domingo, outubro 01, 2006
Meu medo venceu a indignação
É contraditório, altamente passível de críticas, as mais ferrenhas. Abriu uma ferida imensa na consciência e minha declaração aqui nada mais é do que uma tentativa de passar um pouco de “mertiolate” nessa pereba mental. Espero ter sido a decisão correta, apesar de não ter tanta certeza disso, nem na hora que eu fiz, nem agora, muito menos, aliás. Mas, vamos ao fato.
Depois de passar dois anos indignado e perplexo com as freqüentes descobertas de algumas das imoralidades (para ser sutil) do atual governo federal, desferindo vorazes ataques ao atual presidente (dos quais vocês foram testemunhas graças ao nosso amigo Manelé na tela), de quem, outrora, fui fã incondicional, não é que eu fiz a merda de votar em Lula agora a pouco?
Vamos aos fatos. A culpa foi do Jornal Nacional deste sábado, véspera das eleições (o fato de ter amanhecido completamente bêbado na beira da praia ao lado dos comparsas Zé e Cara de Rato nada tem a ver com isso, eu juro). Bonner e Fátima divulgaram os números das pesquisas para o primeiro turno – Lula e os outros empatados com 50% e a possibilidade real de segundo turno. Até aí tudo bem. Mas eis que vem o fato estarrecedor: numa simulação de segundo turno, Chuchu aparece empatado com Luladrão.
Fiquei angustiado com a possibilidade de Chuchu ganhar e isso não tem nada a ver com você, Márcio. Tem a ver com ACM, Tasso Jeressati, Bonhaussem, FHC (principalmente), PFL e tudo (de ruim) que eles representam. A essência desses caras está no poder desde que o Brasil é Brasil. São filhotes da ditadura militar, herdeiros da extrema-direita e do sistema de poder que, ao longo dos anos, deixou o Brasil do jeito que é hoje – um país moralmente esfacelado e completamente injusto.
Percebi que estava numa encruzilhada. Como diria Nei Matogrosso: se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Há algum tempo já tinha decidido não me omitir. Anular o voto não ia me levar a nada. Seria deixar que os outros escolhessem o meu futuro por mim. Decidi ser um pouco mais corajoso. Pensei, pensei, pensei e escolhi a menos pior das opções que, ao meu ver, é Lula.
Fez um governo imoral, é verdade, e não preciso falar pela enésima vez o que todos já sabem. Porém, foi um governo de realizações. De muito assistencialismo, propaganda, populismo, corrupção, é vero, mas foi uma boa administração e até os mais ferrenhos críticos admitem isso. Não fossem as falcatruas que, no mínimo, foram ignoradas pelo chefe, entraria para a história como uma das melhores administrações públicas da história do país. Sua alta popularidade nada mais é do que reflexo disso, além de ser sintoma da falta de informação e capacidade de perplexidade e indignação da população brasileira.
Imoral por imoral, FHC, Chuchu e cia também são. Ou ACM é um exemplo de idoneidade? Ou a aprovação da reeleição não foi a mãe e o pai do mensalão. De imoral por imoral (e é triste constatar que são parcas e medíocres as opções que nós eleitores brasileiros temos), preferi ficar com quem, tirando o lado podre, eu me identifico mais e sinto que me representará menos deploravelmente que ACM e companhia.
E tem outra coisa. Por bem ou por mal, a maioria dos responsáveis pelos atos de corrupção do governo Lula caíram, enquanto os comparsas do PSDB estão soltos. Mais. É inevitável a vitória de Aécio daqui a quatro anos, portanto, o PSDB terá a sua vez de voltar e, na minha opinião, se perpetuará no poder federal, porque, pós-Lula, acho difícil surgir alguém com força de derrota-los. A não ser que um possível próximo mandato do presidente seja extraordinário e limpo. Convenhamos: muito difícil, mas, resolvi apostar nisso. Em suma, não quero antecipar em quatro anos o meu sofrimento.
Bem, é isso. Ufa!
Obrigado pela oportunidade de compartilhar minha angústia.
Desculpa Cristóvam, mas, em face ao exposto, não adiantaria votar em você, apesar de considerá-lo o melhor entre os candidatos. Fica pra 2010, eu prometo.
Confesso: infelizmente, não é meu primeiro ato imoral.
