Visando decidir se nossa nova empreitada rumo a 2008 dará certo, está marcada uma reunião extraordinária na nossa humilde residencia. Podem começar a chegar por volta das 18:30 de sexta(28/09). Levem cerveja e petiscos, porque nossa contribuição se resumirá a 3 latinhas de schin e um pacote de salgadinho... Aproveitaremos a oportunidade para assistir ao final da novela, com um faraônico bolão para tentar adivinhar quem matou Taís, preço de 1 cota, R$ 1,00.
PS.: Lívia tem novidades sobre a possibilidade do reveillon ser em Macéio, lá divilgaremos os números.
PS2.: Aproveitando ainda mais a oportunidade, iremos inaugurar o nosso freezer semi-novo vermelho sangue com detalhes em preto, para gelar ainda mais rápido nossas bebidinhas...
Atensiosamente,
Família Broa.
quinta-feira, setembro 27, 2007
quarta-feira, setembro 26, 2007
Por mim é essa!
Caros manelés, visistem este site e verifiquem, http://www.massarandupiobeach.com/ . A casa é massa, o lugar, acredito, agrada a todos, o preço dentro das expectativas, R$ 3.000,00 de 29/12/07 à 02/01/08. Temos que fechar até dia 10/10, portanto peço que todos verifiquem logo. Quanto mais gente confirmar, menos a gente pagará.
Aguardo comentários,
Broa.
Aguardo comentários,
Broa.
terça-feira, setembro 25, 2007
segunda-feira, setembro 24, 2007
Reveillon
Sra. Amoêdo e eu estamos tentando organizar nossa festinha de final de ano. Estamos pesquisando casas em vários locais, visando boas acomodações a preço baixo. Aos interessados, solicitamos confirmação do interesse em virar o ano ao nosso lado e opiniões de lugares com essas características. Quanto antes nos organizarmos, mas em conta ficará nossa viagem.
Aguardo comentários
Broa.
Aguardo comentários
Broa.
sexta-feira, setembro 21, 2007
quinta-feira, setembro 20, 2007
Onde está Willow?!
Willownildon coloca palhinha (Emiliano) na fogueira e se ausenta?! Qual é. Tal qual Mercadante, absteve-se?! Aí não, aí não!!
Não tarde.
Márcio
Não tarde.
Márcio
quarta-feira, setembro 19, 2007
A história de Emiliano tem um lado só
Os crimes da ditadura não foram esquecidos nem tampouco têm sido negados. Tanto é assim que o livro lançado não contém nenhuma informação que já não se soubesse. Inédito apenas o fato de ter sido patrocinado pelo governo - como se os das ongs já não fossem patrocinados por suas verbas!
A história da ditadura não tem sido jogada por baixo do tapete. Se há um lado da história que não foi contada, por sinal, é o lado dos militares. A história só será completa quando o outro lado também se manifestar. Mas não há praticamente livro algum sobre os crimes da resistência.
Ademais, o Estado não tem se omitido perante a história da ditadura. Ele tem pagado indenizações milionárias às famílias, muitas delas contestadas e até duvidosas. O livro não é um passa adiante. O Estado deveria, isso sim, investir seu dinheiro e sua política para procurar desaparecidos.
Agora, se há de se acabar com a lei da anistia não há como punir apenas os militares. Os atos terroristas, os homicídios, os seqüestros, os assaltos, os chamados “justiçamentos”, assim como qualquer outro crime cometido pela resistência, hão de entrar na disputa da mesma maneira.
Assim, quando Passarinho enumerou alguns dos crimes cometidos pela resistência, ao contrário do Willow achou, não era para desumanizá-los, era para humanizá-los! Lamarca só é herói na mitologia da resistência, assim como é Marighela um democrata. Isso é apenas mistificação.
Emiliano deve conhecer os textos “democráticos” de Marighela, seu biografado, onde ele pregava abertamente o homicídio de suspeitos de traição e onde milita pelo comunismo. Até hoje muitos resistentes louvam o regime cubano - o que nos faz ver que a história não vê o passado deles, nem o presente.
Não querer a revisão da lei da anistia não é defender a ditadura. O Estado não deveria ser responsável pela morte de ninguém que está sob sua tutela. Um fato. Não há, porém, que ser negado os crimes cometidos pelo outro lado - e se há omissão da história, e do Estado, é frente a esses crimes.
No mais, se a juventude ignora o que aconteceu na ditadura, não é por falta de fontes. Professor de história e revolucionário são quase as mesmas palavras. Livros, filmes, documentários, televisão, jornais, todos eles sempre viram a ditadura por um único lado, omitindo o outro.
Se quisermos mesmo exigir rigor à História, imprescindível será ouvir todos os lados.
Só mais uma coisa: querer numa comparação igualar a ditadura militar brasileira com as ditaduras argentina e chilena, bem como o regime cubano, é um grave erro de proporção. Por mais que toda morte sob tais regimes seja indefensável, 400 mortes não são 40 mil.
Não há como comparar sem essa ressalva.
Márcio
A história da ditadura não tem sido jogada por baixo do tapete. Se há um lado da história que não foi contada, por sinal, é o lado dos militares. A história só será completa quando o outro lado também se manifestar. Mas não há praticamente livro algum sobre os crimes da resistência.
Ademais, o Estado não tem se omitido perante a história da ditadura. Ele tem pagado indenizações milionárias às famílias, muitas delas contestadas e até duvidosas. O livro não é um passa adiante. O Estado deveria, isso sim, investir seu dinheiro e sua política para procurar desaparecidos.
Agora, se há de se acabar com a lei da anistia não há como punir apenas os militares. Os atos terroristas, os homicídios, os seqüestros, os assaltos, os chamados “justiçamentos”, assim como qualquer outro crime cometido pela resistência, hão de entrar na disputa da mesma maneira.
Assim, quando Passarinho enumerou alguns dos crimes cometidos pela resistência, ao contrário do Willow achou, não era para desumanizá-los, era para humanizá-los! Lamarca só é herói na mitologia da resistência, assim como é Marighela um democrata. Isso é apenas mistificação.
Emiliano deve conhecer os textos “democráticos” de Marighela, seu biografado, onde ele pregava abertamente o homicídio de suspeitos de traição e onde milita pelo comunismo. Até hoje muitos resistentes louvam o regime cubano - o que nos faz ver que a história não vê o passado deles, nem o presente.
Não querer a revisão da lei da anistia não é defender a ditadura. O Estado não deveria ser responsável pela morte de ninguém que está sob sua tutela. Um fato. Não há, porém, que ser negado os crimes cometidos pelo outro lado - e se há omissão da história, e do Estado, é frente a esses crimes.
No mais, se a juventude ignora o que aconteceu na ditadura, não é por falta de fontes. Professor de história e revolucionário são quase as mesmas palavras. Livros, filmes, documentários, televisão, jornais, todos eles sempre viram a ditadura por um único lado, omitindo o outro.
