Como prometi ontem, existe esse terceiro texto aqui, que começa com piadinha metafísica no título. Isso porque discordo de você, Darino, em um ponto fundamental: eu não acho que crime é crime; aliás, acho sim, mas é diferente: acho que nem todo crime é qualquer crime.
A discussão já está pra lá de longa, mas é com isso que queria concluir: os crimes se diferenciam na gravidade e devem ser enquadrados na medida dela. De novo aquela coisa: não dá pra igualar o que é desigual, senão nós perderemos o grau de gravidade das coisas.
Não é óbvio que um crime de caixa-dois seja diferente de um crime de corrupção? Tanto é que o PT quis mascarar o último no primeiro para sair com o crime menor. Claro. E fez mais, disse, “todo mundo faz”. Crime é crime? Claro que é. Mas cada um tem a sua devida cara.
Com isso não quero minimizar crimes ou muito menos justificá-los. Não. Eu acho aquele mesmo clichê de que todos os crimes devem ser punidos. No entanto, tenho que dizer, cada crime deve ser punido de acordo com o agravo que provocou: nada a mais e nada a menos.
Meu voto
Não declaro meu voto a Alckmin por ser anti-Lula, nem no PSDB por ser anti-PT. Voto em ambos por acreditar num direcionamento e numa forma de governo que eu julgo ser a melhor. Não só quero que Lula e o PT caiam, quero eleger Alckmin e principalmente o PSDB.
No entanto, com isso não estou dizendo que escolhi o PSDB como um antigo PT. Não sou devoto condicional dos tucanos. Deixo essa tarefa restrita aos dogmas dos petistas. Eu tenho meus “poréns” para o PSDB, também tenho dúvidas, mas o que tenho mais são convicções.
Não voto em Alckmin como o digno probo, embora não o acuse, ainda, do contrário. Não faço dele o messias que fizeram de Lula. Muito menos voto em sua imagem pessoal, embora seja difícil escapar de imagens. Quem ainda vota em ícone é a maioria que votará em Lula.
Temos de moleque
Ontem já tive meus tempos de esquerdista. Coisa de moleque. Hoje desisti dessa polaridade extremamente oposta, nenhum nem outro, e sou mais destro do que qualquer outra coisa. Não entro nesse debate, até porque poucos são os que conseguem definir esquerdo e direito.
Mesmo que não tivesse existido o mensalão, votaria, ainda assim, em Serra e no PSDB. Não desisti do PT porque me senti traído, ou porque o partido mentiu, eu simplesmente pude observar de perto a essência de um petista com poder: controlador, regulador e autoritário.
Essas palavras são espetaculosas também. Eu sempre achei que fossem. Nunca cedi às opiniões da oposição que atentavam para a falta de simpatia petista pelas instituições democráticas. Bom, isso até ver tantos exemplos da falta de jeito do PT com a democracia.
Isso para mim me causou surpresa, e confesso, foi difícil de acreditar. Mas sabe como é, nesses últimos quatro anos, o PT mesmo fez questão de reiterar esse aspecto, enfiar goela abaixo, mesmo: eu até tinha minhas cegueiras, mas o PT insistiu tanto que eu tive que ver.
Essa de certo foi a minha maior surpresa. Decepções eu tive inúmeras. Corrupção foi decepção, não tanto surpresa, a não ser na proporção. Seguir a política de Malan, colocar tucanos, como Meirelles, na economia foi surpresa, mas não decepção, vi nisso uma virtude.
FHC um dia disse “esqueçam o escrevi”, talvez com uma sinceridade ingênua. Nesse governo, o PT disse, ou melhor, provou, “esqueçam o que dissemos que éramos e o que dissemos o que íamos fazer”. Se um errou pela sinceridade, o outro mentiu para então errar.
O PSDB fez e faz o favor de ser bem claro naquilo que acredita ser o melhor, mesmo que sejam medidas pouco populares, como a política de privatização e o parlamentarismo. O PT se enche de mito pra se dizer uma coisa que não é: democrático, competente e renovador.
Um parêntesis e uma conclusão
Ontem Gil foi entrevistado no Manhattan Connection. Foi engraçado como não conseguiu responder uma pergunta e como foi tão fácil entrar em saia justa. Isso só porque Lúcia Guimarães lhe perguntou sobre a falta de tato com as críticas e a liberdade de expressão.
Quem puder, veja, hoje reprisa, é engraçado. Em menos de cinco perguntas o ministro passa por uma descompostura e se enrola todo pra responder. Não disse nada. Mainardi, claro, riu e disse pra Lúcia, que adora Gil, “que cara chato! ninguém entendeu uma palavra, nem ele”.
O pior disso tudo é que o PT tem esse espírito na raiz e não vê nenhum mau nisso. Tarso Genro, o idiota, é um grande exemplo disso, ele que diz que o PT fortaleceu as instituições!! Quais?! Correios? Banco Rural? A Caixa? A Polícia Federal? A Abin? O STF? O Congresso?!!
O problema é que isso não é um partido somente, é uma corrente, é até uma cultura (está incrustado no espírito do "tudo pela causa"): centralizadora, assistencialista, populista, controladora, do novo “superpresidencialismo”: eu digo, afirmo e reitero: eu tenho medo!!
Quem conseguiu chegar ao final, amém!!
Vou voltar à música
Márcio
segunda-feira, abril 10, 2006
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5 comentários:
Só pra dizer q eu cheguei até o fim... depois eu comento.
O cometário acima foi meu.
Meu nome é Dadá!
Leia o de Boris, acho que você vai concordar.
Com ele, não sei se comigo...
M.
Muito bom.
Porém, Heloisa Elena já!
Ufa!!!!
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