segunda-feira, janeiro 21, 2008

Garrincha!!!

Comecei a jogar bola no campo como ponta direita. Na década de 80 do século passado, o futebol estava abandonando os pontas, mas eu comecei assim.

Era muito mais magro, uma vareta. Era veloz, habilidoso, bom domínio de bola e cortes secos que deixavam as zagas "caçando borboleta". Foi assim que um adversário nomeou os ataques de meu time no Cond. Presidencial em Vera Cruz, no veraneio de 1989.

Como um fanático por futebol, assistia a todos os documentários sobre as copas do mundo e ainda li toda a parte de um Almanaque Abril sobre a Seleção, além de várias outras publicações. Foi assim que virei fã de Garrincha, o melhor ponta que eu já vi jogar (em vídeo e não ao vivo, obviamente). Na verdade, depois de Pelé, o melhor que já vi. Desculpem-me os fãs de Zico, Maradona, Beckenbauer, Di Stéfano, Cruyff, Zidane, Romário e Ronaldo. Mas é isso.

Assim, quando soube que o último dia 20 de janeiro marcou 25 anos da sua morte, fiquei excessivamente melancólico. Além de indignado, porque o Botafogo e a CBF nada fizeram para celebrar a data. Outro motivo para odiar ainda mais o estúpido e calhorda Ricardo Teixeira.

O que importa é que Garrincha foi um gênio. Na copa de 58, mudou o time quando entrou na terceira partida da Seleção. Na copa de 62, sem o Rei, foi o astro principal e fez de tudo. Gols de cabeça, de falta, dribles desconcertantes e até utilizou o tapetão pra jogar a final, já que havia sido expulso no jogo anterior.

Como todos sabem, a esquadra canarinha nunca perdeu um jogo com os dois juntos. E isso só acontece num time que tem os dois melhores do mundo. Agradeço a Juca Kfouri, que definiu bem Garrincha. Homenagem justa e emocionante.

Viva ao futebol arte, viva ao talento, viva ao craque que fazia de qualquer 0x0 uma grande partida - se é que algum jogo com Mané terminou sem gols.

Viva a Garrincha!

Willow

Ah! O meu destino nas quatro linhas acompanha o esporte. Como o futebol tornou-se menos belo e mais efetivo, recuei de posição.

Primeiro, desci para a lateral-direita, jogando com boleiros mais velhos e mais fortes. Depois, virei volante, para comandar um time de meninos mais novos na escolinha que demorei em largar.

Hoje sou zagueiro nos babas. Minha missão é impedir que atacantes sem talento façam gols feios e jogadas estúpidas. E nisso sou impiedoso e, às vezes, cruel.

8 comentários:

Manelé na Tela disse...

Willinho,

Garrincha também é, pra mim, o segundo melhor jogador q eu não vi jogar.. só perde pro Rei!

Mas, sobre o anjo das pernas tortas, o Chaplin do futebol, eu só tenho q assinar em baixo em tudo que vc e Juca disseram, e no que Tostão escreveu em um artigo especial pro El País, da Espanha. Vala a pena ler tb... em suma, como disse Kfouri, ele foi um gênio, com G, de Garrincha.

Agora, preciso também falar sobre vc. O maior dos menores zagueiros do mundo! ninguém com a sua altura joga tanto lá atrás, lá ele! já tive o prazer de jogar ao seu lado, e o desprazer de jogar contra.

Como neo-atacante, algo relativamente recente em minha vida, já que, por quase 20 anos fui goleiro e só descobri minha veia goleadora (na verdade, tive q mudar de posição por conta do peso), aos 22, tenho propriedade pra dizer: vc joga pra caralho!

E sua condição física é q valoriza e impressiona seu desempenho, assim como Garrincha, em menor grau, obviamente.

Vc é pequeno, e bom de cabeça, não perde uma dividida, antecipa como poucos, tromba com os mais altos e fortes, como eu, e, por incrível q pareça, leva vantagem na maioria das vezes... enfim, é muito chato jogar contra vc... e muito tranquilizante saber que vc tá na zaga do meu time...

sem contar que vc tem um excelente passe. lembro uma vez que vc fez um lançamento longo do campo de defesa e eu fiz um belo gol, de cabeça, minha especialidade... se é q eu tenho uma... rs. Não foi o único gol de Dadá nascido de suas assistências precisas.

Outro fundamento de destaque desse pequeno grande zagueiro: o chute. Willounildowillow tem uma patada forte e certeira. Já tomei gol dele também.

A única coisa que não condiz muito nesse discurso é vc dizer que só deixa fazerem gol bonito na zaga que comanda. Falácia. Eu não seu fazer gol bonito, e já broquei muito os times de willinho, o q, aliás, atestam meu faro de matador implacável!

Enfim, uma alcunha definiria bem esse mini-astro do futebol de várzea mundial: o ANJO DA BUNDA GRANDE!


Fã do melhor dos menores zagueiros do mundo em todos os tempos,

Dadá "El Tanque" Sena

PS1: saudade dos nossos 4 anos de babas semanais...
PS2:saudade de ser artilheiro...
PS3: saudade do fôlego q eu tinha quando jogava regularmente...
PS4: saudade das resenhas e cervejas pós-baba...
PS5: saudade dos duelos com willinho...
PS6: e, principalmente, de tê-lo no meu time.

Manelé na Tela disse...

Vcs perderam alguma partida jogando juntos?

Boréstia

Manelé na Tela disse...

Que eu lembre, não!

Acho que, por nossa ausência, o Brasil não levou a Copa de 2006.

Ou alguém duvida q eu sou melhor q Adriano?