Tentando justificar o injustificável e em crise existencial,
DS
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43 comentários:
Tudo bem, Dadá, você evitou ACM e caiu no colo de Jader Barbalho, Orestes Quercia, Newton Cardoso, Ney Suassuna, Gedel, José Sarney e Renan Calheiros. Ainda mais agora, depois que os principais nomes do PT estão "enfraquecidos" (e é entre aspas mesmo), e que o PMDB minou Garotinho e a ala oposiconista do PMDB pra que Lula pudesse ter folga no primeiro turno, agora sim que essa galera gente boa do PMDB vai colar em Lula.
No mais, atente para uma coisa: o lulismo é o carlismo de esquerda.
M.
Mas racionalmente, pra quem não quer Alckmin na presidência, é bom votar em Lula agora, porque é mais difícil ter segundo turno do que Alckmin ganhar a presidência.
E se Lula ganhar, também não se preocupe, a gente vai pro "tapetão". TSE nele!
M.
Pra ser bem lulista, é a máxima do goleiro quando desferem um cacete em cima dele: ou agarra ou deixa o pau entra. Se fode do mesmo jeito. Do lado do PSDB e cia, não tem Lula. Essa é a diferença. A única.
Votei no mito. Espero não me fuder. Tô pagando pra ver o pau entrar de novo... eu sei.. paciência...
Por que não lançaram Suplicy pra presidente?
Desgraça!
Dadá
Se for pro segundo turno, Chuchu atropela...
M, tava num mato sem cachorro. Mas, PSDB de novo, definitivamente, NÃO!
Dadá
Prefiro o mito da caverna de Platão.
Popovick.
Quem vota em mito se fode desde já. O perigo para qualquer país está no mito que se forma de pessoas que são comuns. Atrás dos mitos estão as piores atrocidades que podemos imaginar. Olha o mito estúpido que criamos em Getúlio. E Ché, e Fidel, e ACM, e Stalin, e Lula, são todos mitos. Eles se aproveitam disso para que em nome de uma ética particular fazer o que quiserem. Melhor votar em Cristovam do que votar em alguém que se compara a Cristo, que se crê "pai dos pobres", que em cuja "onisciência" "não sabe de nada"!
M.
M.,
Queria parabenizá-lo pelo resultado da eleição presidencial neste primeiro turno. Depois de Alckmin, você foi o maior vencedor. Foi persistente e acreditou em Chuchu até o fim e, agora, tem suas esperanças mais revitalizadas do que nunca.
Entretanto, como não tenho planos de morar fora do país pelo menos nos próximos quatro anos e, logo, preciso me posicionar, prefiro Lula.
Acho que ele vai atropelar Chuchu nos debates. É esperar para ver.
Feliz pela vitória de Wagner e a inesperada derrota do Carlismo (Duda, você é pé-frio: votou e os caras perderam! hahaha),
D.
É, ME IDENTIFICO MUITO COM ESSA ESQUIZOFRENIA POLÍTICA, depois de ter votado, em uma mesma eleição, em candidatos de partidos aparentemente dispares como PSDB, PSB e PT.
Viva não sei o quê!
Pedro.
Praticamente todos, senão todos, que você citou também foram base de apoio de FHC em algum momento e seriam base de apoio de alckmin também.
Ou você acha que Sarney iria pra oposição?
Quanto ao problema da mitificação, concordo plenamente. Mesmo assim, ainda prefiro o PT corrupto, mas, com alguma base social ao PSDB corrupto e sem nenhuma base social.
E segundo turno é feito pra escolher o menos pior mesmo. Pelo menos, acho escolher alguém, mesmo a contragosto, mais inteligente que votar nulo.
Rafson
Zumbi, Luther King, Gandy, Malcon X, Chico Mendes, Mandela.... Acho que votaria em alguns desses mitos...
Boréstia
Para Boréstia: é, amigo, você votaria nesses mitos mesmo, até porque para serem mitos pressupõem que pouco se saiba sobre eles; pense um pouco no que você sabe de eficiente sobre eles, acho que eu não seria leviano em afirmar que você não passa de cinco linhas sobre cada um.
Para Rafson: sobre as alianças, acho que elas devem ser feitas, cada um assumindo o desgaste que elas provocam; os exemplos foram enumerados para desfazer a mística de quem diz que não vota em Alckmin por causa da aliança com ACM; alianças devem ser feitas, sim, com partidos diversos e com a diversidade que eles representam; o problema são as concessões que se fazem nessas alianças, aí cada um que carregue sua cruz; no mais, com você concordo que a gente deve evitar o mal pior, só discordo quanto ao representante desse mal.
