativa de condenar a emissora, aí já é demais.
M.
eu odeio vôlei.
Amoêdo
Tadeu Schimidt faz o papel dele. Assim como a Globo, que é o de promover um produto comercial dela, no caso, os jogos da seleção brasileira feminina de vôlei no mundial da modalidade.
Está errada por isso? Não. Vendeu as cotas de patrocínio por milhões de reais e tem que dar retorno para os patrocinadores que investiram, para que eles voltem a ter interesse em patrocinar o produto em outras oportunidades. E como se faz isso? Comprovando que o público vê as marcas dos patrocinadores, através dos relatórios de audiência. E como se atrai o público a assistir jogos de vôlei em plena madrugada? Promovendo a miséria da seleção nos programas da grade da emissora. Não foi só o Globo Esporte. Foram matérias no JN, Jornal Hoje, Jornal da Globo, Bom Dia Brasil e até no Mais Você.
E vamos parar de ser idealistas românticos. A vida é assim mesmo. Todo mundo quer e precisa ganhar dinheiro. Com você não é diferente, comigo também não. Com a Globo ou qualquer outra emissora de tv, menos ainda.
O departamento de jornalismo faz parte dessa engrenagem. Tem que informar ao público, acima de tudo, é verdade, mas sem deixar de atender aos interesses comerciais da emissora. Em nenhum momento a Globo sonegou informações sobre a seleção de vôlei ou deixou de informar o que acontecia no Japão. Claro que fez o oba-oba dela, e tinha que fazer mesmo. É muita grana em jogo. Cada uma das seis cotas de patrocínios dos jogos panamericanos, por exemplo, foi vendida por R$ 90 milhões.
Se a Globo não mostra e tenta convencer as pessoas que estamos diante de uma seleção com plenas possibilidades de levantar o caneco, ninguém vai despertar de madrugada pra ver a porra dos jogos.
Quem não quer aceitar isso, que procure outra coisa pra viver. O mundo não vai mudar, felizmente.
Schimidt não perdeu coisa nenhuma. Mostrou, mais uma vez, que sabe muito bem fazer o que a emissora quer dele, sem perder o compromisso com a informação. Aliás, poucos como ele sabem passar informação de maneira tão leve, objetiva e descontraída, com um texto tão bom, ao menos em se tratando de esporte. Tá ainda com mais moral na Globo. Por isso que foi escolhido para cobrir os mundiais de vôlei no Japão. Por isso tem cadeira cativa como apresentador do Bom Dia Brasil e, por isso, ainda vai ganhar muito mais espaço na emissora.
O Globo Esporte também não perdeu coisa nenhuma. Não teve e nem terá a audiência diminuída por causa da derrota do Brasil e continuará no posto de programa esportivo de maior audiência e credibilidade do Brasil.
A Globo também permanece inabalada. Aumentou em 4 vezes a audência no horário durante o mundial. A final com a Rússia foi o maior índice registrado no horário desde a Copa de 2002. Os patrocinadores estão satisfeitos e cada vez mais dispostos em investir em formatos esportivos.
Já a seleção brasileira de vôlei feminino... essa sim, não tem o que comemorar, mesmo. Foi a única derrotada nessa história. Ela e Zé Roberto Bobalhães.
Funcionário padrão,
Dadá Marinho
Nota do autor: "Globo, a gente se vê por aqui."
E quem quer mudar o mundo?
Se o departamento de jornalismo tem que fazer sua parte e promover o esporte com entusiasmo, paciência, ela não vai deixar de perder em jornalismo.
Quando eu digo que a seleção de dominó do meu bairro bota pra fuder e ela perde, eu perco pela minha previsão. No caso, a emissora, o telejornal e o repórter perdem credibilidade. Não toda, evidente, nada que não possa ser recuperado depois, mas perde.