Se quisermos mesmo exigir rigor à História, imprescindível será ouvir todos os lados.
Só mais uma coisa: querer numa comparação igualar a ditadura militar brasileira com as ditaduras argentina e chilena, bem como o regime cubano, é um grave erro de proporção. Por mais que toda morte sob tais regimes seja indefensável, 400 mortes não são 40 mil.
Não há como comparar sem essa ressalva.
Márcio
Tendências e debates
Para qualificar o debate, segue artigo do Prof. Emiliano José, publicado no jornal A Tarde de ontem, 18 de setembro. O título acima é um plágio de outro jornal, a Folha de São Paulo, mas tem uma razão de aí ser colocado. Lembro que anteriormente, tivemos a voz do Sr. Jarbas Passarinho.
Veias abertas
Quando uma ferida está aberta, ela sangra. E incomoda.
Por isso, talvez, o lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade, pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal e que contou com a presença do presidente Lula, tenha incomodado tanto. Não há como esconder debaixo do tapete os crimes de uma ditadura.
Quem quer que tenha experimentado o terror de um regime assim, sentido na pele a tortura, enfrentado a dor de saber de um parente torturado, ou morto ou desaparecido, não há de esquecer.
Nem tem por quê.
Como disse o jornalista Álvaro Caldas, ex-preso político, em artigo n'O Estado de S.Paulo de 2 de setembro, essa é uma catarse que o País ainda não teve coragem de fazer, embora ele reconheça que o lançamento de um livro como esse, onde o próprio Estado sepulta as versões mentirosas da repressão, represente um passo adiante. Eu diria que um passo importantíssimo, embora evidentemente ainda não suficiente. Muitos dos que ordenaram a tortura, muitos dos que comandaram assassinatos não estão mais entre os vivos. Mas não há qualquer razão para anistiar pessoas que agiram dessa maneira. "Eu não anistio criminosos", disse Clarice Herzog, viúva de Vladimir Herzog, morto no DOI-Codi, São Paulo, em 1975, ao O Estado de S.Paulo do mesmo 2 de setembro.
O País cultiva uma curiosa tradição de fazer transições políticas por cima, pretendendo sempre que elas se dêem sem rupturas evidentes. Isso no entanto, há que se modificar. Em vários países latino-americanos, e podemos lembrar casos como o da Argentina e do Chile, os responsáveis pelos crimes dos períodos ditatoriais têm sido punidos.
Não há prescrição para tais crimes. Não pode haver. Por que no Brasil deveríamos fazer de conta que tudo se apagou? Por que alisar a ferida? Por que fingir que ela não dói mais? Quando falo, em palestras, o que foi a ditadura, a juventude reage como que perplexa. Não sabe o que ocorreu naqueles tempos de terror - terror oficial, terror do Estado que tem o monopólio da força. Nós não podemos construir uma história de faz-de-conta. À base da lei, o País deve continuar esse movimento pela punição dos que cometeram esses crimes. Para tanto, deve ser ampliada a política de abertura dos arquivos. O nosso ensino de história não pode continuar a omitir esses crimes. Os jovens têm todo o direito de saber o que foram aqueles 21 anos de arbítrio, violência, obscurantismo, tortura, assassinatos.
É preciso exercitar o direito à memória e à verdade.
Continuar o processo de abertura dos arquivos.
A verdade, se dói, é sempre melhor do que a mentira ou a omissão. Ela permitirá à Nação encarar-se a si mesma, olhar seu passado, adotar as medidas necessárias para afirmar suas convicções democráticas, enxergar o novo papel das Forças Armadas. Ao negar-se a isso, estamos no território do faz-de-conta. Como querem as vozes do passado, que volta e meia ressurgem querendo defender o indefensável, uma ditadura que nós não queremos nunca mais.
Emiliano José| Jornalista e escritor. E-mail: emiljose@uol.com.br
Willow, no papel de dar voz às vozes.
P.S.: quem matou Taís, eu não sei, mas já soube que o Otto rodou e a Alessandra tá livre. Preparem os currículos.
Veias abertas
Quando uma ferida está aberta, ela sangra. E incomoda.
Por isso, talvez, o lançamento do livro Direito à Memória e à Verdade, pela Secretaria Especial de Direitos Humanos do Governo Federal e que contou com a presença do presidente Lula, tenha incomodado tanto. Não há como esconder debaixo do tapete os crimes de uma ditadura.
Quem quer que tenha experimentado o terror de um regime assim, sentido na pele a tortura, enfrentado a dor de saber de um parente torturado, ou morto ou desaparecido, não há de esquecer.
Nem tem por quê.
Como disse o jornalista Álvaro Caldas, ex-preso político, em artigo n'O Estado de S.Paulo de 2 de setembro, essa é uma catarse que o País ainda não teve coragem de fazer, embora ele reconheça que o lançamento de um livro como esse, onde o próprio Estado sepulta as versões mentirosas da repressão, represente um passo adiante. Eu diria que um passo importantíssimo, embora evidentemente ainda não suficiente. Muitos dos que ordenaram a tortura, muitos dos que comandaram assassinatos não estão mais entre os vivos. Mas não há qualquer razão para anistiar pessoas que agiram dessa maneira. "Eu não anistio criminosos", disse Clarice Herzog, viúva de Vladimir Herzog, morto no DOI-Codi, São Paulo, em 1975, ao O Estado de S.Paulo do mesmo 2 de setembro.
O País cultiva uma curiosa tradição de fazer transições políticas por cima, pretendendo sempre que elas se dêem sem rupturas evidentes. Isso no entanto, há que se modificar. Em vários países latino-americanos, e podemos lembrar casos como o da Argentina e do Chile, os responsáveis pelos crimes dos períodos ditatoriais têm sido punidos.
Não há prescrição para tais crimes. Não pode haver. Por que no Brasil deveríamos fazer de conta que tudo se apagou? Por que alisar a ferida? Por que fingir que ela não dói mais? Quando falo, em palestras, o que foi a ditadura, a juventude reage como que perplexa. Não sabe o que ocorreu naqueles tempos de terror - terror oficial, terror do Estado que tem o monopólio da força. Nós não podemos construir uma história de faz-de-conta. À base da lei, o País deve continuar esse movimento pela punição dos que cometeram esses crimes. Para tanto, deve ser ampliada a política de abertura dos arquivos. O nosso ensino de história não pode continuar a omitir esses crimes. Os jovens têm todo o direito de saber o que foram aqueles 21 anos de arbítrio, violência, obscurantismo, tortura, assassinatos.
É preciso exercitar o direito à memória e à verdade.
Continuar o processo de abertura dos arquivos.