El Tanque

Manelé na Tela disse...

Dadá, obrigado pelas palavras. Gostaria de ser isso tudo mesmo que vc falou.

Com o passar dos anos o que mais sofreu foi meu chute. Infelizmente, agora descalibrado.

Devo dizer tb que logo no início da sua mudança de Goleiro pra Atacante a adaptação não foi muito fácil. Mas, com o passar do tempo, e quando controlou um pouco mais o temperamento explosivo (desses que muito craque tem), vc evoluiu e passou a fazer gols como nunca.

Liderou várias tabelas de artilharia com Kelber logo atrás (lá ele). Tinha dias insuportáveis nos quais todo chute seu dava certo. Era irritante.

O melhor das nossas partidas juntos era vencer o time de Mastroiani. Como era bom ver o nervosismo no rosto do narrador, ainda mais qdo vc ria na cara dele, hehehehe!

Realmente, que saudade dos babas!

Willow

Manelé na Tela disse...

Na verdade, Willinho, mais importante do que controlar o comportamento intempestivo, o que eu tento, mas ainda não consegui, vc sabe, foi me conscientizar de deixar de chutar sempre de bico. Até descobrir isso, realmente, meu desempenho era pífio.

Aprendizado que devo, e muito, a insistência dos companheiros: vc e, principalmente, Luciano. Me rendi e percebi que o jeito na maioria das vezes é melhor que a força no chute. E que a bola pega um efeito maior e fica mais difícil de ser defendida pelo goleiro se chutada de peito de pé, ou de lado, com calma, escolhendo o caminho dela. Demorou, mas a produtividade aumentou! Obrigado.

Mas não abandonei completamente o bico. Afinal, se nem Romário o aposentou, quem sou eu pra fazer isso? Se precisar, vai de bicuda mesmo! O importante é bola na rede!

A partir desta evolução, ninguém mais segurou Dadá “El Tanque”, como passei a ser conhecido nos gramados do mundo, pelo porte físico, digamos, avantajado – ou seja, um jeito carinhoso e sutil de designar um gordo grande.

Passei de paredão a matador!

Apesar do longo tempo inativo, o faro de gol permanece. Portanto, se você aí tá precisando de um atacante grandalhão, desengonçado, mas raçudo, vibrante, bom de cabeça, insuperável no jogo aéreo e no tombo de corpo, que não foge de nenhuma dividida, lamentável por baixo, pouco habilidoso, polêmico, falastrão e, principalmente, goleador, pra alegrar seus babas e aumentar a eficácia do ataque de seu time, estou aberto (lá ele!) a negociações.

Sou a reencarnação de Dadá Maravilha, dentro e fora de campo.

Não páro no ar, mas faço chover.

Não sei jogar bola. Só sei fazer gol.

Com Dadá em campo, não tem placar é branco.

Clássico é clássico e vice-versa.

Sou imprestável e invendável.

A irreverência precisa voltar aos gramados do futebol de várzea mundial. Eu sou a solução. Afinal, Deus olhou pra mim e disse, eu sou o cara! Hehehe...

Preciso despendurar as chuteiras!!!

Ávido por propostas,

Dadá “El Tanque” Maravilha

PS1: realmente, ganhar de Titi não tinha preço.

PS2: tô com fome de bola!!!

PS3: Haja coração!

Manelé na Tela disse...

Sensacional Dadá!!!

Aliás, eu me lembro quando vc fez um dos primeiros gols sem chutar de bico.

Realmente, esse foi um fator decisivo na sua evolução futebolística sintética society de várzea.

O gol foi assim: vc estava no campo adversário, pelo lado esquerdo e recebeu um passe do meio de campo.

Vários jogadores do seu time gritaram pra que vc não desse uma bicuda, que tocasse a bola.

Mas, lembra como vc gosta de segurar a pelota?, vc deu três passos largos em direção ao gol, deu um leve corte pro meio e, com o corpo caindo pro lado esquerdo, com a mão esquerda quase na cintura, mandou um chute com o lado de dentro do pé direito.

Chute cruzado, mas com a bola ganhando altura e com efeito pra esquerda caiu no canto esquerdo do goleiro que nada pode fazer.

Eu era zagueiro do time adversário, mas não era o seu marcador. Não fiquei chateado e aplaudi o gol reflexo da consciência, do apredizado e da evolução técnica.

Willow

Manelé na Tela disse...

Sensacional Dadá!!!

Aliás, eu me lembro quando vc fez um dos primeiros gols sem chutar de bico.

Realmente, esse foi um fator decisivo na sua evolução futebolística sintética society de várzea.

O gol foi assim: vc estava no campo adversário, pelo lado esquerdo e recebeu um passe do meio de campo.

Vários jogadores do seu time gritaram pra que vc não desse uma bicuda, que tocasse a bola.

Mas, lembra como vc gosta de segurar a pelota?, vc deu três passos largos em direção ao gol, deu um leve corte pro meio e, com o corpo caindo pro lado esquerdo, com a mão esquerda quase na cintura, mandou um chute com o lado de dentro do pé direito.

Chute cruzado, mas com a bola ganhando altura e com efeito pra esquerda caiu no canto esquerdo do goleiro que nada pode fazer.

Eu era zagueiro do time adversário, mas não era o seu marcador. Não fiquei chateado e aplaudi o gol reflexo da consciência, do apredizado e da evolução técnica.

Willow

Manelé na Tela disse...

Obrigado, obrigado...

eu também sou fã de Dadá!

Darino

PS1: sabe como é, né? o mito (Dadá) tem quem se diferenciar do ser humano (Darino). Pelé usa a mesma tática!