Darino: Não acho que Lula atropele ninguém em nenhum debate; e mais fácil é alguém ter que ir morar fora com um governo Lula do que com outro governo qualquer; do jeito que tá a briga política, Lula vai ter que governar com o discurso messiânico, ainda mais forte até; a tendência é ele querer atropelar o congresso e confundir métodos com objetivos, quem sofre a democracia.
Pedro: Clodovil se elegeu - e com grande votação!!
M.
"Atrás dos mitos estão as piores atrocidades que podemos imaginar"... A afirmação é sua e não concordo. Não acredito em mitos, a não ser Luiz Gonzaga, e sei que ninguém é santo. Independente do número de linhas que conheço de cada um deles, não acho que vc saiba muito mais do que eu. O que vc sabe sobre eles???Sobre o caso que tenho mais conhecimento, o de Chico Mendes, o livro Crime e Castigo revela uma figura à frente de seu tempo, uma grande liderança seringueira e um cara que sabia dialogar com todos, inclusive com seus inimigos. Não o considero um mito estúpido comparável a ACM ou qualquer outro que vc citou. Isso sim seria leviano.
Boréstia
Já que HH não foi pro segundo turno, eu voto em Rafson. Já havia até conversado sobre isso com Zé. O PT pelo menos se preocupa com o social (por mais que os programas precisem de aprimoramentos) e a sua falta de eficiência em roubar (e talvez realmente a melhora da ação da polícia federal) serve para descortinar os esquemas de corrupção engendrados, ó, desde o arco da velha.
Mudando de assunto, minha surpresa mesmo foi do nosso governador, Wagner. Mesmo com olhar de peixe morto, atentem para o fato histórico do qual estamos fazendo parte (salvo M. e quem mais virou a folha)!
Cross
Eu prefiro Raudinei.
Popovick.
Sem contar que, pra Bahia, seria muito mais interessante a vitória de Lula, até pra evitar que ACM ganhe ministérios ou cargos importantes e o Carlismo ganhe uma sobrevida. Obviamente, é a minha opinião anti-carlista.
Rafson
Em tempo, Cross,
se concordou com o que eu escrevi, vote m Lula e não em mim. hehehe
Boréstia: é exatamente por não saber mais de cinco linhas sobre eles que não os fico mitificando; não vejo pessoas "a frente do seu tempo"; a diferença entra a sua citação e a minha é que eu citei os mitos para combatê-los, você fez o contrário; para mim o problema está em criar essas figuras "sobrehumanas", que estão "a frente de seu tempo".
Cross: falta de eficiência em roubar é um grande elogio pro PT, eu até chego a ter pena deles, coitados... vejo até a imagem de "meninos" inocentes que acabaram tragados pelo sistema... como bem disse Lula mais de uma vez: a culpa não é da pessoa, é do sistema... ahh... poxa, acho que nem o carlismo conseguiu bolar uma melhor desculpa... já vejo Maluf dizendo: "culpa, eu? nada, foi o sistema que me obrigou"... mas talvez a denominação de Lula para seus assessores que fazem merda ("meninos") seja apropriada, pois eles parecem moleques que querem as coisas a qualquer custo... acho uma evasiva acobertar os crimes do PT dizendo que a corrupção vem do arco da velha... o PT foi até onde ninguém se atreveu a ir... e se existe uma frase que Lula pode iniciar com aquele velho bordão, é essa: nunca na história deste país tivemos tanta corrupção (no governo). No mais, do fato histórico do PT não quero fazer parte, e só espero que viremos essa página o mais rápido possível.
Rafson: se eu pensasse de acordo com esse seu último argumento (que a vitória de Lula é melhor para a Bahia), diria que melhor pra São Paulo e Minas (onde está a maior parte da população) seria Alckmin (é o melhor pra todos ou o melhor para nós? em ambos os casos eu fico com o mesmo).
M.