A verdade, se dói, é sempre melhor do que a mentira ou a omissão. Ela permitirá à Nação encarar-se a si mesma, olhar seu passado, adotar as medidas necessárias para afirmar suas convicções democráticas, enxergar o novo papel das Forças Armadas. Ao negar-se a isso, estamos no território do faz-de-conta. Como querem as vozes do passado, que volta e meia ressurgem querendo defender o indefensável, uma ditadura que nós não queremos nunca mais.
Emiliano José| Jornalista e escritor. E-mail: emiljose@uol.com.br
Willow, no papel de dar voz às vozes.
P.S.: quem matou Taís, eu não sei, mas já soube que o Otto rodou e a Alessandra tá livre. Preparem os currículos.
segunda-feira, setembro 17, 2007
Surrealismo é isso!
O texto abaixo é longo, mas hilário. Absurdo acima de tudo. Mas, de tão absurdo, é hilário. Antes vamos contextualizar. Alguns já devem conhecer a história, mas vou contar mesmo assim, até porque o desfecho vale a pena.
Há algumas semanas, coisa de um mês, num desses programas esportivos da tevê, discutia-se sobre um jogador de futebol gay. O apresentador e os convidados falavam sobre o assunto sem mencionar o nome do tal jogador. Lá pelas tantas, foi perguntado a um dirigente palmeirense, se o tal jogador já vestira a camisa do alviverde. O dirigente respondeu:
“Não, o Richardson nunca vestiu a camisa do Palmeiras”.
Pronto. Todos caíram na risada. O dirigente revelara o nome e nem percebera. Só até aí o caso já é hilário, mas não pára por aí.
O caso foi parar na Justiça. E é aqui que vira um surrealismo só. Richardson entrou com um processo. Abaixo está a decisão do juiz. É longo, mas leiam. Asseguro que não nenhuma pegadinha do Sérgio Malandro, embora possa parecer.
Márcio
Abaixo a sentença, como no original.
Sentença do juiz Manoel Maximiano Junqueira
Conclusão
Em 5 de julho de 2007. faço estes autos conclusos ao Dr. Manoel Maximiano Junqueira Filho, MM. Juiz de Direito Titular da Nona Vara Criminal da Comarca da Capital. Eu, Ana Maria R. Goto, Escrevente, digitei e subscrevi.
A presente Queixa-Crime não reúne condições de prosseguir.
Vou evitar um exame perfunctório, mesmo porque, é vedado constitucionalmente, na esteira do artigo 93, inciso IX, da Carta Magna.
1. Não vejo nenhum ataque do querelado ao querelante.
2. Em nenhum momento o querelado apontou o querelante como homossexual.
3. Se o tivesse rotulado de homossexual, o querelante poderia optar pelos seguintes caminhos:
3. A - Não sendo homossexual, a imputação não o atingiria e bastaria que, também ele, o querelante, comparecesse no mesmo programa televisivo e declarasse ser heterossexual e ponto final;
3. B - se fosse homossexual, poderia admiti-lo, ou até omitir, ou silenciar a respeito. Nesta hipótese, porém, melhor seria que abandonasse os gramados...
Quem é, ou foi BOLEIRO, sabe muito bem que estas infelizes colocações exigem réplica imediata, instantânea, mas diretamente entre o ofensor e o ofendido, num "TÈTE-À TÈTE".
4. O querelante trouxe, em arrimo documental, suposta manifestação do "GRUPO GAY", da Bahia (folha 10) em conforto à posição do jogador. E também suposto pronunciamento publicado na Folha de São Paulo, de autoria do colunista Juca Kfouri (folha 7), batendo-se pela abertura, nas canchas, de atletas com opção sexual não de todo aceita.
5. Já que foi colocado, como lastro, este Juízo responde: futebol é jogo viril, varonil, não homossexual. Há hinos que consagram esta condição: "OLHOS ONDE SURGE O AMANHÃ, RADIOSO DE LUZ, VARONIL, SEGUE SUA SENDA DE VITÓRIAS...".
6. Esta situação, incomum, do mundo moderno, precisa ser rebatida...
7. Quem se recorda da "COPA DO MUNDO DE 1970", quem viu o escrete de ouro jogando (FÉLIX, CARLOS ALBERTO, BRITO, EVERALDO E PIAZA; CLODOALDO E GÉRSON; JAIRZINHO, PELÉ, TOSTÃO E RIVELINO), jamais conceberia um ídolo seu homossexual.
8. Quem presenciou grandes orquestras futebolísticas formadas: SEJAS, CLODOALDO, PELÉ E EDU, no Peixe; MANGA, FIGUEROA, FALCÃO E CAÇAPAVA, no Colorado; CARLOS, OSCAR, VANDERLEI, MARCO AURÉLIO E DICÁ, na Macaca, dentre inúmeros craques, não poderia sonhar em vivenciar um homossexual jogando futebol.
9. Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo. Mas, forme o seu time e inicie uma Federação. Agende jogos com quem prefira pelejar contra si.
10. O que não se pode entender é que a Associação de Gays da Bahia e alguns colunistas (se é que realmente se pronunciaram neste sentido) teimem em projetar para os gramados, atletas homossexuais.
11. Ora, bolas, se a moda pega, logo teremos o "SISTEMA DE COTAS", forçando o acesso de tantos por agremiação...
12. E não se diga que essa abertura será de idêntica proporção ao que se deu quando os negros passaram a compor as equipes. Nada menos exato. Também o negro, se homossexual, deve evitar fazer parte de equipes futebolísticas de héteros.
13. Mas o negro desvelou-se (e em várias atividades) importantíssimo para a história do Brasil: o mais completo atacante, jamais visto, chama-se EDSON ARANTES DO NASCIMENTO e é negro.
14. O que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicariam a uniformidade de pensamento da equipe, o entrosamento, o equilíbrio, o ideal...
15. Para não falar do desconforto do torcedor, que pretende ir ao estádio, por vezes com seu filho, avistar o time do coração se projetando na competição, ao invés de perder-se em análises do comportamento deste, ou daquele atleta, com evidente problema de personalidade, ou existencial; desconforto também dos colegas de equipe, do treinador, da comissão técnica e da direção do clube.
16. Precisa, a propósito, estrofe popular, que consagra:
"CADA UM NA SUA ÁREA,
CADA MACACO EM SEU GALHO,
CADA GALO EM SEU TERREIRO,
CADA REI EM SEU BARALHO".
17. É assim que eu penso... e porque penso assim, na condição de Magistrado, digo!
18. Rejeito a presente Queixa-Crime. Arquivem-se os autos. Na hipótese de eventual recurso em sentido estrito, dê-se ciência ao Ministério Público e intime-se o querelado, para contra-razões.
São Paulo, 5 de julho de 2007
MANOEL MAXIMIANO JUNQUEIRA FILHO
JUIZ DE DIREITO TITULAR
Há algumas semanas, coisa de um mês, num desses programas esportivos da tevê, discutia-se sobre um jogador de futebol gay. O apresentador e os convidados falavam sobre o assunto sem mencionar o nome do tal jogador. Lá pelas tantas, foi perguntado a um dirigente palmeirense, se o tal jogador já vestira a camisa do alviverde. O dirigente respondeu:
“Não, o Richardson nunca vestiu a camisa do Palmeiras”.