Então, não é um caso de "ame-o ou deixe-o". Não é que as coisas sejam assim e pronto. Quem assiste está pouco se lixando pra audiência (isso interessa para o setor comercial). A audiência quer outra coisa, quer informação crível. Isso é básico, ninguém quer ouvir um comentarista da Globo falando que a seleção de Dunga está jogando futebol arte, porque não está. Se o comentarista falar isso, perderá credibilidade.
Eu tô pouco me fudendo se a Globo dobrou sua arrecadação. Bom pra ela. Pra mim pouco importa. Quero uma análise confiável e jornalistas que me tragam algo além do óbvio. Se o jornalismo não conseguir se soltar da publicidade, mau pra ele.
A gente tem réguas diferentes.
M.
O jornalismo não vai se soltar da publicidade, ou então não se mantém jornal, tv, rádio, o que quer que seja e, consequentemente, os profissionais que trabalham nos meios. Pode desistir. Ou então faz um veículo com recursos próprios, sem precisar de anunciantes e mantenha-o com mágica ou a força do idealismo. Pode dar certo. Boa sorte! É a lógica do capitalismo, felizmente.
Concordo que o público quer informação crível. A Globo não deixa de dar. Eu, como telespectador, quero informação crível sim, passada de maneira atraente. Assista às matérias do Esporte Total, da Band, e do Globo Esporte, no mesmo dia. O contéudo é o mesmo. Mas o formato apresentado pela Globo é muito melhor. Aliás, o da Globo, apesar de ter menos tempo de produção, tem mais informação até.
Esporte é emoção. Não pode ser passado de maneira fria. É chato, não combina. O público do esporte não quer isso. Pesquisas comprovam. Tem que ter oba-oba, tem que se criar ídolos mesmo. E se o discurso não colar, não for coerente e o alvo não fizer por onde, o público reconhece. Veja o caso de Rubinho, por exemplo. Não correspondeu nas pistas, a Globo parou de encher a bola e já mudou o foco.
Continuo achando que a Globo não perde nada. Quem perdeu foi a Seleção Brasileira, que se mostrou e se assumiu como melhor o tempo todo e se fudeu.
O público não tá preocupado com audiência. Mas a Globo está. E sabe que só a terá se investir na qualidade de conteúdo. Esse compromisso ela tem. Por isso é a melhor e líder. Caso contrário, ninguém a assistiria, tanto.
Ah, e a Globo não encheu a bola da seleção de dominó do seu bairro, que ninguém nem sabe que existe, com todo respeito. Encheu a bola de um time invicto há dois anos, que tinha vencido todos, repito, todos os jogos da competição, inclusive contra as adversárias da final, é a atual campeã da liga, tem um técnico campeão olímpico e, portanto, tinha que ser tratada sim como favorita. Se elas não confirmaram as expectativas porque amarelaram, e não aguentaram a pressão, paciência.
Fã da Globo,
Dadá Marinho
Nota do autor: "Globo e você, toda a hora, tudo ver!"
Eu adoro publicidade.
Amoêdo
Gosto mais da visão de Márcio sobre jornalismo do que a de Darino.
Acho Tadeu Schmidt muito chato.
Por fim, porque a seleção brasileira amarelou? Será que não perdeu porque tinha uma boa eqipe do outro lado?
Esporte é assim mesmo.
Fui eu, Rafson, que escreveu o comentário aí de cima.
E eu não falei nem em acabar com a publicidade, nem em idealismos, muito menos em acabar com a lógica do capitalismo. Eu falo "a" e se lê "a ao cubo".
Eu, como Zé (sem trocadilhos), também adoro publicidade. Acho, no entanto, que cada um deve ficar na sua: cada um no seu departamento. Isso não quer dizer: "morte aos publicitários". Quer dizer, por exemplo, que quando um comentarista de futebol se confunde com um torcedor entusiasta, ele perde credibilidade, pois abdica da crítica, do jornalismo.
E sobre Rubinho... bem, foi preciso alguns anos pra descobrir o teor da piada abaixo:
Apenas bons amigos
Rubinho Barrichello admite: “Nunca fui próximo de Schumacher". Em geral, mantinha distância de uma volta.
