quinta-feira, junho 02, 2005

Manelé: a fase obscura

Depois de Anakin Skywalker ter virado Darth Vader e Pedrinho Pimpão ter virado Silvia Popovique, já estava na hora deste espaço virar outra coisa. Eis portanto nossa nova versão: “Manelé: a fase obscura”. O blog do mau gosto, da vulgaridade, dos problemas do novo século, dos vermes, claro.

Então para inaugurar essa nova fase nada melhor do que misturar o melhor do pior, uma boa dedicatória pra um bom poema: então com vocês, meninos e meninas, “Psicologia de um vencido”, sob dedicatória do autor preferido de Borestia, Machado de Assis, vulgo para ele, Machadão!

(“Ao verme que primeiro roeu as carnes de meu cadáver”)

“Psicologia de um vencido”

“Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme - este operário das ruínas -
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!”

Escaldem agora...

Márcio, o síndico

Um comentário:

Manelé na Tela disse...

Ah, esclarecendo...

A poesia, diga-se, é de Augusto dos Anjos; a dedicatória, de Machado de Assis, não é para a poesia, mas sim do livro "Memórias Póstumas de Bras Cubas"...

Esclarecido!

Márcio