sábado, novembro 25, 2006

A volta do orgulho tricolor

O Bahia voltou a me encher de orgulho. Não pelo time, que continua uma lástima, infelizmente. Mas sim pela espetacular manifestação promovida por aquela que, para mim, é a mais apaixonada e, sem dúvida, mais sofrida torcida do país.

Num feito inédito na história deste país (como diria o presidente Lula), uma torcida de futebol foi para as ruas protestar pela péssima situação do clube e exigir a renúncia dos dirigentes atuais, em especial, Paulo Maracajá, que comanda o Tricolor desde 1979.

Como tudo que envolve o Bahia (na alegria e na tristeza), a manifestação pacífica teve proporções gigantescas: cerca de 50 mil fiéis tricolores foram atrás do trio-elétrico do Campo Grande à Praça da Sé, em um lindo e comovente ato de amor, em mais uma tentativa apaixonada e desesperada de tentar salvar o pouco que resta da agremiação que amam.

Foi a, repito, primeira vez na história do Brasil, quiçá do mundo, que uma torcida de futebol se organizou, e com tanta gente, para protestar nas ruas. Antes, protestos contra dirigentes futebolísticos significavam meia-dúzia de carros de jogadores quebrados, muros pichados e vidraças de sedes sociais apedrejadas.

Mais uma vez, a torcida do Bahia deu show e emocionou. Não participei, apesar de não faltar vontade. Tenho rabo-preso com os dirigentes atuais e preferi não ser ameaçado de retaliação visto que tenho mais 20 parcelas a receber do acordo trabalhista firmado com eles na justiça.

Felizmente, a torcida do Bahia não é feita somente de acovardados paus-no-cú que preferem a estabilidade financeira e o pagamento das dívidas a jogar tudo para o alto por puro amor pelo clube. Ou eu não amo o Bahia tanto assim, ou me amo mais que ao Bahia, ou, simplesmente, as agruras dessa vida e as seguidas desilusões provocadas pelo clube me tornaram uma pessoa mais racional, apesar de mal-educada, na visão de Willow e Marina.

Que seja. Sou feliz assim mesmo. E muito. Conviver comigo é uma simples questão de escolha.

(Entretanto, discordo da visão da dupla. Posso ser -posso não, sou-, a depender das circunstâncias, rude, grosseiro, estúpido, agressivo, pavio-curto, impaciente, falastrão, imaturo, desatento, teimoso, injusto, escroto, insensível, nervoso, convencido, covarde, intolerante, impaciente e rancoroso, mas, mal-educado, me perdoem amigos, eu tenho plena consciência que eu não sou. Deste mal, ao menos na concepção do que o termo educação representa para mim, eu não sofro mesmo. E me orgulho de não ser nem de longe. Isso eu aprendi bem com Lurdinha.)

Voltando ao que vem ao caso, queria apenas expressar o meu extremo orgulho por, apesar de talvez não poder ser considerado um tricolor legítimo, fazer parte desta legião de tricolores (eu ainda me sinto um deles, apesar da covardia), que acabam de fazer história no futebol brasileiro.

É o Bahia, primeiro campeão brasileiro e primeiro representante do Brasil na Libertadores, voltando a ser vanguardista, dessa vez, fora dos campos.

Muito orgulhoso e emocionado,

BORA BAHÊA MINHA PORRA!

Dadevolvam o Meu Bahia!

9 comentários:

Manelé na Tela disse...

Ainda sobre a manifestação:

1 - Apesar de ser a primeira manifestação nas ruas de uma torcida de futebol na história e de reunir mais de 50 mil pessoas, a mobilização da torcida tricolor não mereceu sequer uma chamada de capa dos principais sites esportivos do Brasil (até agora, 03h46). Estou me referindo à cobertura dos sites, porque não vi os telejornais nacionais noturnos (tava comendo água com a galera e ouvindo que sou mal-educado). A manchete do momento no Globoesporte.com é que um filho da puta comprou uma camisa do Flamengo por R$ 300,00 só com moedas... com todo o respeito, VÁ TOMAR NO CÚ quem edita esse lixo...;

2 - Exceção do blog do Juca, que deu amplo destaque à passeata (antes e depois), justiça seja feita;