Esqueci uma coisa: sobre o populismo (ops! preocupação social) de Lula... acho que num país onde se idolatra (mitifica) um Getúlio como "pai dos pobres", não podemos esperar outra receita... se eu tivesse um projeto ditatorial para o país faria isso também: pão, circo e o meu quinhão no bolso... a velha receita de anistia do "rouba mas faz"... algo que liga Maluf, ACM, Lula, Chávez, Evo, Fidel... a velha confusão de metódos e objetivos... vale tudo para fazer o que se quer... "ah, mas o outro vai fazer igual, márcio"... se fizer, pau nele! essa deveria ser a lógica, mas quando o PT ouve falar em lei contra eles, logo se fala em golpe, tapetão... só no Brasil lei é tapetão quando contraria o desejo do povo... a lei virará ilegítima se ameaçar o carisma de Lula... falar-se-á em golpe, da elite contra o povo; convocar-se-á os movimentos sociais para intimidar aqueles que ficarem contra o Predestinado Lula, será a "convulsão social" tão prometida (e que Mateus deve adorar! - só pra te jogar na conversa, seu cineasta marginal de merda!)... quem acha que Alckmin é igual a Lula (ou pior) não deve votar nele mesmo não; agora, encontrar absolvição em Lula já é demais - ou vamos ter que absolver sempre ACM por ele ter criado a Cesta do Povo e sempre ter lutado (é fato!) pelo fundo de amparo contra a pobreza e pelo salário mínimo de 100 dólares? Se for assim, acho que você são injustos com Painho Malvadeza: dúvido que Wagner tenha feito e lutado 5,1% pelo povo da Bahia do que fez e lutou ACM. Poxa, nunca pensei que uma crítica a ACM pudesse virar um elogio ao carlismo por causa da mesma lógica do Lulismo! Mundo dialético esse... :(
M.
E não acho que Lula vire um ditador (como crê Cristovam), não acho que haverá golpe, nem que ele ou outro pense nesse sentido. O petismo pode ser totalitário mas nem de longe querem uma ditadura. Eles só não têm muita paciência para o jogo político e para a democracia. Só isso. Uma questão de princípios, e de origem também.
M.
Fiquemos então apenas com Luiz Gonzaga e Kurt Kobain, ok?
Boréstia
Márcio, o possível fim do Carlismo é apenas um (e não o)argumento contra Alckmin, argumento esse que é específico para os baianos. Os outros estados que achem as suas peculiaridades.
Mesmo assim, não custa lembrar que esse possível efeito da eleição de Lula, para a Bahia não tem paralelo em uma vitória de Alckmin para São Paulo ou Minas.
Nenhum grupo dominante que se apoia em mais de 40 anos contando com o governo do estado e ou o governo federal ficaria, pela primeira vez órfão naqueles estados.
Por fim, Sào paulo e Minas são os estados mais populosos, mas, não a maioria da população.
Rafson
Nem a Bahia é.
M.
E sei que não é seu único argumento.
Entre Kurt Cobain e Luiz Gonzaga fico com o primeiro. Pelo menos ele só se preocupou com ele mesmo e não saiu ditribuindo a culhão sanfona por aí... bolsa sanfona não! Hahaha. Dizem (não sei quem foi), dizem que um dos males da humanidade é nos preocuparmos demais com os outros a ponto de querer impor-lhes a nossa noção de bem.
M.
Desculpa, Marcinho, mas não deu pra ler tudo o que você escreveu (por conta do tempo), por isso vou responder levando em conta o parágrafo que você dedicou a mim. Eu não quis justificar a corrupção do PT em nenhum sentido. O que eu disse foi apenas que deve haver uma razão para todos esses escândalos estarem vindo à tona no governo de Lula. Isso porque, você não é menino e sabe que eles sempre existiram. Seguindo o meu raciocínio, independente da razão, o fato de estarem sendo descobertos é positivo (ou vc descorda?). Tanto não acredito que esse seja um motivo para votar no PT que não votei. Mas, voltando, entre o PSDB e o PT, fico com o PT por tudo o que já foi dito nesse blog.
Agora, se você quer virar essa página o mais rápido possível, pense comigo, o PSDB seria um avanço ou um retrocesso?
abs,
Cross
Evidentemente que um avanço, ora. Dizer que os escândalos sempre aconteciam é disfarçar a natureza deles e o grau que eles envolvem agora.
M.
E, mais uma vez evidentemente, existe sim uma razão para todos esses escândalos venham a tona no governo Lula: eles perderam todo e qualquer limite, foram longe demais, como nunca na história deste país.
M.
Vc é um dos males da humanidade. A todo o tempo quer impor o governo do PSDB. Não sei de onde tirou essa noção de bem... E fico com o segundo, Luiz Gonzaga. Duvido que Kurt Cobain tivesse a capacidade de tocar uma sanfona.
Boréstia
Primeiramente, lamento profundamente o fato de alguns dos manelés terem votado em Lula e persistirem com discursos carregados de idolatria.
Segundo, gostaria de pedir para que evitemos agressões de cunho pessoal nesse espaço.
Grata.
Popovick.
Alexandre: em nenhum momento aqui se tenta impor o governo de ninguém.