Pronto. Todos caíram na risada. O dirigente revelara o nome e nem percebera. Só até aí o caso já é hilário, mas não pára por aí.
O caso foi parar na Justiça. E é aqui que vira um surrealismo só. Richardson entrou com um processo. Abaixo está a decisão do juiz. É longo, mas leiam. Asseguro que não nenhuma pegadinha do Sérgio Malandro, embora possa parecer.
Márcio
Abaixo a sentença, como no original.
Sentença do juiz Manoel Maximiano Junqueira
Conclusão
Em 5 de julho de 2007. faço estes autos conclusos ao Dr. Manoel Maximiano Junqueira Filho, MM. Juiz de Direito Titular da Nona Vara Criminal da Comarca da Capital. Eu, Ana Maria R. Goto, Escrevente, digitei e subscrevi.
A presente Queixa-Crime não reúne condições de prosseguir.
Vou evitar um exame perfunctório, mesmo porque, é vedado constitucionalmente, na esteira do artigo 93, inciso IX, da Carta Magna.
1. Não vejo nenhum ataque do querelado ao querelante.
2. Em nenhum momento o querelado apontou o querelante como homossexual.
3. Se o tivesse rotulado de homossexual, o querelante poderia optar pelos seguintes caminhos:
3. A - Não sendo homossexual, a imputação não o atingiria e bastaria que, também ele, o querelante, comparecesse no mesmo programa televisivo e declarasse ser heterossexual e ponto final;
3. B - se fosse homossexual, poderia admiti-lo, ou até omitir, ou silenciar a respeito. Nesta hipótese, porém, melhor seria que abandonasse os gramados...
Quem é, ou foi BOLEIRO, sabe muito bem que estas infelizes colocações exigem réplica imediata, instantânea, mas diretamente entre o ofensor e o ofendido, num "TÈTE-À TÈTE".
4. O querelante trouxe, em arrimo documental, suposta manifestação do "GRUPO GAY", da Bahia (folha 10) em conforto à posição do jogador. E também suposto pronunciamento publicado na Folha de São Paulo, de autoria do colunista Juca Kfouri (folha 7), batendo-se pela abertura, nas canchas, de atletas com opção sexual não de todo aceita.
5. Já que foi colocado, como lastro, este Juízo responde: futebol é jogo viril, varonil, não homossexual. Há hinos que consagram esta condição: "OLHOS ONDE SURGE O AMANHÃ, RADIOSO DE LUZ, VARONIL, SEGUE SUA SENDA DE VITÓRIAS...".
6. Esta situação, incomum, do mundo moderno, precisa ser rebatida...
7. Quem se recorda da "COPA DO MUNDO DE 1970", quem viu o escrete de ouro jogando (FÉLIX, CARLOS ALBERTO, BRITO, EVERALDO E PIAZA; CLODOALDO E GÉRSON; JAIRZINHO, PELÉ, TOSTÃO E RIVELINO), jamais conceberia um ídolo seu homossexual.
8. Quem presenciou grandes orquestras futebolísticas formadas: SEJAS, CLODOALDO, PELÉ E EDU, no Peixe; MANGA, FIGUEROA, FALCÃO E CAÇAPAVA, no Colorado; CARLOS, OSCAR, VANDERLEI, MARCO AURÉLIO E DICÁ, na Macaca, dentre inúmeros craques, não poderia sonhar em vivenciar um homossexual jogando futebol.
9. Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo. Mas, forme o seu time e inicie uma Federação. Agende jogos com quem prefira pelejar contra si.
10. O que não se pode entender é que a Associação de Gays da Bahia e alguns colunistas (se é que realmente se pronunciaram neste sentido) teimem em projetar para os gramados, atletas homossexuais.
11. Ora, bolas, se a moda pega, logo teremos o "SISTEMA DE COTAS", forçando o acesso de tantos por agremiação...
12. E não se diga que essa abertura será de idêntica proporção ao que se deu quando os negros passaram a compor as equipes. Nada menos exato. Também o negro, se homossexual, deve evitar fazer parte de equipes futebolísticas de héteros.
13. Mas o negro desvelou-se (e em várias atividades) importantíssimo para a história do Brasil: o mais completo atacante, jamais visto, chama-se EDSON ARANTES DO NASCIMENTO e é negro.
14. O que não se mostra razoável é a aceitação de homossexuais no futebol brasileiro, porque prejudicariam a uniformidade de pensamento da equipe, o entrosamento, o equilíbrio, o ideal...
15. Para não falar do desconforto do torcedor, que pretende ir ao estádio, por vezes com seu filho, avistar o time do coração se projetando na competição, ao invés de perder-se em análises do comportamento deste, ou daquele atleta, com evidente problema de personalidade, ou existencial; desconforto também dos colegas de equipe, do treinador, da comissão técnica e da direção do clube.
16. Precisa, a propósito, estrofe popular, que consagra:
"CADA UM NA SUA ÁREA,
CADA MACACO EM SEU GALHO,
CADA GALO EM SEU TERREIRO,
CADA REI EM SEU BARALHO".
17. É assim que eu penso... e porque penso assim, na condição de Magistrado, digo!
18. Rejeito a presente Queixa-Crime. Arquivem-se os autos. Na hipótese de eventual recurso em sentido estrito, dê-se ciência ao Ministério Público e intime-se o querelado, para contra-razões.
São Paulo, 5 de julho de 2007
MANOEL MAXIMIANO JUNQUEIRA FILHO
JUIZ DE DIREITO TITULAR
quinta-feira, setembro 13, 2007
PARABÉNS, BRASIL!
Ontem foi um dia de glória para a nação, afinal, depois de muito sofrimento para o nosso povo, fez-se justiça. Foi um período de humilhação, chacota e vergonha, mas finalmente conseguimos vencer o México. E vencemos da maneira que mais gostamos, na bola e na porrada. Foi um show, um espetáculo da melhor qualidade, de causar orgulho a qualquer brasileiro. Ronaldinho gaúcho nunca jogou tanta bola e nunca deu tanta pancada pela seleção. Foi maravilhoso ver. Dunga, você é fantástico! De quebra, lá na europa, nosso ídolo maior, Felipão, ainda deu um murro na cara de um zagueiro ousado da Sérvia.
Amoêdo, curioso pra saber quem matou Taís.
Amoêdo, curioso pra saber quem matou Taís.
quarta-feira, setembro 12, 2007
terça-feira, setembro 11, 2007
Muito mais que um jogo (parte 2 - final)
Meu pai é um rubro-negro chato, que me pirraçava. Quem me conhece sabe que nossa relação nunca foi das melhores e a rivalidade futebolística só evidenciava isso. Não foi por outro motivo senão confrontá-lo que eu virei Bahia. Acabei me apaixonando pelo clube depois, mas o pontapé inicial foi o prazer do afrontamento, da petulância, da rebeldia.
