sábado, maio 27, 2006

E como negão tem a coisa grande, vai na um!

No ensejo de uma viagem a Brasília, há um tempo atrás, me senti frustrado por não ter sido autorizado por dois brutamontes a desfilar minha deselegância pelos tapetes coloridos do Congresso Nacional. O jeans e camiseta básica não conteram entretanto as trocas de gentileza, xingamentos sem perder a pose, que me levaram pra fora dali em poucos minutos de truculência, promovida pelos mordomos da respeitosa casa.

Mordomos de finos trajes, diga-se. Para entrar ali deveria ser a gravata um passaporte. Para ir além, aí sim, era preciso ter seus pares. Eu sou um mané, lé. E a felicidade de um mané é ver briga de malandro. Como aquela, desta semana, em que uma língua afiada, enfim, esqueceu-se dos bons trapos e me pôs em prazer ao largar “aprende-se rápido aqui”, de bate pronto, como resposta a uma lisonja parlamentar.

Tinha de ser assim, deles pra eles. Um mané bate boca com seguranças. Lembo também sabe disso, e seu episódio com Marcola dá a dimensão do efêmero em que se encontra o poder público brasileiro. Lembo não é o governo de São Paulo, como se sabe, e logo logo entra na ciranda da sucessão, a ser pulverizado pela elite partidária. Disse elite.

Marcola também não é o PCC. Querem uma prova? Matem ele. È fácil, o cara tá ali. Por que não acabam de uma vez com ele, o PCC? Sem caretice de direitos humanos, já se foram tantos... ficaram de passar uma lista e tudo. A culpa é do Estado, disseram aqui, que é ausente e que não prende, que não julga. O Estado não está!, pode-se pensar. Mas se faz presente sim, como em todo bairro de periferia, apenas pelas forças policiais, de manutenção de ordem e de segregação social. Segragação social = lutas de classe. E a classe dos marginais fundaram um Estado paralelo, com poder policial próprio e constrangedor às forças oficiais... hahaha... se fuderam. Agora eu quero ver. Suba no morro e prenda o barão, que eu quero ver. Se o caso fosse estar onde os criminosos estão...

Ai se maldade vendesse na farmácia, que bela fortuna você faria, heim? É a esquizofrenia econômica. Demanda não falta e a oferta é restrita. A força do crime está no monopólio da venda e produção de "maldades", sem regulamentação, fiscalização e implicações fiscais. E nossa classe de jornalistas, universitários, artistas e afins tem de se conformar com maconha ruím e pó batizado, sem ter a quem reclamar, e que vem e vão por aí em aviões da força aérea brasileira. Eu me lembro. Aí a ausência do Estado. Droga é problema de saúde pública, que ao invés dos cortes orçamentarios para o setor poderiam auferir bons lucros com a racionalização do consumo e industrialização ordenada pela descriminalização do uso. Mas solução vem no agoro de um plebiscito... ó, temos de acabar com as armas!!! Vá lá, ainda quero ver, subir no morro e pegar o barão. Se é que ele tá lá...

No morro meu jeans é de grife, malandro. Lá eu entro (!!) e gravata é miragem de 2 em 2 anos. Sabe de uma? Eles que são branco que se entendam. Eu quero mesmo é plantar feijão!!! No espaço!!! Mas tem de rolar 10 millones de dólares... porque senão o pau vai comer.

Cdr, cansado de ir na gamboa, pra ter na baforada a anestesia da moral...

6 comentários:

Manelé na Tela disse...

Que mané luta de classes!

Tá tudo misturado aí - a não ser que você queira dizer luta entre duas classes: a que segue a lei, e a que não segue.

Lei neles.

M.

Manelé na Tela disse...

a mistura está na fraaude a lei, que é transversal na nossa sociedade. ladrões de toda natureza... maconheiros de toda espécie... mas onde é que a violêcia acontece? nessa hora agente sabe separar. você vai pra sua casa e eu vou pra minha.

Manelé na Tela disse...

Portanto queira que a lei chegue pra sua casa também. E não aquela do tráfico, e sim a da constituição. Assim melhora.

M.

Manelé na Tela disse...

de chegar ela chega, com certeza... rs. ´só acho que o discurso iguaitário é um farsa, pq ladrão de galinha fica preso, mas pra chegar nos jardins, o lado oposto do inferno, aí precisa ter crachá!!! hahaha.. se não, não passa na portaria... o terceiro mundo tem de explodir... rs

cdr, só na sambadinha...

Manelé na Tela disse...

ah sim, e lei por lei, a bandidagem também tem a deles... a polícia que se cuide... hehehe... é chubo grosso bacana... rsrs

cdr, nem voando, nem andando, só sambando... sambando...

Manelé na Tela disse...

Discurso de igualdade quem quer não sou eu - não faz parte de mim. Quero mesmo a diferenciação, e nela que se diferencie quem segue e quem não segue a lei - quem não segue, "porrete". hahaha

M.