E mais: quem leva a discussão para uma questão moral não sou eu, é aquele que se compara a Cristo, é aquele que se definiu como o novo "pai dos pobres", aquele que já se declarou Predestinado, aquele que disse que as células do seu sangue são o povo.
Você não me vê aqui te pedindo voto em Alckmin. Nem verá, embora você já tenha me pedido anteriormente. Já disse aqui (mais de uma vez) que quem acha Alckmin pior que Lula, que vote no segundo.
No mais, se você prestar mais atenção, verá que eu abro as discussões, não as encerro. Eu não igualo, diferencio. São essas nuanças que te fazem diferenciar Gonzagão de Gonzaginha; são essas diferenças que dou graças a Deus que Cobain ficou com a guitarra e não saiu por aí a criar algo que um dia classificaria Calcinha Preta - e esse sim é um julgamento moral!!
M.
E desde quando o CPM 22 é Rock'n'roll????? Garanto que eles são fãs do Nirvana. E os fãs deles também... Vc não entende que prefiro essa discussão musical à política. É muito mais provocativa...
É por isso que estou me fudendo para quem são os fãs do Nirvana hoje. Se eu tivesse o espírito petista, criava uma ong pra eles. Como quero cuidar da minha vida, me contento com o Nirvana de mim para mim. Você já me viu levar algum cd do Nirvana pra Itacimirim? Só uso discos para atrair as minhas próprias fãs. Fora isso, aqui ficam.
M.
Porra, vai bater o recorde de posts...
Boréstia
Você não leva disco proque tem o otário aqui que leva.
Sua posição é comoda.
Parabéns.
Pedro.
Eu confio mais no seu gosto pras massas do que o meu, Pimpão. Uma questão de bom senso - ou será senso comum?? poooooorra!! escaldei!! hahahaha
M.
Marcinho, se você não tivesse alguma intenção com o seu discurso pró-Alckmin fazia igual tem feito com os seus disco do Nirvana: deitava na cama e os contemplava sozinho. Convenhamos, se você há alguns meses insiste nessa conversa aqui no blog fica claro que sua atitude representa um pouco mais do que o caráter inofensivo(contrapondo à noção de "ofensiva") que você usou pra justificar sua posição nos últimos posts...
abs,
Cross
Correções: "discos" e uma vírgula após "blog"
Cross
Hoje eu não trabalhei e a culpa foi de vocês.
Amoêdo, pelo recorde de comentários.
Não, Cross, você se engana. Não fico com discurso pró-alckmin aqui para ganhar adesões. Critiquei e critico o PT. Antes é esta a questão. Pego no pé de Lula, por esporte e por convicção. Mais falei de Lula do que de Alckmin. Se você for procurar as minhas palavras, verá que o mínimo que há são aquelas pró-alckmin. Falo dele quando alguém o põe na roda. Defendo o que acho defensável. Em 90% dos casos falo do governo Lula.
No mais, se você prestar atenção, verá que já tem alguns meses que eu só discuto esse assunto no espaço para comentários. Este aqui, por exemplo, surgiu do post de Darino.
Ah! Além do mais, mesmo se eu quisesse dormir e contemplar minha escolha política nessa eleição, não conseguiria, uma vez que sou eu o único que a todo lugar que vai tem que se explicar por suas decisões. E não basta dizer "porque sim", tem que ser algo justificado, e mesmo o sendo, tenho que tolerar a censura.
A gente acostuma e ganha prática.
M.
M,
Por mais que os projetos sociais de Lula tenham um cunho populista, me diga: que porra de ação relevante nessa área FHC fez em oito anos de mandato?
Me faça uma garapa...
Dadá
Ué, e eu por acaso falei os projetos sociais de FHC??
Poderia te dizer que foi no governo dele (e diga-se, com a insistência de ACM e dona Ruth Cardoso - sim, ela!) que se criou o fundo de amparo contra a pobreza e os programas que foram base do bolsa família.
Mas, para além disso, Dadá, eu preferiria dizer que o Plano Real proporcionou há doze anos atrás o maior movimento ascendente das classes mais baixas (e sem bolsa).
Há uma semana o governo conseguiu um dado importante nesse sentido com o Bolsa Família também, é verdade. Agora, não acho "tudo bem" o cunho populista não, eu prefiro uma movimentação econômica auto-sustentada do que uma assistencial. Só pela mentalidade de governo, acho Lula mais longe dessa façanha.
No mais, te faço uma garapa se você mostrar que é a ação social que eu venho pondo em questão em tudo isso.