M.
Sobre a discussão, eu não tenho mais o que falar. Já expus meu ponto de vista e fui bem claro.
Só uma coisa: eu não externei minha visão sobre o jornalismo, que é muito mais ampla, apenas um aspecto do jornalismo, que é o papel dele dentro de uma emissora de televisão comercial e que precisa vender para se manter. E só. Ah, e também não é apenas o que eu acho, falei como funciona. Pode se gostar ou não, mas é assim mesmo e eu acho correto e coerente.
Eu não acho Tadeu Schmidt chato. Está longe disso, na minha opinião. Mas gosto é que nem cu, cada um com o seu. Você deve gostar do Roberto Avalone então, exclamação!
Sobre a derrota da seleção, atribuo mais a seus próprios traumas do que à qualidade das Russas, que é indiscutível. Os times eram muito parelhos tecnicamente, o Brasil tinha a vantagem de ter feito uma melhor campanha e de não ter jogadoras com problemas físicos. Em situações de equilíbrio extremo como a dessa final, o que desempata são outros fatores, como o equilíbrio emocional, que as nossas meninas mostraram mais uma vez não ter.
Em 1950, por exemplo, acho que foi isso que aconteceu. Não tinha Globo, nem Tadeu Schmidt, mas a gente tomou no rabo, para o Uruguai, na final da Copa, em pleno Maracanã.
Sobre Rubinho, eu não comento. Tenho mais o que fazer.
Dadá Schmidt
Acho que o Jornalismo esportivo não se divide em Tadeu Schmidt e Roberto Avalone. Existem outros bons profissionais, alguns dos quais frequentam esse blog, que adotam outra linha de trebalho.
Não gosto do estilo "informalidade e oralidade exageradas" do Tadeu Schmidt, mas, mesmo dentro desse estilo, prefiro o André Plihal da ESPN. Avalone faz outro estilo mais chato ainda.
Acho, por exemplo, as matérias de Matheus, primo de Pedro, muito melhores que as do Tadeu Schmidt.
Quanto ao jogo, se as duas equipes eram parelhas, qualquer uma podia vencer o jogo, sem que a outra tivesse, necessariamente amarelado.
Como leitor e espectador de esportes, não gosto desses lugares comuns pra explicar as derrotas, como "faltou garra" e o "time amarelou". Se Oswald de Sousa fizer um estudo sobre os futuros comentários, aposto que dirá que essas duas causas aparecerão em 95% ou mais das derrotas de seleções brasileiras.
Rafson
Em tempo.
Mais uma vez, concordo com o último comentário de Márcio.
Rafson
ps: depois de vê-lo defender com tanto ardor os Tucanos, é bom concordar com ele agora!
Com todo respeito a Matheus, que também gosto, prefiro Tadeu Schimidt, ainda. Mas Matheus vai chegar lá!
A seleção pode até ter perdido mesmo porque a Rússia foi melhor, mas, com certeza, não perdeu por causa do clima de já ganhou, criado, supostamente, pela Globo.
Não acho que faltou garra. Faltou controle emocional pra fechar um jogo que tava na mão. A mesma coisa que faltou na semifinal das Olimpíadas. São coisas diferentes.
Apesar de ser lugar comum, falta de garra e controle emocional falam alto, e muito, em competições esportivas. Não é só condicionamento físico e capacidade técnica que fazem um vencedor. É um conjunto de coisas. Não dá para dissociar. Se o cara não tiver a fim de jogar no dia, pode ser o melhor, vai perder. Se for melhor, estiver nervoso ou com pouca confiança, pode até ganhar, mas vai ser mais difícil. As Russas foram mais concentradas e equilibradas, na minha opinião, e isso foi fundamental para o sucesso delas.
E quer saber? Elas amarelaram mesmo. Se é lugar comum, paciência. Mas foi fato.
Dadá Schmidt
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