O avião pousou de volta do Rio (na madrugada de terça pra quarta), saí e quando tô descendo a escada rolante do desembarque no aeroporto, me apalpo (ou seria, apalpo-me?) percebo que tô sem a carteira: tinha caído do bolso.
Volto avionado pra o avião, que ainda iria pra Natal/RN. Falo com aeromoça, comissários.. vasculhamos tudo e nada... fudeu! Deixo minha queixa registrada, mas, sem os cartões de crédito, sem os cartões do banco e sem os 20 reais que Quexinho (Saint Clair) me emprestou, como ir para o Fazendão pegar meu carro pra voltar pra casa, às 2h da madruga?
Primeira coisa: ligo pra minha mãe pra cancelar meu cartão de crédito. Segunda: peço pra “Gol” me levar no Fazendão e nada. Eles não tinham carro naquele horário. Terceira: peço aos taxistas pra me levarem em Itinga e depois cobrarem no outro dia. Pedi a três. Ninguém topou. Tomara que morram todos!
Como não tinha outro jeito, eu não tinha um centavo, não queria incomodar os amigos em plena madrugada, minha mãe não tinha grana pra pagar o taxi em casa, eu não queria dormir no aeroporto e não tinha buzu nos pontos pra “traseirar”, resolvi ir andando e dei início a uma das investidas mais perigosas da minha existência neste planeta.
Troquei a roupa social por um tênis e uma camiseta, no banheiro do aeroporto, tirei o relógio, deixei a sacola no balcão da Gol, baguncei o cabelo, apertei o cu e me piquei pra Itinga, um dos bairros mais dantescos da Bahia, maior índice de homicídios da Região Metropolitana de Salvador, em plena 2 e 20 da madrugada.
Fiz aquela retona paralela do aeroporto correndo, picado, virado no satanás. Bendita hora que resolvi me preparar pra meia-maratona... aí que eu vi o quanto é importante praticar esporte! Mas não aguentei ir no mesmo pique pro Fazendão.
Fui andando a partir daí, com a panturrilha travada e esbaforido. Só encontrei com duas pessoas no meio do caminho (bem apessoadas) e tomei uma escarrerada da porra de dois vira-latas (ouvi os latidos e o pique deles... resolvi não arriscar e nem olhei pra trás, saí correndo, com medo de serem pit-bulls.. depois que tava bem longe olhei pra trás e percebi que eram dois pé-duro). Me bati também com uma ronda da polícia, mas considerei melhor não pedir ajuda, pois tava sem documento, sem relógio, com o cabelo bagunçado, a roupa amassada, a barba por fazer e, logo, podia ir em cana.
Resumindo: 40 minutos depois, cheguei no Fazendão, peguei meu carro e voltei pra pegar as coisas no aeroporto. Botei a mala no carro, dei um rasante no ponto de taxi, quase atropelo os filho da puta, soltei um buzinaço e emendei: FILHOS DA PUTA!!!!
Felizmente, ontem, recebi uma ligação da Gol dizendo que tinham achado minha carteira, sabe onde? Em Belo Horizonte. Algum desgraçado entocou e depois jogou no chão, quando desembarcou, provavelmente, em Natal. Fui buscar ontem de noite mesmo. Tava tudo dentro, menos, é claro, os 20 real.
Fiquei tão feliz que fiz até uma música em homenagem a ela: "vou, te abraçar, de beijar, te ninar a vida inteira.. serei seu fã e você pra sempre MINHA CARTEIRA!!!!"
Moral da história: sabe o que taxista tem mais? TEM MAIS QUE SE FUDER!!!!
HAAAAAJA CORAÇÃO!
Beijos,
Forest Dadá, o contador de histórias...
quinta-feira, setembro 28, 2006
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3 comentários:
Hahahahahahaaha! De fude! Bem melhor que as historinhas de Márcio... Ainda bem que você não morreu, ia chorar pra caralho...
Broa.
Broa, vou fazer uma historinha com você, se prepare!
Hahahaha
M.
Rapaz, não é pra rir não vei.. é pra se sensibilizar... é uma história verídica DRAMÁTICA!!!
Ah, e não esculhambe as histórias de Márcio.. eu sou fã dele!
Beijos,
Dadá
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