É uma boa capa, mas acho exagerados os que falam em ameaça à liberdade de imprensa, bem como os que falam em golpe midiático. Coisas do período eleitoral, daqui a pouco essa histeria passa.
Parabéns ao Estadão pelo editorial. A revelação de que está do lado errado mostra uma evolução no nosso jeito de encarar a política, as eleições e a própria comunicação. É muito bom que a gente viva num país em que, finalmente, há liberdade para isso.
O Estadão já havia se posicionado na eleição passada, assim como a Carta Capital o fez, não é novidade.
Agora, eu não acho exagerados os que falam em ameaça à liberdade de imprensa. Não, quando essa ameaça está incrustada no próprio ideário do partido do governo. Quando vem seguida, e precedida, de tentativas de implemenção de políticas de controle da informação, também não vejo exagero. Muito menos quando se tem a certeza de que, na primeira oportunidade que tiverem, voltarão à carga.
Eu sinceramente não acho que seja coisa do período eleitoral, muito embora este contribua para piorar as coisas. Até porque este conflito não se limita a esse período. Nenhum governo gosta quando a imprensa denuncia, mas poucos se esmeram tanto quanto este para restringi-la.
Sob os subterfúgios de controle popular da mídia ou da necessidade de novos marcos regulatórios para o setor, sente-se a ameaça. Confiar a discussão e a implementação de novas políticas para o setor a um governo cujo partido vê a "mídia" como golpista seria o mesmo que confiar ao lobo as ovelhas.
O "medo" de Regina Duarte também era "real". Sinceramente, não vejo um país que caminha pra qualquer tipo de privação de liberdade. Agora, uma pergunta só pra provocar: o episódio CNT não teria sido o caso mais "ameaçador" dessas eleições até agora? Se, enquanto candidato, Serra "confiscou" a fita bruta do programa, o que fará se for eleito, meu Deus...?
O medo de Regina Duarte era de que PT se mativesse coerente com sua história e fizesse aquilo que dizia que faria (pelo menos antes da eleição). A história mostrou o contrário: o compromisso era outro, era com o poder, não com a coerência. Melhor assim.
Serra já se mostrou ofensivo quando a imprensa o põe em alguma situação difícil. Já acusou jornalistas de estarem pautados pelo petismo e já discutiu com alguns também. Mas não tem entre suas propostas de governo adotar mecanismos de controle da informação. Não consta que o PSDB e entidades ligadas ao partido pretendam isso. Já não se pode dizer o mesmo do PT e de sua base nos sindicatos, movimentos sociais, associações de classe... eles só não conseguiram.
O caso de Serra é grave, se ele realmente "confiscou" a fita. Assim como são graves as decisões judiciais que proíbem veículos de publicarem matérias referentes a fulano ou sicrano e um TSE que passou a ser o censor de palavras e gestos na eleição.
Os exageros estão presentes, é evidente. Não haverá uma ditadura lulista nem um golpe midiático. Mas as propostas estão aí, a espera de brechas para passar.
7 comentários:
É uma boa capa, mas acho exagerados os que falam em ameaça à liberdade de imprensa, bem como os que falam em golpe midiático. Coisas do período eleitoral, daqui a pouco essa histeria passa.
Amoêdo
Um pouco de diversão.
http://noticias.terra.com.br/eleicoes/2010/noticias/0,,OI4698632-EI15311,00-Midia+duela+e+debate+democracia+e+liberdade.html
Amoêdo
Parabéns ao Estadão pelo editorial. A revelação de que está do lado errado mostra uma evolução no nosso jeito de encarar a política, as eleições e a própria comunicação. É muito bom que a gente viva num país em que, finalmente, há liberdade para isso.
http://www.estadao.com.br/noticias/geral,editorial-o-mal-a-evitar,615255,0.htm
Amoêdo
O Estadão já havia se posicionado na eleição passada, assim como a Carta Capital o fez, não é novidade.
Agora, eu não acho exagerados os que falam em ameaça à liberdade de imprensa. Não, quando essa ameaça está incrustada no próprio ideário do partido do governo. Quando vem seguida, e precedida, de tentativas de implemenção de políticas de controle da informação, também não vejo exagero. Muito menos quando se tem a certeza de que, na primeira oportunidade que tiverem, voltarão à carga.
Eu sinceramente não acho que seja coisa do período eleitoral, muito embora este contribua para piorar as coisas. Até porque este conflito não se limita a esse período. Nenhum governo gosta quando a imprensa denuncia, mas poucos se esmeram tanto quanto este para restringi-la.
Sob os subterfúgios de controle popular da mídia ou da necessidade de novos marcos regulatórios para o setor, sente-se a ameaça. Confiar a discussão e a implementação de novas políticas para o setor a um governo cujo partido vê a "mídia" como golpista seria o mesmo que confiar ao lobo as ovelhas.
Márcio
O "medo" de Regina Duarte também era "real".
Sinceramente, não vejo um país que caminha pra qualquer tipo de privação de liberdade.
Agora, uma pergunta só pra provocar: o episódio CNT não teria sido o caso mais "ameaçador" dessas eleições até agora? Se, enquanto candidato, Serra "confiscou" a fita bruta do programa, o que fará se for eleito, meu Deus...?
Amoêdo
O medo de Regina Duarte era de que PT se mativesse coerente com sua história e fizesse aquilo que dizia que faria (pelo menos antes da eleição). A história mostrou o contrário: o compromisso era outro, era com o poder, não com a coerência. Melhor assim.
Serra já se mostrou ofensivo quando a imprensa o põe em alguma situação difícil. Já acusou jornalistas de estarem pautados pelo petismo e já discutiu com alguns também. Mas não tem entre suas propostas de governo adotar mecanismos de controle da informação. Não consta que o PSDB e entidades ligadas ao partido pretendam isso. Já não se pode dizer o mesmo do PT e de sua base nos sindicatos, movimentos sociais, associações de classe... eles só não conseguiram.
O caso de Serra é grave, se ele realmente "confiscou" a fita. Assim como são graves as decisões judiciais que proíbem veículos de publicarem matérias referentes a fulano ou sicrano e um TSE que passou a ser o censor de palavras e gestos na eleição.
Os exageros estão presentes, é evidente. Não haverá uma ditadura lulista nem um golpe midiático. Mas as propostas estão aí, a espera de brechas para passar.
Márcio
Mais um ataque à imprensa.
http://bit.ly/drok4a
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