Como o jogo já tinha acabado há muito tempo, minha esperança era que ele estivesse dormindo. Eu morava num sobrado, na Federação. Quando Chica parou o carro, eu vi a luz da sala acesa. Só podia ser ele assistindo TV. Minha irmã e minha mãe não ficavam acordadas até tão tarde. Eu ainda não tinha conseguido parar de chorar. Me despedi de Chica, nem olhei pra cara de Clara, abri o portão devagar e sentei na ponta da escada, pra ver se a luz se apagava. Nada.
Meu pai nunca ficava acordado até mais tarde. Ele trabalhava de turno, em Camaçari, no Pólo. Dormia cedo porque muitas vezes tinha que ficar 24 horas seguidas trabalhando. Mas eu não sabia porque porra ele teimava em ficar acordado aquela noite. Como eu sabia disso, achei que minha espera ia ser rápida. Ledo engano. O tempo passava, o choro não, o cansaço também não, a raiva não, o medo não, e a luz também não apagava. Contei no relógio. Uma hora e meia de espera. Quase 2h da matina.
Ele sabia que minha programação incluía o show. E eu pensando, o filho da puta tá me esperando só pra me sacanear. E me revoltava duplamente com a situação: que porra de pai que eu tenho? E todos os traumas da infância e da adolescência, de nossa convivência conturbada, vinham à tona. E se misturavam com a dor de ver o time relegado ao submundo do futebol nacional. Puta que pariu, que angústia.
Até que começou a chover, a luz não apagava, não teve jeito. Subi a escada. Devagar. Cada degrau, com a esperança de ver a luz apagar. Pensei em dormir na varanda, mas ele podia ver, me acordar me chamando de covarde. A janela tava aberta. Não. Resolvi encarar. Eu era homem ou que porra?! Mas ia enfrentar a batalha com honra. Não ia ceder. Fiz toda a força do mundo pra segurar o choro, passar de cabeça erguida, sem olhar pra baixo, sem titubear. Facilitaria a nossa convenção de não cumprimentar um ao outro. Pela primeira vez senti alívio pelo fato de meu pai não me dizer “boa noite”, nem vice-versa. Sem ter que abrir a boca, eu não corria o risco de esmorecer, deixar escapar a voz embargada.
Respirei fundo e abri a porta. Uma última ponta de esperança me fez pensar que ele estivesse dormindo, porque ele tava deitado, com a cabeça de costas pra porta. Rodei a maçaneta lentamente e fechei bem devagar. No estalar no trinco, ele deu um pulo e se levantou rapidamente. Puta que pariu, eu pensei. Me fudi. Tudo que eu queria era passar batido, sem ter que olhar pra cara dele. Mas ele levantou. Que merda, pensei.
Olhei pra ele e sucumbi. Camisa do Bahia, calça jeans, cara inchada, molhado, a imagem da derrota. Baixei a cabeça e os ombros e fiquei parado na frente dele, esperando a bomba. Segurar o choro já tinha virado uma malfadada intenção. Ele se aproximou, não disse nada. Pegou minha cabeça por trás, botou no ombro dele e me abraçou. Eu correspondi. Abracei-o pela cintura. Chorei, chorei pra caralho. Aquele choro de soluço. Que sufoca. Que dá aquele nó na garganta. Que faz latejar e doer a cabeça.
Eu não conseguia falar. Ele também não falava nada. Rapaz, devem ter sido só cinco minutos. Mas pra mim, pareciam dias. Ele pegava minha cabeça, apertava e fazia carinho, em silêncio. Eu só conseguia chorar. Um misto de alívio, alegria pelo gesto dele, tristeza pela queda, enfim, um desabafo. Passado aquele tempo, ele beijou minha testa, me desejou boa noite, me chamou de filho, e foi dormir.
Parece uma experiência comum de pai e filho, mas pra quem conhece da minha relação com seu André, sabe que não foi.
Aquele foi o segundo abraço que meu pai me deu na vida. O primeiro e único por iniciativa dele. O primeiro de todos, inesquecível, é uma das memórias mais nítidas da minha infância. No meu aniversário de cinco anos. Ele chegou de surpresa e eu corri na porta pra abraçá-lo.
Outra coisa marcante é que, naquele já dia 09 de novembro, véspera do aniversário dele, foi a primeira vez que eu vi meu pai chorar. Na verdade, não vi, ouvi, porque na minha posição não deu pra ver o rosto dele. Também foi a única vez que ouvi meu pai me chamar de filho e me fazer cafuné.
Nosso terceiro abraço ainda não rolou. Mas eu cansei de ficar esperando. Foda-se o orgulho. Vou lá pedir, antes que seja tarde. Alguém tem que ceder. 10 anos já foi tempo demais... a torcida do Bahia que o diga.
E ainda tem gente que acha que futebol é besteira...
D. Sena,
Que não é “Moura Machado”, mas filho de um cara com esse sobrenome, que ama o tal cara pra caralho, apesar de tudo, e que, também apesar de tudo, morre de saudades do seu André.
Como o jogo já tinha acabado há muito tempo, minha esperança era que ele estivesse dormindo. Eu morava num sobrado, na Federação. Quando Chica parou o carro, eu vi a luz da sala acesa. Só podia ser ele assistindo TV. Minha irmã e minha mãe não ficavam acordadas até tão tarde. Eu ainda não tinha conseguido parar de chorar. Me despedi de Chica, nem olhei pra cara de Clara, abri o portão devagar e sentei na ponta da escada, pra ver se a luz se apagava. Nada.
Meu pai nunca ficava acordado até mais tarde. Ele trabalhava de turno, em Camaçari, no Pólo. Dormia cedo porque muitas vezes tinha que ficar 24 horas seguidas trabalhando. Mas eu não sabia porque porra ele teimava em ficar acordado aquela noite. Como eu sabia disso, achei que minha espera ia ser rápida. Ledo engano. O tempo passava, o choro não, o cansaço também não, a raiva não, o medo não, e a luz também não apagava. Contei no relógio. Uma hora e meia de espera. Quase 2h da matina.
Ele sabia que minha programação incluía o show. E eu pensando, o filho da puta tá me esperando só pra me sacanear. E me revoltava duplamente com a situação: que porra de pai que eu tenho? E todos os traumas da infância e da adolescência, de nossa convivência conturbada, vinham à tona. E se misturavam com a dor de ver o time relegado ao submundo do futebol nacional. Puta que pariu, que angústia.
