Polêmico David Lynch apresenta novo filme em Veneza
ANTONIO LAFUENTE da Efe, em Veneza
O cineasta americano David Lynch apresentou nesta quarta-feira em Veneza seu último filme, "INLAND EMPIRE" (cujo título deve ser escrito todo em letras maiúsculas, segundo afirmou o diretor), que dividiu opiniões.
Enquanto para alguns "Inland Empire" parece a obra de um louco, para outros chega próximo a uma obra de arte, ainda que, nesse último caso, talvez seja mais adequada a um Museu de Arte Contemporânea do que a uma sala de cinema.
Paradoxalmente, o novo filme de Lynch, que será premiado com um Leão de Ouro pelo conjunto da obra, vem sendo responsável pelas críticas mais duras, mas também pelos maiores elogios ouvidos na 63ª edição do festival.
Na entrevista coletiva que se seguiu à projeção, que contou com a presença de dezenas de críticos, o diretor tratou de maneira afável os que elogiavam seu trabalho, e com ironia os que o criticaram.
Segundo a sinopse da mostra, "Inland Empire", que tem três horas de duração, conta "uma história sobre um mistério dentro de um mundo que está dentro de outros mundos, ao redor de uma mulher apaixonada e problemática."O filme é protagonizado pela atriz Laura Dern, e conta ainda com Jeremy Irons e Harry Dean Stanton no elenco.
O filme começa com uma sucessão de imagens oníricas, como a de três coelhos que parecem representar uma peça de teatro. A trama de "Inland Empíre" começa a se desenhar quando o personagem de Laura Dern recebe um papel em um filme. Pouco depois, essa trama se fragmenta e se dilui em seqüências, músicas e cenas sem conexão aparente."Tudo isto tem que ter sentido? Qual é o propósito do filme?", perguntou ao cineasta um jornalista que participava da entrevista coletiva. "O filme tem um sentido perfeito", respondeu Lynch.
A um repórter britânico, que quis saber se Lynch podia "explicar o significado dos coelhos, especialmente um deles que aparecia passando roupa", ele respondeu: "Não. Não posso."
"Tenho que perguntar com alguma preocupação, após ver este filme, se o senhor está bem", disse um norueguês. "Estou muito bem", respondeu Lynch.
Um repórter italiano chegou a afirmar que Lynch "está pronto para vestir uma camisa de força." Houve também quem qualificasse o filme de "obra prima", e se interessasse pela forma como foi rodado. O diretor foi questionado sobre a existência de um roteiro ou de um plano de filmagem."Adoro o mistério e o desconhecido. Gosto de entrar em um mundo e não saber o que vem pela frente. Gosto do apagar das luzes, quando sobe o pano e entramos em um mundo novo", disse Lynch. "Não devemos ter medo de usar a intuição e sentir o caminho. Viver a experiência e confiar no conhecimento interior. O cinema é uma linguagem tão bela.... ele trata de coisas que vão além das palavras, e isso é belo", acrescentou o diretor.
O criador da série "Twin Peaks" afirmou que "o cinema é como a música: um trabalho intelectual que fala às pessoas, mas não apenas por palavras." "Portanto, é preciso se abrir e viver essa experiência em um mundo diferente", disse.
A versão de "Inland Empire" exibida em Veneza não deve chegar às salas de cinema. Uma versão muito mais curta deve ser distribuída comercialmente. Pode ser uma boa solução para que a "obra prima' faça sentido fora de um museu.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u64121.shtml
Pedro.
sábado, setembro 09, 2006
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2 comentários:
Você é um merda! Eu tinha salvo essa matéria pra fazer um comentário, tinha separado foto com o leãozinho de Veneza, inventado piada e você coloca antes no blog!!
Tudo bem, o furo é seu!
M.
Tô de olha nesse cara.
Simão Bacamarte
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