As proporções a que chegaram os escândalos neste governo são imperativamente maiores que a de outros governos, pelo menos na nossa história recente. Vá lá, desconsidere o “imperativamente”, ainda assim a proporção é bem maior.
Quem foi pego em um esquema de corrupção sistemática foi o PT. Por mais que CPI’s tenham sido obstruídas, ou sequer instaladas no governo anterior, isso não diz que na era FHC a corrupção tenha sido de iguais proporções, e muito menos prova.
O governo Fernando Henrique, de fato, viveu um período parecido com o governo Lula em muitos aspectos - como tendo maioria legislativa e um bom trânsito na imprensa. Porém cada um ao seu modo assumiu a sua forma de governar.
Na sua maneira de fazer política, seja na situação ou na oposição, o PT sempre foi ostensivo, mordaz e adverso como nenhum outro - a ponto de preferir não instalar CPI’s sobre o governo anterior para que sempre reste a dúvida no ar.
Exemplos disso: o PT preferiu desistir do dossiê Cayman (fraudulento, como Thomas Bastos provou a Lula), nunca passou da ameaça de instalar a CPI das privatizações, e pior ainda, nem faz esforço algum para instalar a de compra de votos da reeleição.
Essa última, por sinal, mereceria ser a CPI do Fim do Mundo, pois seria jogar merda no ventilador. Afinal, o governo FHC tinha maioria no Congresso e não era só ele o interessado pela emenda: prefeitos e governadores de todos os partidos se beneficiariam.
O “porém”, no entanto, é necessário. O ceticismo tupiniquim sempre irá desconfiar de qualquer governo. Ninguém acredita que qualquer governo seja o marco da lisura. E isso não pelo lado positivo, como se a maioria da população fosse crítica.
Não. Exemplo é que a maioria da população hoje acredita que haja corrupção no governo e que Lula tem, inteira ou relativa, responsabilidade por ela. No entanto ele tem pra lá de 40% dos votos e seu índice de rejeição tem caído.
O mesmo, por sinal, aconteceu com FHC. Em 1998, segundo colunista d’O Globo, uma grande parcela da população acreditava que havia corrupção no governo federal. O resultado: eleição do mesmo no primeiro turno.
O problema da política na minha não-modesta opinião é que a população tem esse senso-comum impregnado: todos são iguais e roubam. Nisso a maioria se anestesia. Existem indícios para todos os lados, e o que fazer? Tomá-los como natural? Não.
Recentemente FHC disse em entrevista que eleição é antes de tudo uma aposta que nós, eleitores, fazemos. Existem graus de confiança e desconfiança, e ambos se sustentam na conformidade do discurso, do programa e da ação - neste caso, governamental.
No mais, ao contrario de muita gente, acredito que o caminho é justamente o fortalecimento dos partidos. Quanto mais se destacarem a competência na administração de uma nação, menores serão os Lulas, os Chávez, os Morales, os ACMs, os Fideis...
Ta foda!!
Sem mouse não existe vida no computador!!
Vou ali ver se compro um...
Márcio
terça-feira, abril 11, 2006
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