Falo com conhecimento de causa, sem a menor pretensão de ser profeta do apocalipse e, acima de tudo, com o coração na mão. Lula Pereira não vai dar certo no Bahia, a exemplo do que aconteceu em 2003. E o Bahia não vai subir para a segundona, mas a culpa não vai ser do técnico.
Lula não vai dar certo porque é incompetente. Simples assim. Mas no Bahia parece difícil enxergar o óbvio.Não tem pulso firme (foi com ele que Nonato abandonou o time, faltando aos treinos e a viagens, lembram? E ele ainda aceitou o atacante de volta. Isso é ser disciplinador?) e não é aglutinador, como a imagem que ele vende faz crer. É somente um fanfarrão, falastrão, boa praça, descontrolado psicologicamente e marketeiro, acima de tudo.
Tenho duas amostras dessa última característica. Primeiro, em 2003, chegou com discurso de que era negão, que não tinhas nascido aqui, mas que era baiano de coração e filho da terra. Tudo com a óbvia pretensão de conquistar a parcela majoritária de torcedores do Bahia. Ainda ficava se associando a outros valores da baianidade - deu certo.
Mesmo com o pífio aproveitamento (inferior a 30% - o pior entre os seis técnicos do Bahia naquela competição) - sete derrotas (uma delas tomando sete gols em plena Fonte Nova, fato inédito até então) em 13 jogos, três empates e apenas três vitórias, deixou o time na zona de rebaixamento daquele Campeonato Brasileiro, mas saiu daqui endeusado pela torcida - embriagada pela postura humilde e discurso demagogo e pretensioso do pseudotreinador.
Aliado à imagem de "baiano negão", Lula criou outra, a de trabalhador. A custo de quê? De muitos gritos inúteis e histéricos à beira dos gramados, em jogos e treinos, e de uma tática bem original. Começava os treinos no finzinho da tarde para que eles acabassem de noite e fosse reconhecido como treinador que buscava à esmo a perfeição. Balela.
A todas as atitudes acima listadas, some-se a peculiar habilidade no trato com a imprensa - pagava jantares para radialistas, era sempre atencioso e amável com todos. Não passava pela sala de imprensa sem cumprimentar um por um. Isso, logicamente, proliferou a imagem de bonzinho.Meu diagnóstico, diante dos fatos: um enganador.
Repito: o Bahia não sobe com ele, mas a culpa não vai ser de Lula. A responsabilidade é dos incompetentes que o trouxeram de novo. Dos despreparados e anti-profissionais dirigentes do Bahia que acharam genial a atitude de contratar um técnico bem visto pela torcida. Tudo para tentar se eximir de culpa num probabilíssimo fracasso, já que lavaram as mãos ao trazer um técnico com moral junto ao pobre e ingênuo torcedor. É a vaidade e a ânsia de poder se sobrepondo, mais uma vez, às reais necessidades do clube.
Por amor próprio, e só por isso, joguei a toalha. Eu não agüento mais. Meu copo transbordou e tenho mais com o que me preocupar na minha vida. Vou torcer para estar errado, mas, de longe. A partir de hoje, eu não vou mais para Fonte Nova. Não vou ficar pagando para me fuder. Antes, era pago (é uma piada) para isso. Agora, pelo menos eu tenho a opção de ficar em casa. E é o que eu vou fazer.
Não lembro o último jogo do Bahia que não fui por opção. Quando fiz isso, sempre foi por motivo de força maior. Agora não. E começa domingo. Tem gente que diz que sou pé-frio. Espero que estejam certos. Porque aí o Bahia ganha todos os jogos daqui pra frente, sobe, cala minha boca e fica invicto pro resto da vida e ganha o mundial no Japão. Porque é lógico que, se ficar comprovada essa tese, eu não volto nunca mais. Se bem que, mesmo se não der certo, eu não volto mesmo. Porque meu retorno está condicionado à mudança de diretoria. E sabe quando isso vai acontecer? Nunca.
Procurando outro time pra torcer,
Quase são-paulino,
Eu,
um futuro ex-tricolor (não que eu queria, mas é que o clube está acabando).
terça-feira, outubro 17, 2006
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