Até que começou a chover, a luz não apagava, não teve jeito. Subi a escada. Devagar. Cada degrau, com a esperança de ver a luz apagar. Pensei em dormir na varanda, mas ele podia ver, me acordar me chamando de covarde. A janela tava aberta. Não. Resolvi encarar. Eu era homem ou que porra?! Mas ia enfrentar a batalha com honra. Não ia ceder. Fiz toda a força do mundo pra segurar o choro, passar de cabeça erguida, sem olhar pra baixo, sem titubear. Facilitaria a nossa convenção de não cumprimentar um ao outro. Pela primeira vez senti alívio pelo fato de meu pai não me dizer “boa noite”, nem vice-versa. Sem ter que abrir a boca, eu não corria o risco de esmorecer, deixar escapar a voz embargada.
Respirei fundo e abri a porta. Uma última ponta de esperança me fez pensar que ele estivesse dormindo, porque ele tava deitado, com a cabeça de costas pra porta. Rodei a maçaneta lentamente e fechei bem devagar. No estalar no trinco, ele deu um pulo e se levantou rapidamente. Puta que pariu, eu pensei. Me fudi. Tudo que eu queria era passar batido, sem ter que olhar pra cara dele. Mas ele levantou. Que merda, pensei.
Olhei pra ele e sucumbi. Camisa do Bahia, calça jeans, cara inchada, molhado, a imagem da derrota. Baixei a cabeça e os ombros e fiquei parado na frente dele, esperando a bomba. Segurar o choro já tinha virado uma malfadada intenção. Ele se aproximou, não disse nada. Pegou minha cabeça por trás, botou no ombro dele e me abraçou. Eu correspondi. Abracei-o pela cintura. Chorei, chorei pra caralho. Aquele choro de soluço. Que sufoca. Que dá aquele nó na garganta. Que faz latejar e doer a cabeça.
Eu não conseguia falar. Ele também não falava nada. Rapaz, devem ter sido só cinco minutos. Mas pra mim, pareciam dias. Ele pegava minha cabeça, apertava e fazia carinho, em silêncio. Eu só conseguia chorar. Um misto de alívio, alegria pelo gesto dele, tristeza pela queda, enfim, um desabafo. Passado aquele tempo, ele beijou minha testa, me desejou boa noite, me chamou de filho, e foi dormir.
Parece uma experiência comum de pai e filho, mas pra quem conhece da minha relação com seu André, sabe que não foi.
Aquele foi o segundo abraço que meu pai me deu na vida. O primeiro e único por iniciativa dele. O primeiro de todos, inesquecível, é uma das memórias mais nítidas da minha infância. No meu aniversário de cinco anos. Ele chegou de surpresa e eu corri na porta pra abraçá-lo.
Outra coisa marcante é que, naquele já dia 09 de novembro, véspera do aniversário dele, foi a primeira vez que eu vi meu pai chorar. Na verdade, não vi, ouvi, porque na minha posição não deu pra ver o rosto dele. Também foi a única vez que ouvi meu pai me chamar de filho e me fazer cafuné.
Nosso terceiro abraço ainda não rolou. Mas eu cansei de ficar esperando. Foda-se o orgulho. Vou lá pedir, antes que seja tarde. Alguém tem que ceder. 10 anos já foi tempo demais... a torcida do Bahia que o diga.
E ainda tem gente que acha que futebol é besteira...
D. Sena,
Que não é “Moura Machado”, mas filho de um cara com esse sobrenome, que ama o tal cara pra caralho, apesar de tudo, e que, também apesar de tudo, morre de saudades do seu André.
Muito mais que um jogo (parte 1)
Conversando com o amigo Marcelo Minho no msn agora há pouco tive a infelicidade de lembrar daquele que é, sem exagero, um dos dias mais tristes e marcantes da minha vida, 08 de setembro de 1997, data do primeiro dos três rebaixamentos do Bahia, este, o primeiro da primeira pra segunda. Os outros dois seriam também pra segundona, em 2003, e pra terceirona, em 2005, oportunidades em que tive o desprazer de trabalhar no clube.
Há muito eu não lembrava da fatídica data, que neste 2007 completa 10 anos. Vou relatar minha experiência como um desabafo e pra quem acha que é balela refletir um pouco sobre a magnitude desse esporte chamado futebol.
Ùltima rodada do Brasileirão. Era um sábado de noite. O Bahia ia jogar na Fonte Nova, contra o Juventude, que lutava pela classificação às quartas-de-final. Uma simples vitória nos livrariaa da degola e, consequentemente, e este é só um dado curioso, classificaria o Vitória, nosso maior rival, para o mata-mata decisivo. Eu tava tão preocupado com a situação do Tricolor que nem lembrava que nosso sucesso significaria o avanço do rival. Queria mais era me livrar.
Namorava com Clara na época. Saí de casa às 18h. Foi a primeira e única vez que fui pra arquibancada da Fonte Nova de calça jeans. Motivo? Tinha um show do Cheiro de Amor depois do jogo e eu tinha combinado com Clara de ir ver. Eu tava tão confiante que achava que aquele seria o palco ideal pra comemoração do alívio. Eu tinha 16 anos.
Bom, o jogo foi uma desgraça. Perdemos infinitos gols e acabamos degolados. Eu saí da Fonte Nova atônito. Marcelo me contou que teve febre emocional. Eu fiquei surdo. Sério. Tinha ido sozinho pro estádio. Saí mudo, sem ouvir, sem ver ninguém... não me lembro de nada... só lembro que não chorei. Clara morava no começo da Centenário, dava pra ir andando da Fonte pra casa dela. Peguei o Dique, não tinha carro.
Depois do apito final, só me vem na lembrança o Dique meio apagado, eu andando ao lado de vários carros... devagar...gente xingando, as pessoas passando apressada e eu andando devagar. Parei um pouco pra tomar ar, olhei pra trás, pra camisa do Bahia e segui adiante. Subi uma ladeira do prédio de Clara, cheguei e ela tava puta me esperando no play porque eu tava atrasado. Não tinha celular na época. Se tinha, eu não tinha. A mãe dela buzinando com pressa pra levar a gente pro Espanhol, pro maldito show. Eu não consegui responder ao chilique. Ela me perguntava as coisas e eu não respondia. Ela achou que era pirraça, eu mudo. Nem dei boa noite pra Chica, minha então sogra.
No caminho, na Centenário, eu não agüentei e não sei bem o que me motivou, comecei a chorar. Pra quê? Foi o fim pra Clara. Ela não agüentou e esbravejou: “mas que porra, como é que pode? Ficar assim por causa de uma merda de time? Por causa de uma derrota. É só futebol, acorda! Você precisa crescer e blá, blá, blá...” Tínhamos 2 anos de namoro. Eu sempre agüentei calado os calundus dela, afinal, eu a amava, tudo era relevável. Mas o menosprezo à minha maior paixão, aí já era demais. Revoltado, me virei pra ela, peguei firme nos braços dela e disparei: “vá se fuder! Não vê que eu tô sofrendo, sua porra egoísta?!”
