Ontem Willownildon Willow perguntou-me quais eram as minhas leituras diárias sobre política. Como estava no outro lado da mesa, a comunicação não foi muito boa. Assim, vou dar a dica aqui para todos os interessados. Comento alguns.
Reinaldo Azevedo: ex-diretor da revista Primeira Leitura, da ex-República; ex-diretor de política da Folha, ex-colaborador da Bravo! e ex-colunista do Estadão e de O Globo, atualmente colabora com Veja e mantém o melhor blog de política. Os petistas detestam, aecistas e alckmistas desconfiam, serristas gostam. Reinaldo é anti-petista. Mas não é tucano. Ele é mais conservador que o PSDB. Tô com ele e não abro. Jornalisticamente, um dos melhores - escreve bem, é inteligente e faz análise política, coisa que não se vê muito em outros blogs. Escreve muito, seus textos são longos e não fala apenas de política – tem uma seção no blog com textos sobre cultura, literatura, enfim, outras coisas.
Diogo Mainardi: o mais odiado. Esse aqui é, por convicção, apolítico. E anti-petista. Muita gente fala mal sem nunca ter lido. Se o lessem veriam que Diogo cantou a bola sobre o mau-caratismo do PT muito antes dos analistas políticos. Com seu humor negro, seu sarcasmo e suas ironias, ele incomoda muita gente e me diverte bastante. Tem um podcast atualizado às quintas-feiras. Ele também tem coluna semanal na Veja e participa todo domingo do grande Manhattan Connection, no GNT.
Noblat: blog mais de clipagem de jornais e bastidores de Brasília. É bom para se manter informado, mas como analista político, digamos, pensa pouco.
Josias de Souza: esse comenta, mas não vai muito fundo nas análises. Por dia deve lançar umas quatro ou cinco notas. É interessante como resumo do dia e para o começo do seguinte.
Luis Nassif: esse só de vez em quando mesmo. Ele é muito bonzinho e quer ser o moderado da galera, o democrático. Ele fez fama no jornalismo econômico, e é uma boa pra quem se interessa. Mas não comenta notícias do dia, comenta os assuntos gerais que estão em pauta.
Caio Blinder: analista político, escreve regularmente para a BBC Brasil, se não me engano às segundas-feiras. Participa também do Manhattan Connection. Escreve principalmente sobre política internacional, especialmente sobre o governo Bush.
Demétrio Magnoli: sociólogo, escreve quinzenalmente no jornal O Globo. Ferrenho crítico da política externa de Bush, ele é ainda mais crítico contra as ditaduras mitigadas – por enquanto – da América Latina. Também é crítico do governo Lula, principalmente “desconstruindo” o discurso anti-democrático petista e desvelando os surtos autoritários do governo por trás das “boas intenções”.
Luis Weils e Alberto Dines: ambos do Observatório da Imprensa. Gosto mais do primeiro. Dines, apesar de enfrentar uma cruzada de petistas contra ele, me parece cansado, parece o Clóvis Rossi, sem paciência, sem saco, aí caí na superficialidade. Weils me parece melhor, embora tenha uma cruzada pessoal contra o Estadão, jornal que eu gosto muito.
Olavo de Carvalho: esse é pra quem tem fígado. Filósofo, eruditíssimo, distribui porrada para tudo que está à esquerda. Quem quiser saber o que é o pensamento de direita – com algumas ressalvas – vide Olavo. Descasca literalmente o discurso da esquerda e os esquerdistas. Sem pena. Figura altamente polêmica. Já trabalhou no O Globo, Zero Hora, Época, Primeira Leitura, Bravo!, hoje escreve pro JB e pro Diário do Comércio. Ele tem um site com textos sobre filosofia e muitos de seus artigos. Quem quiser saber o que é o Foro de São Paulo, procure por ele. Não sabem o que é?? Isso é lamentável!
Bom. Esses daí são os principais. De vez em quando, a depender do assunto, e do meu saco, leio coisas também de Merval Pereira, Fernando Rodrigues, No Mínimo, Dora Kramer, Denis Rosenfeld, e quando estou com vontade de rir, vou nos moscas-mortas do Mino Carta e Paulo Henrique Amorim, às vezes Luis Fernando Veríssimo – desculpa Willow!
Quem quiser dar mais dicas, eu aprecio.
Do desocupado,
Márcio
quinta-feira, fevereiro 01, 2007
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3 comentários:
Comentei sobre o blog de Noblat dizendo que ele não faz análise, e quando faz, são fraquinhas. Hoje eu vejo o comentário dele entitulado “PSDB traíra”. Isso porque, segundo ele, José Agripino não teria conseguido os votos que esperava. Pelos cálculos de Noblat, se o PSDB votasse em bloco em Agripino, o pefelista teria conseguido 32 votos. Obteve 28. Ou seja, quatro senadores o podem ter traído. Como o voto é secreto, a gente não sabe se os “traidores” foram do PSBD, do PMDB (que lhe prometeu três votos) ou do próprio PFL. Mesmo assim, se considerarmos que todos os quatros são tucanos, isso não indica traição de todo o partido, afinal a maioria dele votou em Agripino. Mais: se formos mais rigorosos com a coerência, podemos questionar: por que os tucanos se veriam obrigados a tamanha devoção pelo PFL no senado se na câmara os pefelistas votaram em Aldo quando seus aliados tinha em Fruet seu candidato? Essa análise Noblat não desenvolveu, preferiu fazer picuinha partidária.
Márcio
ô Marcinho, não sei pq mne pediu desculpas. Fiz realmente a indagação sobre os blogueiros/comentaristas sobre política q vc lê, pq considero suas opiniões consistentes.
E olhe que não convidaria ninguém próximo ou simpatizante do PSDB nem para paraninfo de formatura pra pagar a festa.
Obrigado pelos comentários. Vão me ajudar muito. Depois digo o pq.
Cordiais saudações,
Willow
As desculpas são por causa de Luis Fernando, que eu sei que você gosta muito - acho que não tanto pelo que ele escreve sobre política, e sim pelo lado literário, e de humor. Confesso que aí ele até manda bem. Quando comenta política já não gosto tanto. As desculpas não foram porque me senti ofendido não, porra, só foi por provocação... ehehe.
Márcio
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