Sobre a quantidade de CPI’s supostamente “enterradas” por Alckmin na Assembléia Legislativa de São Paulo o que temos, pelo menos no comentário de André Petry, é um número espetaculoso: de 61 CPI’s “enterradas” inferem-se logo grandes escândalos, né não?
No entanto, Petry não nos diz, por exemplo, que a não instalação das CPI’s se deram porque as denúncias eram infundadas, ou absurdas, não diz se apenas eram ameaças da oposição, e, pior, nem diz quais os escândalos que supostamente teriam sido abafados por Alckmin.
Em primeiro lugar, a instalação ou não de uma CPI é de responsabilidade do Legislativo. Por mais que Alckmin tenha a maioria na Assembléia, assim como Fernando Henrique e Lula tiveram no Congresso, uma CPI dificilmente consegue escapar de escândalos graves.
CPI’s são instaladas em casos graves, onde existam fortes indícios de crime, e quando isso acontece, a força da opinião pública é tão forte que mesmo a maioria da situação não consegue barrar sua instalação – caso p. ex. das CPMI’s desse governo ou do governo FHC.
CPI’s são fontes de investigação política, e por causa disso, entra no jogo político, desde os pedidos de instalação, até as suas conclusões. Poderíamos desse número, além de pensar, “existe muito escândalo abafado”, poderíamos inferir, “existe muito terror da oposição”.
Acho as duas opções plausíveis, só que em bem menores medidas. Existe, claro, um jogo duro da oposição para desestabilizar o Governo e uma articulação da situação para minorizar as denúncias. É um jogo político amplo e que envolve todos os partidos – não só PT e PSDB.
No mais, existe uma particularidade da legislação da Assembléia paulista: é muito difícil a instalação de CPI’s. Existe, inclusive, um projeto do Presidente da Assembléia, do PFL, opositor à Alckmin, porém de partido aliado ao PSBD, para facilitar instalações de CPI’s.
No final, vejo três coisas: primeiro: um número exagerado em um comentário malicioso de um jornalista que deixa as coisas pela metade; segundo: a força de Alckmin na Assembléia; terceiro: a fraqueza da oposição diante de um Governador que beira os 80% de aprovação.
Claro que é preciso investigar. No entanto apenas lançar um número de CPI’s “enterradas” não diz nada. Um jornalista desses deveria dizer que acusações foram levantadas e mostrar alguma conclusão do Ministério Público, no mínimo. Desse jeito, eu não caio nessas falácias.
Ainda há um outro texto!!
Posto amanhã
Márcio
domingo, abril 09, 2006
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4 comentários:
Ainda sobre a questão dos vestidos:
1 - Até agora foi comprovada apenas uma doação de Lu Alckmin para instituições de caridade e, pior, depois que o caso exlodiu na imprensa. Coisa feia.
2 - Eu tô cagando se Marisa cometeu o mesmo erro. Uma falha não justifica a outra. Para mim, estão as duas erradas e os maridos, coniventes, idem. Esse foi o seu pior argumento, Marcinho.
3 - Lu admitiu ter recebido "apenas" 40 vestidos, o que daria um montante entre 120.000 a 200.000 reais. Isto embora o estilista Rogério Figueiredo tenha afirmado à Folha de SP que doou 400 peças, o que equivale de 600.000 a 1 milhão de reais em presente para a primeira dama paulista. Só um lembrete - a comissão de ética pública de Brasília rege que um político pode receber presentes de até 100 reais.)
4 - Eu não quero derrubar ninguém. Eu só queria que um não continuasse e que o outro não chegasse ao Palácio do Planalto. Vai ser difícil derrubar o sapo barbudo, que parece ter um corpo de elitores blindados (ou seria alienados?) contra seis gritantes e públicos casos de corrupção e crime. Mas o Picolé de Chuchú é fácil. Isso parece brincadeira de criança, ou melhor, de Garotinho... (heheheh... 20% x 15%... perder pra esse pulha é foda). O próprio PSDB já pensa em voltar atrás e recolocar Serra no páreo. O picolé tá derretendo...
5 - Só para completar, para mim, o caso dos vestidos tá mais do que explicado.
Beijos...
Eu nunca disse isso neste blog:
Meu nome é Dadá!
Ah, desculpe, esqueci de dizer: é plausível sua explicação sobre as CPIs, ainda assim, o montante assusta. É difícil não pensar que uma delas não teve o dedo de Alckmin para ser barrada...
Dadá
Sobre os vestidos:
1. Também acho lamentável, um sinal visível de deslumbramento das primeiras damas, tanto a do operário quanto a do pindamonhangabense.
2. Concordo que uma falha não justifica a outra, mas pra mim o caso ainda não está exclarecido, não.
3. Acho bom que a comissão de ética pública de Brasília não recomende o recebimento de presentes acima do valor de 100 reais para políticos. Embora as primeiras-damas não sejam cargos políticos, acho que a elas deveria a norma se aplicar também.
M.
Ah! Sobre as CPI's também acho que algumas não se instalaram com um dedo de Alckmin, afinal, nenhum governante quer uma CPI investigando o que quer que seja, afinal, é sempre imagem negativa que sai dali.
M.
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