3 - Se dois torcedores do Palmeiras apenas rachassem um vidro da sala de troféus do clube, a repercussão seria muito maior... impossível entender isso, Marcinho, na moral. É inaceitável. Nunca, repito, nunca 50 mil torcedores se reuníram com o único e exclusivo objetivo de pedir a renúncia de dirigentes de um clube de futebol. Só pela reunião de tanta gente em pleno dia de semana, em horário de expediente, já valeria a notícia....;

4- Quero que Lídice da Mata e Nelson Pelegrino MORRAM. A partir de hoje não terão jamais meu voto. Dupla de oportunistas vagabundos. em 18 anos acompanhando exaustivamente o Bahia, sendo os seis últimos como funcionário, nunca ouvi da boca desses filhos da puta que eram torcedores do clube. Jamais moveram uma palha para ajudar o Bahia, nunca se insurgiram contra a situação calamitosa que o Tricolor vem atravesando, nunca se assumiram publicamente como tricolores, nunca foram no Fazendão ou na Fonte Nova, não sabem sequer o nome de um jogador (se perguntarem o nome de um atleta atual do time a qulquer um deles, certamente vão dizer Bobô), devem ter descorberto hoje as cores das camisas, e aparecem de tricolores fervorosos e apaixonados na passeata, para pegar carona e tentar alavancar popularidade. Francamente, Lídice e Pelegrino, vocês não precisavam disso. A eleição já passou, vocês foram eleitos. Ainda aproveitam a desgraça alheia para tentar aparecer, sem o mínimo respeito ao sofrimento dos outros? VÃO SE FUDER CAMBADA DE APROVEITADORES!

Era isso.

Feliz com o desabafo,

Ufa!

Dadevolvam o Meu Bahia!

Manelé na Tela disse...

Também, com trio puxado por Cid Guerreiro...

Paulo Maracajá

Manelé na Tela disse...

Não saí por aí procurando, mas vi no blog do Juca e vi onde mais interessa, na Rede Globo.

Agora, nada posso eu fazer (a não ser criticar) a matéria de Ivan Andrade (é esse o nome dele?). Péssima, pois tratou a assunto como "carnaval antecipado" e não como uma manifestação histórica para o esporte nacional. Ele falou em mais de 10 mil pessoas.

Ah! como o repórter falou em "carnaval antecipado" e de uma torcida que esqueceu o trabalho para ir atrás do trio elétrico, não é de estranhar uma edição que preferiu as imagens de gente dançando nas sacadas e entrevista com Cid. Eu preferiria a imagem da torcida pulando com seu "Bamor arrêa" e a cena da Castro Alves da multidão ajoelhada cantando o hino do Senhor do Bonfim.

Mas, você sabe como é, os repórteres esportivos adoram o lúdico, adoram associações fáceis e idiotas, adoram a superficialidade e bobogens engraçadinhas, como trocadilhos (outra vez, o repórter pra falar do gol de índio me fala em "programa de índio", um imbecil que ignora o sentido da expressão). Que se pode fazer se o jornalista não ajuda? Ivan Andrade fez da manifestação um carnaval. Que manifestação séria essa!

Se existe preconceito, é um preconceito reproduzido de repórteres (e pessoas comuns também) que adoram associar tudo que é baiano com festa e carnaval.

Mas não são todos, vide Juca.

M.

Manelé na Tela disse...

Ai, que texto mais mal eudcado.

Vera Loyola

Manelé na Tela disse...

Não sei se a manifestação vai ajudar o Bahia, mas pelo menos trouxe o mito, a lenda, o inesquecível Cid Guerreiro de volta. Ilariê!

Amoêdo

Manelé na Tela disse...

Concordo em gênero, número e grau com suas críiticas à Ivan e Marcus Pimenta, o repórter do "programa de índio". Essa foi péssima mesmo. Vi as duas matérias. O primeiro é ruim mesmo. O segundo, na tentativa de inovar, às vezes faz merda, mas é um bom repórter, principalmente ao vivo, e um bom amigo.

Mas a minha crítica foi à repercussão na internet, não falei da cobertura da TV, pois sabia que a Globo ia dar destaque.

Reitero: minha bronca é com relação à repercussão nos principais sites do paí, que, simplesmente, não aconteceu.

Dadevolvam o Meu Bahia!

Manelé na Tela disse...

Você mudou o foco porque sabe, apesar de não querer admitir, que a omissão dos sites é injustificável.

Cid Dadá

Manelé na Tela disse...

Acho injustificável, mas não acho que seja por preconceito.

M.

Manelé na Tela disse...

Enfim, o consenso.

Dadevolvam o Meu Bahia!