M.
Mais: a corrupção no governo Lula é deplorável e injustificável, e eu concordo com você. Tem que ser apurada e levada às últimas consequências, e isso inclui impeacheament, caso seja comprovada a participação do presidente, o que eu acho que não vai acontecer.
Quando afirmei que uma das razões de ter votado em Lula foi o mito criado em torno dele, me referi aos traços positivos de sua biografia e não aos populistas, como a tentativa de "cristianização".
Destaco como traços positivos da biografia do presidente a sua trajetória de vida até se tornar o líder nacional que é hoje, e que o transformaram realmente num ídolo meu, posto que não ocupa mais, em decorrência dos fatos que mancharam o seu governo e que desconstruíram a imagem que eu tinha dele.
Apesar disso, acho que a experiência de Lula como administrador foi válida e surpreendente para que não acreditava no poder de realização dele.
Também quero acreditar, e admito que há uma ponta de idealismo nisso, como aliás, já afirmei anteriormente, que Lula tenha aprendido com os erros da primeira administração e possa fazer um segundo mandanto em que o país continue estável economicamente, em constante desenvolvimento, ampliando os seus projetos de assitência social, mas que consiga se livrar da pecha da corrupção.
Repito: eu decidi acreditar nisso.
Como se não batasse, tem outras razões, além das já citadas, para não votar no tucano: eu não vou com a cara de Alckmin, acho o penteado dele ridículo, não sinto espontaneidade e sinceridade nas palavras dele... e não gosto de paulista!
Como não tem jeito, é Lula de novo!
Dadá
FHC governou pra classe média e pros ricos. Os pobres continuaram pobres, quando não rebaixados a miseráveis, o que gera um ciclo descontrolado que resulta no aumento da marginalidade, da insegurança, aprofunda as desigualdades sociais...
Concordo que o seu foco não tem sido a questão social, mas deveria ser, pois, afinal, qual o objetivo maior de um governo, seja ele qual for, a não ser melhorar as condições de vida das pessoas?
DS.
Lula pode até ter aprendido com os casos de corrupção do governo (embora sempre tenha membros do PT demasiada e essencialmente ligados a ele que contradiz esse aprendizado - como esse último caso agora). No entanto, não é de aprendizes que se forma um governo. Se você mesmo diz que ele governou bem (ao contrário do que se acreditava), mostra que ele já sabia de alguma coisa. Mas, mesmo se considerarmos ele aprendiz, ele terá que sofrer as consequências de seus erros e de seus crimes - por responsabilidade, omissão, negligência, conivência... blá blá blá.
Com o foco na política social, discordo com o tipo de tratamento que se dá a ele por esse governo. Ele é mais uma cria paternalista do que uma oportunidade. Admirei Cristovam pela coragem de dizer no debate na Globo que mudaria, sim, o sistema do Bolsa Família. Alckmin falou em torná-lo lei, como existe a porcentagem de investimento obrigatório dos governos em educação e saúde. É uma idéia. O que não pode acontecer é tornar esses programas uma moeda que torne o pobre dependente e acomodado.
Parêntesis sociológico: antes, no interior do Nordeste, as mães tinham muitos filhos para que eles ajudassem na roça e nos afazeres domésticos. Hoje já se nota a tendência da mãe ter filho pra não perder o Bolsa Família.
Programas como esse devem ser emergenciais, periódicos. Deve-se reforçar (e muito) as contrapartidas e evitar ao máximo que a Bolsa Família crie uma cultura malemolente - e o nordestino, apesar de ser um forte, é muito propício a isso, a ficar esperando a benesse do Estado, a mão salvadora do grande messias tupiniquim.
Por isso, mesmo não sendo um programa assistencialista, o Plano Real provocou ascensão (e não só da classe média), garantindo a melhora da autonomia (ainda muito leve, é verdade) da população.
Mas falar do Plano Real e do Bolsa Família já leva a grandes e polêmicas discussões. O Plano Real já tem tanto tempo e já está tão incorporado na nossas vidas que parece apelo falar dele. Parece que surgiu naturalmente, simplesmente brotou.
Tenho muitas desconfianças com relação as políticas de transferência de renda como são vendidas hoje. Parecem-me enganosas. Quando o dinheiro minguar - e o provável é que isso aconteça, dado o tamanho dos gastos do governo -, volta tudo a estaca zero. Mas essa discussão já é de outra ordem, e requer muito mais espaço do que estou disposto a dispensar sobre ele.
M.
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