Não importa quais foram os motivos que levaram ao adeus de Adeum Sauer da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Ele ficará na história como o secretário que caiu por causa de palavrão em revistinha de Chico Bento distribuída para professores.
Na chamada de capa dos dois principais jornais da Bahia, o Correio levou a "mió" contra o A Tarde. Confira:
Veja como a do Correio* foi simples, objetiva e divertida. E como o A Tarde, mesmo reaproveitando a tirinha que continha o palavrão, não obteve o mesmo êxito.
Willow
quarta-feira, agosto 05, 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
15 comentários:
Sem querer ser parcial, mas a do A Tarde é pra iniciados no assunto. A do Correio é pra qualquer leigo.
Além de estar muito mais divertida: fato.
Deduca@skol...
Aliás, o A Tarde tá mestre em manchetes herméticas, do tipo: Justiça determina fechamento do Eprad (é isso mesmo?).
Na moral, será que alguém lê isso e compra jornal na banca? Socorro!!!!! Além do pessoal do judiciário, alguém sabe o que é Eprad?
Enquanto isso, o CORREIO vem com: saiba como sair do vermelho. Porra, qualquer filho da puta tem uma dívida no cartão...
Mas enfim, acho que é uma questão de conceito mesmo... e de mentalidade também
Deduca@skol, de novo
Gostei pra caralho da do A Tarde. Mas achei a do Correio genial... ah, o título de dentro, na matéria, foi idéia minha: "Chico Bento derruba secretário"... hehe
Boréstia
Deduca,
Vc tem um pouco de razão. Boréstia e Márcio ressaltaram no posto anterior, que a vertente do jornalismo que busca assuntos realmente de interesse para a população se torna mais atrativo pro leitor e, com isso, mais rentável.
Só não concordo que o Ipraj não tenha importância. É uma excrescência administrativa custosa aos cofres públicos, criada para dar emprego a parentes de desembargadores e políticos.
Já deveria ter acabado. menos por causa do repasse administrativo de que trata a reportagem e mais pela falta de razões da própria existência do órgão.
Willow
Por falar em jornalismo, achei exagerada a cobertura do Correio e, principalmente, da TV Bahia sobre os 15 anos do "BA-VI de Raudinei". Nem os blogs de torcedores tricolores deram tanta importância ao assunto.
Amoêdo
Mesmo sendo importante a notícia do Eprad, ela não deveria vir na manchete daquela forma. "Justiça determina fechamento do Eprad" é manchete de quem não quis pensar o mínimo num título melhor. O cara devia estar louco pra ir pra casa e fez esse feijão com arroz insosso. Título tão burocrático quanto o próprio Eprad.
Márcio
Chico Bento corrije: Ipraj (Instituto Pedro Ribeiro de Administração Judiciária)
Bom, sei lá se é Eprad ou Ipraj...nem digo que a matéria não é relevante...a questão é forma como se vende a notícia, como Márcio bem observou.
Título pobre. Aquilo ali foi feito por jornalista, pra jornalista. Tinha que ser atraente. Essa é a função de uma manchete. Mas enfim...
E de qualquer forma, acho a coisa muito técnica pra manchete de jornal...
deduca@skol
Concordo Du que o jornal tem que atrair o leitor (principalmente os leigos) com manchetes criativas e bem pensadas. Há algum tempo observo que o Jornal A Tarde não se preocupa tanto em pensar as manchetes. É como se tivesse perdido o tesão pela coisa.
Pra mim o Correio* ganha em dois aspectos: a imagem bem pensada da capa (a maneira que as fotos ficam estruturadas) e a manchete atraente, que provoca curiosidade no leitor. E com o preço de um real, quem não vai querer comprar?
Como Alexandre colocou no post anterior, quantas mil pessoas tem o nome no SPC e queriam saber de forma prática e clara como se livrar das dívidas? A função do jornalismo também é de serviço e utilidade pública à população. Acho melhor publicar isso do que crimes.
Mas assuntos burocráticos também devem ter seu espaço, inclusive nas manchetes. Nesse caso o Ipraj tem sim uma relevância. O problema é a forma a ser explorado o assunto. Não li a matéria do A Tarde, mas deduzo eu, que fizeram o mesmo feijão com arroz insosso da manchete(Nada contra os profissionais de lá, é o estilo do jornal que não me agrada). Para atrair o leitor, principalmente os leigos no assunto, teria que ser mostrado no texto o que é de importância pra população: quem perde com o fim em 30 dias do Ipraj? Porque o CNJ decidiu extinguir o Ipraj? Como vai ficar o judiciário, mais moroso, menos moroso? O TJ tem condições de se reorganizar em tão pouco tempo? E aí vinha até um Box ou Coordenada explicando que o instituto criado há 25 anos por uma lei não deveria existir porque é uma forma do executivo influenciar no judiciário, e os poderes são independentes, além de todo o ônus para os cofres públicos e dos cargos para parentes. Mas ainda assim deveria ser extinto por uma lei também. Isso atrai o leitor. Porque atinge primeiro o interesse dele e depois ele vai saber o que de fato aconteceu, os motivos do CNJ para acabar com o Ipraj e etc. Acho que toda matéria burocrática deveria ter esse viés. Claro que tem vezes que não tem jeito, mas um pouco de criatividade já ajuda, aliás, sempre ajuda.
