Numa corrida desastrada, a Globo foi desastrosa.
A bruxa estava solta no último GP de F1 realizado em São Paulo neste domingo. A McLaren implodiu; o título caiu no colo de Raikkonen; e, no final, foi Alonso que saiu sorrindo. Deu zebra e ainda fez-se justiça no final: a equipe inglesa jogou sujo e entregou de lambuja um título que não lhe cabia.
No entanto, se a polêmica que envolveu pilotos e equipes este ano acirrou ainda mais um dos campeonatos mais disputados das últimas temporadas, ela não contribuiu para fazer deste último GP um dos mais emocionantes. Mas isso não pela rivalidade entre os pilotos, mas pela péssima transmissão da Rede Globo.
Antes de mais nada: desta vez a culpa não foi de Galvão, e sim, presumo, do editor de imagens.
1. A transmissão esqueceu que existia um tal de Alonso disputando a corrida. A escassez de imagens do segundo colocado no campeonato e terceiro neste GP deve ter irritado os espanhóis, e do ponto de vista do jornalismo, um erro grave.
2. A falta do aviso na imagem de replay fez o coitado do Galvão errar, achando que o carro de Hamilton dava problemas pela segunda vez, quando na verdade a emissora só estava lutando lastimavelmente para recuperar as imagens do primeiro problema.
3. A transmissão cortou o abastecimento de Alonso no meio para levar o espectador a olhar a quebra de Button só porque confundiram o capacete do inglês com o de Rubinho – que só quebraria mesmo, como de costume, perto do final da prova.
4. Coitado de Galvão. Ao se empolgar com o início de uma ultrapassagem de Hamilton, o editor cortou a cena para uma que Alonso tomava. Não satisfeito, nem bem se deu a ultrapassagem em cima do espanhol, a imagem não foi recuperada por replay, nem uma nem outra, diga-se.
5. Mais uma ultrapassagem, ou melhor, tentativas. Com a corrida quase decidida, a única chance de Hamilton levar o título era se os dois pilotos que estavam a sua frente, Rosberg e Kubica, batessem, o que quase aconteceu. Ambos disputavam lado a lado o quarto lugar, e por duas voltas Rosberg quase consegue a ultrapassagem e quase não consegue não bater no outro. Acertadamente, a transmissão focou na disputa. Inacreditavelmente, no entanto, perderam o momento da ultrapassagem, que só vimos de relance num replay!
6. Galvão não podia faltar. A frase é inusitada e certamente vai aparecer em todas as revistas que cortam frases – eis o dito inusitado: “... freia, Massa, senão você ultrapassa!”.
Ainda tivemos outros erros na péssima transmissão da Globo, que já foi bem melhor nisso, mas como não lembrar das constantes reclamações de Galvão em jogos internacionais: “temos que frisar que a geração de imagens é de responsabilidade de fulano de tal”. Péssimos.
No final tudo foi pelo ar. A McLaren mereceu não ganhar o campeonato. Hamilton amarelou e deu azar também. Alonso não levou mas ganhou da equipe. Puro espírito de porco. E Raikkonen... bem, ele não tinha nada com isso. Fez um campeonato seguro, na dele, e levou.
Márcio
domingo, outubro 21, 2007
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8 comentários:
Concordo com tudo que Márcio falou e acrescento.
Depois do problema de Hamilton, Galvão, Leme e Burti não se tocaram que o principal candidato ao título passou a ser Raikkonen. Eles se limitaram a ficar torcendo pra uma recuperação do inglês e analisando possibilidades pra Massa ganhar a corrida. Só depois de um tempão, quando viram que Hamilton não ia conseguir se recuperar, começaram a considerar Raikkonen como favorito.
Mas a pior foi de Reginaldo Leme. Na última curva, com a corrida do jeito que tava, com o finlandês a 20 metros da linha de chegada, depois da última curva, ele soltou algo do tipo: "parabéns para o Raikkonen, QUASE campeão mundial".
Lamentável...
Kimmi Dadá
BOM PARA O BRASIL
Aparentemente, o título de Raikkonen foi uma merda para nós, brasileiros amantes da Fórmula 1, que vimos nosso compatriota perder feio a briga direta com o companheiro de equipe e, consequentemente, perder também, espaço no time italiano.
Mas temos sim um motivo para comemorar. O título de RAikkonen manteve o Brasil isolado no topo de um ranking pouquíssimo comentado, mas importante - o de países campeões do mundo. A Inglaterra empataria com a gente se Hamilton faturasse.
Segue o ranking:
País Pilotos Total
1- Brasil: 8 (Piquet/3, Senna/3 e Fittipaldi/2);
2- Inglaterra: 7 (Damon Hill/1, Gram Hill/ 2, Mansel/1, Hawthorn/1, Surtees/1 e James Hunt/1);
3- Alemanha: 7 (Schumacher/7);
4- Escócia: 5 (Jackie Stwart/3 e Jim Clark/2);
5- Argentina: 5 (Fangio/5);
6- Finlândia: 4 (Raikkonen/1, Keke Rosberg/1, Mikka Hakinen/2);
7- Austrália: 4 (Alan Jones/1 e Jack Brabham/3);
8- Áustria: 4 (Niki Lauda/3, Jochen Rindt/1);
9- França: 4 (Prost/4);
10 - Itália: 3 (Nino Farina/1 e Alberto Ascari/2).
Nelson Darino Ayrton Emerson Piquet Senna Fitipaldi
PS1: Reparem que somos o único país com dois tri-campeões do mundo!
PS2: Acelera Brasil!!!
Ah! também faltou no final as câmeras procurarem por Ron Dennis - queria ver a reação, cadê os repórteres para dizerem ao menos que ele tava com cara de tacho?!
Márcio
Pena q Bassam tá na China, ele terei muito material para fazer um bom texto, como de costume.
Tb fiquei desesperado com a falta de imagens. Alonso nunca aparecia, ultrapassagens perdidas. Tudo que Márcio falou.
Eu insisto em pegar no pé de Galvão. Ele passou cinco minutos apresentando uma teoria sobre a força mental que Hamilton não possuia.
Ei, Galvão. Vá tomar no...
Willow
Pior que a transmissão da Globo só mesmo José Serra entregando o troféu de Massa pra Alonso.
Amoêdo
Teve só uma coisa pior, Zé: Lewis Hamilton.
Como bem disse o diário espanhol Marca, "o maior ridículo do século"...
Kimmi Dadá
Só não vamos esquecer que Hamilton é o melhor estreante da história da Fórmula 1.
Ele foi fantástico durante todo o campeonato e fraquejou nas duas últimas corridas. Ele tem esse direito.
Valeu pelo campeonato com dois excelentes pilotos: Alonso, Hamilton e Kubica e com bons pilotos: Massa e Räikkönen.
Willow
Corrigindo:
Três excelentes pilotos...
Eu ainda sei contar.
Willow
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