A mãe dela se assustou, deu meia-volta no carro, pediu calma pra gente. Ela foi sentar na frente do carro e eu continuei no fundo, soluçando. Àquela altura, ela também. Era uma besta. Não, Clara não, o carro, ou melhor, ela era também! Pedi desculpa pra mãe dela. Chica continuou pedindo calma, foi mais compreensiva, me dizia trivialidades como a vida é assim mesmo, amanhã tudo vai ser diferente e coisa e tal, sem ter a mínima idéia que eu estava diante da maior catástrofe que poderia acontecer na minha vida naquele momento.
Aquele dia eu tive a certeza: Clara não era a mulher da minha vida. Foram precisos mais cinco anos de convivência pra confirmar o que a paixão pelo Bahia já tinha me alertado muito antes. Antes tarde do que nunca.
Mas o pior, na minha cabeça, ainda tava por vir: a chegada em casa... (CONTINUA)
DS
Há muito eu não lembrava da fatídica data, que neste 2007 completa 10 anos. Vou relatar minha experiência como um desabafo e pra quem acha que é balela refletir um pouco sobre a magnitude desse esporte chamado futebol.
Ùltima rodada do Brasileirão. Era um sábado de noite. O Bahia ia jogar na Fonte Nova, contra o Juventude, que lutava pela classificação às quartas-de-final. Uma simples vitória nos livrariaa da degola e, consequentemente, e este é só um dado curioso, classificaria o Vitória, nosso maior rival, para o mata-mata decisivo. Eu tava tão preocupado com a situação do Tricolor que nem lembrava que nosso sucesso significaria o avanço do rival. Queria mais era me livrar.
Namorava com Clara na época. Saí de casa às 18h. Foi a primeira e única vez que fui pra arquibancada da Fonte Nova de calça jeans. Motivo? Tinha um show do Cheiro de Amor depois do jogo e eu tinha combinado com Clara de ir ver. Eu tava tão confiante que achava que aquele seria o palco ideal pra comemoração do alívio. Eu tinha 16 anos.
Bom, o jogo foi uma desgraça. Perdemos infinitos gols e acabamos degolados. Eu saí da Fonte Nova atônito. Marcelo me contou que teve febre emocional. Eu fiquei surdo. Sério. Tinha ido sozinho pro estádio. Saí mudo, sem ouvir, sem ver ninguém... não me lembro de nada... só lembro que não chorei. Clara morava no começo da Centenário, dava pra ir andando da Fonte pra casa dela. Peguei o Dique, não tinha carro.
Depois do apito final, só me vem na lembrança o Dique meio apagado, eu andando ao lado de vários carros... devagar...gente xingando, as pessoas passando apressada e eu andando devagar. Parei um pouco pra tomar ar, olhei pra trás, pra camisa do Bahia e segui adiante. Subi uma ladeira do prédio de Clara, cheguei e ela tava puta me esperando no play porque eu tava atrasado. Não tinha celular na época. Se tinha, eu não tinha. A mãe dela buzinando com pressa pra levar a gente pro Espanhol, pro maldito show. Eu não consegui responder ao chilique. Ela me perguntava as coisas e eu não respondia. Ela achou que era pirraça, eu mudo. Nem dei boa noite pra Chica, minha então sogra.
No caminho, na Centenário, eu não agüentei e não sei bem o que me motivou, comecei a chorar. Pra quê? Foi o fim pra Clara. Ela não agüentou e esbravejou: “mas que porra, como é que pode? Ficar assim por causa de uma merda de time? Por causa de uma derrota. É só futebol, acorda! Você precisa crescer e blá, blá, blá...” Tínhamos 2 anos de namoro. Eu sempre agüentei calado os calundus dela, afinal, eu a amava, tudo era relevável. Mas o menosprezo à minha maior paixão, aí já era demais. Revoltado, me virei pra ela, peguei firme nos braços dela e disparei: “vá se fuder! Não vê que eu tô sofrendo, sua porra egoísta?!”
A mãe dela se assustou, deu meia-volta no carro, pediu calma pra gente. Ela foi sentar na frente do carro e eu continuei no fundo, soluçando. Àquela altura, ela também. Era uma besta. Não, Clara não, o carro, ou melhor, ela era também! Pedi desculpa pra mãe dela. Chica continuou pedindo calma, foi mais compreensiva, me dizia trivialidades como a vida é assim mesmo, amanhã tudo vai ser diferente e coisa e tal, sem ter a mínima idéia que eu estava diante da maior catástrofe que poderia acontecer na minha vida naquele momento.
Aquele dia eu tive a certeza: Clara não era a mulher da minha vida. Foram precisos mais cinco anos de convivência pra confirmar o que a paixão pelo Bahia já tinha me alertado muito antes. Antes tarde do que nunca.
Mas o pior, na minha cabeça, ainda tava por vir: a chegada em casa... (CONTINUA)
DS
segunda-feira, setembro 10, 2007
RÉVEILLON
Alguém já tem programação? Moreré, Barra Grande ou vamos pra algum lugar novo?
Amoêdo, que só vai pra lugares com Pousada.
Amoêdo, que só vai pra lugares com Pousada.
quinta-feira, setembro 06, 2007
quarta-feira, setembro 05, 2007
Sexta tem Churrascão!!!!!!!!
Visto que não estamos tendo muita oportunidade para matar as saudades e botar o papo em dia, Lívia Amoedo e respectivo nos convidam para conhecer seu lar doce lar, comer um churrasquinho e bebericar um pouco em torno da belissíma piscina e frondoso jardim. O endereço será repassado conforme as confirmações sejam efetivadas, isto terá que ser feito até amanhã(06/08) pela manhã , segundo solicitação da dona da casa. Como sempre, que for, terá que fazer uma gracinha, colaborações serão obrigatórias, e não vale o sal grosso.
Aguardamos confirmações,
Broa, retornando...
Aguardamos confirmações,
Broa, retornando...
terça-feira, setembro 04, 2007
A memória, a verdade e o destempero
Jarbas Passarinho *
Copyright © 2007 Grupo Estado.
Fernando Henrique Cardoso, quando presidente da República, criou as "indenizações para quem tivesse sido vítima de violação dos direitos humanos" no período do ciclo militar. A justiça obriga a confessar que indenizações discutíveis, a petroleiros comunistas, que haviam sido demitidos da Petrobrás, com todos os seus direitos trabalhistas respeitados, já haviam sido conferidas ao fim do ciclo militar. Com Fernando Henrique, a maioria dos beneficiados somou indenizações e pensão vitalícia considerável e isenta de Imposto de Renda.
As comissões encarregadas das apurações foram dirigidas por ressentidos e, pois, facciosos. Ler os despachos daria uma idéia precisa do juiz que colocava a paixão acima da realidade. Dos mais recentes, comentei um que concedia o posto de general, para efeito de vencimentos, ao capitão Luiz Carlos Prestes, "saudado como um herói a quem muito devia o Brasil". O presidente da comissão, é claro, tinha em Prestes o paradigma de suas próprias convicções políticas, ele que foi secretário-geral do PCB e dedicou sua vida à União Soviética, onde gozou de grande prestígio. Lá é que se justificaria a honraria, não aqui.