May
Olha eu tb acho que o A Tarde é, de vez em quando, muito conservador.
Mas vale, por exemplo, na cobertura do assassino do shopping do induto do dia dos pais.
Desculpem-me mas as manchetes do correio de ontem (12) e hoje (13) foram muito sensacionalistas pro meu gosto.
Hoje foi: "Maníaco frio e cruel". "Assassino de médica voltou ao shopping, fez compras e ainda jantou"
Eu posso ter perdido a sensibilidade, mas esse crime bizarro e deplorável não ficou pior pq o criminoso jantou.
Willow
Concordo, Willow. Acho que o jornalismo não pode ficar refém das "sacadinhas", ainda mais em um assunto como esse.
Amoêdo
P.S. Nunca li nada a respeito, mas desconfio que a grande maioria dos assassinos que não são presos em flagrante fazem algum tipo de refeição horas depois do crime.
Concordo que foi sensacionalista. E concordo que assassino frio e cruel é clichê, só faltou dizer que era frio e calculista.
Mas, apesar disso, e embora também não tendo lido nada sobre o assunto, acho que você voltar ao lugar onde, no mesmo dia, você sequestrou alguém para depois a matar, é sim sinal de frieza, ele é um psicopata.
Márcio
É muita frieza mesmo Marcinho, mas o que parece é que o jornal sentiu muito o crime.
A maior parte da cobertura foi passional em excesso. Nem tanto nos textos mas nas chamadas e títulos.
Ontem, era até redundante. "Assassino de médica saiu da cadeia para matar". O fato foda é um cara desses receber liberação do dia dos pais. Inconcebível.
Outra coisa é o correio falar como se estivesse num bar numa conversa inflamada sobre as injustiças do mundo.
Pra não deixar de falar do A Tarde. Em uma das páginas internas diz: "Estuprador ... qq coisa". Isso ai confunde.
Eu pensei que tinham constatado tb estupro, o que não seria estranho visto o histórico do tal psicopata. Imagino que foi o nome que eles encontraram pra não ficar redundante como o Correio.
Willow
A gente não pode elogiar, né? Eu, Maíra e Eduardo tentamos dar uma forcinha pro CORREIO e a galera faz essa merda! As capas dos últimos dias me deixaram ainda mais pirados por um motivo. Recentemente tomei um pito de rebarba por dar o aval a uma editora para colocar o seguinte título na capa: "Delegado bêbado preso por racismo"... Não sei se vcs se lembram do caso do delegado que comeu água e foi encontrado nas proximidades da casa de Willow, desacordado, com um arsenal dentro de um carro com os vidros abertos. Ao ser levado detido para a Corregedoria, o cara tentou bater numa delegada grávida, agrediu um agente de polícia e o xingou com palavras racistas. Tinha relatos de várias pessoas no Imbuí dizendo que o cara saiu às quedas. O corregedor me disse que, no mínimo, ele estava bêbado. Disse que aquilo não era postura de delegado e falou até que ele manchava a instituição... Baseado nesses relatos, não vi problema em usar que o filho da puta tava bêbado, mesmo que ele tenha se recusado a fazer o exame de alcoolemia. Resultado: a editora tomou uma chamada porque havia "presumido" o fato sem que o delegado fosse julgado. E eu tomei uma chamada da editora... Vieram com aquele discurso de quem o cara é inocente até o juiz dizer que ele é culpado... Eu não acredito em porra de juiz. Acho que jornalismo, assim como direito, é uma questão de bom senso... Aí depois desse falso moralismo saem na capa com: "Foi ele", "Maníaco não sei de que..."... ah, brincadeira!!! Uma incoerência sem tamanho... Rezei tanto pra terem pego o cara errado que vcs nem imaginam. De quebra, ainda não preservaram a imagem da mulher que foi torturada pelo "monstro" de Vilas, coisa que o A Tarde fez. Mas, se por um lado as capas do CORREIO exageraram, as matérias de dentro estão muito boas. Especialmente a que Mariana Rios fez hoje sobre a vítima do "monstro". Mari teve acesso ao vídeo do depoimento com exclusividade. Foi a única que publicou que ela defendeu o próprio algoz... Enfim...
Boréstia
Pô Borestia, vc disse tudo! Incoerência total entre o pito que vc levou e a capa "Foi ele".
E eu achei que o título "Foi ele" foi apressado. Amigo, se não tivesse sido ele ia dar merda.
Mas, Borestia, acho que vc resumiu bem o estado de coisas.
Willow
Postar um comentário