sexta-feira, dezembro 01, 2006

Boa série, um vacilo e uma boa pauta.

Muito boa série de reportagens a do Globo Esporte sobre os “andarilhos” do futebol. Túlio, Sérgio Manuel e mais dois jogadores contaram suas andanças pelos milhares de clubes por que passaram, mostrando por tabela uma face do futebol de pouco glamour: times pequenos, campeonatos sem expressão, futebol mal jogado, ostracismo e velhice: ah! a velhice...

O Globo Esporte só deu mole em uma coisa. Na reportagem de hoje, Maurílio (ex-jogador do Palmeiras campeão de 1992 – foi 92?) fala dentre outras coisas sobre os complôs (verdadeiros!) de jogadores para derrubar técnicos. Ele conta que alguns deram certo (como no Grêmio), mas não especifica quando. Está aí o mole: a reportagem deveria esclarecer.

Vamos a um exemplo. Maurílio revela que houve uma reunião para derrubar técnico no Palmeiras. Ele diz que foi convocada por jogadores “de seleção brasileira”. Como Maurílio jogou na época em que o time foi campeão brasileiro, posso especular Roberto Carlos, Rivaldo, Antônio Carlos, Evair, Edmundo, César Sampaio, Edílson... mas quais deles?

Bom. Acho que a reportagem poderia especular e “apertar” o jogador para contar mais. É interessante. Acho que é uma boa pauta para o jornalismo esportivo e por isso o assunto deveria ser repercutido. Gosto de jogadores que não seguem a cartilha do bom-mocismo (preciso estudar hifenação!). Esses últimos são os símbolos que amamos, aqueles são os apelidados de “marrentos”.

Os marrentos dão boas pautas!

Márcio

2 comentários:

Manelé na Tela disse...

Tb preciso estudar ifenação... Erro quase todas...

Boréstia

Manelé na Tela disse...

Gostei muito das matérias. Enfim uma temática interessante e muito bem trabalhada pelo repórter que eu não sei o nome. Mas ficaria ainda melhor se foi feita por Tadeu Schmidt. rsrsr

A melhor, no geral, foi a matéria de Túlio, principalmente o texto. As melhores imagens foram as de Maurílio, bem como as melhores e mais polêmicas declarações. A de Sérgio Manoel foi meia-boca e a de Leonardo Sena eu não vi.

Maurílio jogou no Palmeiras em 1992, mas foi Campeão Paulista e Brasileiro em 1993 e 1994 (com direito ao gol que contribuiu para a eliminação do Bahia, nas quartas-de-final, em 1994... ah, saudade...).

Eu não acho que houve vacilo na reportagem. O repórter deve ter questionado e apertado Maurílio a contar, mas o jogador simplesmente não quis e a negativa dele provavelmente foi cortada da edição. O que é absolutamente natural e compreensível.

Acho que a reportagem já prestou um papel altamente relevante e já é histórica, por mostrar pela primeira vez em rede nacional um jogador profissional admitindo que atletas fazem corpo-mole para derrubar treinador, mesmo que isso custe derrotas e prejuízos à própria equipe. O que, para mim, não é novidade.

No Bahia, já presenciei as tais reuniões a que Maurílio se referiu. Aconteciam ou no vestiário, após o treino, ou no quarto de um dos jogadores, na concentração. Quatro ou cinco no máximo. Os líderes. As vezes, havia a conivência de outros membros da comissão técnica. Arregimentar o resto era besteira. Jogador de bola é altamente manipulável. Basta ter um bom papo.

No Bahia, eram “jogadores” muito menos badalados, é verdade. Mas acho que o mecanismo é o mesmo. Na minha experiência, além de tirar o pé do acelerador, como Maurílio citou, os jogadores simplesmente inventavam contusões para não jogar ou provocavam expulsões para fritar o treinador. Num jogo do Tricolor, dois foram expulsos só para fuder com o técnico. Isso sem contar outros quatro que se “contundiram” na antevéspera. Deu certo, nesta e em outras oportunidades. É a velha máxima: é muito mais fácil demitir o treinador do que o elenco todo.

A totalidade dos complôs tricolores teve o meu apoio!

A favor da fritura dos incompetentes,

Paulo Maradadá