No ciclo militar, em 1979, havíamos votado a anistia. Líder do governo Figueiredo, eu a defendi da tribuna. Foi mais ampla que o substitutivo do MDB, o que reconheceu publicamente Thales Ramalho, então seu secretário-geral. Anistiou, também, os chamados crimes conexos, que tanto os insurretos como as forças de contra-insurreição, numa luta armada irregular, haviam cometido. Se esses excessos configuravam violência contra os direitos humanos, pelos legalistas, os terroristas fizeram igual ou pior. No Recife, no aeroporto, detonaram maleta com explosivos, causando mortes e ferimentos graves. Em São Paulo, lançaram carro-bomba contra o quartel do Exército, cuja explosão esfacelou o corpo de um soldado sentinela e feriu gravemente outros cinco deles. No Araguaia, fatiaram com facão, até a morte, o corpo de um menino de 17 anos, na presença de seus pais, porque servira de guia à patrulha que perseguia os guerrilheiros do PCdoB. Mataram, na presença de sua esposa e de seu filho de 9 anos de idade, um oficial americano, julgando-o agente da CIA. Tiraram a vida de um major alemão, aluno da Escola de Estado-Maior do Exército, supondo que fosse outro oficial, boliviano, acusado de prender Che Guevara, o que nunca se deu. Alguns desses terroristas ainda estão vivos, contando tais proezas.
O presidente Figueiredo pensava na anistia como esquecimento de tudo isso e a reconciliação da família brasileira. Assim foi entendida e sinceramente respeitada pelos militares. Condecoraram, paradoxalmente, com a Medalha do Pacificador, José Genoino, guerrilheiro do Partido Comunista do Brasil, preso no Araguaia. Conviveram com ex-guerrilheiros comunistas, alguns ministros de Estado. Aceitaram pagar o preço da incompreensão, do ressentimento e das provocações, na esperança de cicatrizar as feridas da luta que não desencadearam. Mas acabaram vendo que fora enorme ilusão confiar no esquecimento. As denúncias mentirosas sacrificaram a carreira de oficiais brilhantes. As poucas que teriam sido verídicas puseram em evidência a acrimônia e o revanchismo. A disciplina e o respeito pela hierarquia, os dois pilares essenciais para a carreira das armas, fizeram suportar o ódio ainda remanescente. Silentes, viram o Tesouro ser assaltado para premiar requerentes de indenizações vultosas que provocaram, de um escritor e mestre do senso de humor, a facécia adequada: "Não lutaram, fizeram um bom investimento." Quando Prestes saltou de capitão a general, chocaram-se. Mas, pouco depois, veio o inconcebível: comparar Prestes com Lamarca, oficial medíocre, desertor, ladrão de armamento e munição de seu Regimento de Infantaria, assassino várias vezes, de modestos vigilantes de bancos e de segurança de diplomata seqüestrado, e autor do mais nefando crime militar, ao despedaçar, com coronhadas de fuzil, o crânio de um bravo oficial da Polícia Militar de São Paulo, que se apresentara voluntariamente como refém, para poder evacuar os soldados que haviam sido feridos pelo facínora e seu grupo. Pois foi esse frio assassino que se premiou duas vezes post mortem, fraudando a lei que rege as promoções do Exército. Não tendo feito a Escola de Aperfeiçoamento (pois a trocou pela clandestinidade e por seus crimes hediondos), não poderia ser coronel nem deixar pensão correspondente a general. Mas um ministro pretendeu justificar a aberração dando-lhe, como galardão, o título de "o maior exemplo da luta radical contra a ditadura".
A provação foi coroada por um lançamento, no Palácio do Planalto, presente o presidente da República, do livro Direito à Memória e à Verdade, escrito por alguém disposto a retratar o Exército, como Márcio Moreira Alves o chamou, de "valhacouto de bandidos". Winston Churchill, revoltado com o facciosismo do historiador Macaulay, disse: "Esse historiador, apesar do estilo cativante e de sua inaudita suficiência, deixava-se às vezes empolgar pela imaginação, que ele considerava superior à verdade, e denegria ou glorificava os grandes homens coletando documentos segundo as necessidades da narrativa". É o caso desse livro, que esquece os crimes dos terroristas. Pior ainda quando o ministro Nelson Jobim, meu amigo dos tempos da Constituinte de 1987-88, a quem sempre muito admirei, se destemperou e ameaçou com represália "o indivíduo que possa reagir" ao livro. Nos meus 87 anos, já fui tratado, governador, ministro e senador, por Excelência. Hoje, simples indivíduo, ouso criticar quem, como Macaulay, coleta dados para denegrir a honra do Exército que sempre amei.
* Jarbas Passarinho, ex-presidente da Fundação Milton Campos, foi senador pelo Estado do Pará e ministro de Estado.
Márcio
Copyright © 2007 Grupo Estado.
Fernando Henrique Cardoso, quando presidente da República, criou as "indenizações para quem tivesse sido vítima de violação dos direitos humanos" no período do ciclo militar. A justiça obriga a confessar que indenizações discutíveis, a petroleiros comunistas, que haviam sido demitidos da Petrobrás, com todos os seus direitos trabalhistas respeitados, já haviam sido conferidas ao fim do ciclo militar. Com Fernando Henrique, a maioria dos beneficiados somou indenizações e pensão vitalícia considerável e isenta de Imposto de Renda.
As comissões encarregadas das apurações foram dirigidas por ressentidos e, pois, facciosos. Ler os despachos daria uma idéia precisa do juiz que colocava a paixão acima da realidade. Dos mais recentes, comentei um que concedia o posto de general, para efeito de vencimentos, ao capitão Luiz Carlos Prestes, "saudado como um herói a quem muito devia o Brasil". O presidente da comissão, é claro, tinha em Prestes o paradigma de suas próprias convicções políticas, ele que foi secretário-geral do PCB e dedicou sua vida à União Soviética, onde gozou de grande prestígio. Lá é que se justificaria a honraria, não aqui.
No ciclo militar, em 1979, havíamos votado a anistia. Líder do governo Figueiredo, eu a defendi da tribuna. Foi mais ampla que o substitutivo do MDB, o que reconheceu publicamente Thales Ramalho, então seu secretário-geral. Anistiou, também, os chamados crimes conexos, que tanto os insurretos como as forças de contra-insurreição, numa luta armada irregular, haviam cometido. Se esses excessos configuravam violência contra os direitos humanos, pelos legalistas, os terroristas fizeram igual ou pior. No Recife, no aeroporto, detonaram maleta com explosivos, causando mortes e ferimentos graves. Em São Paulo, lançaram carro-bomba contra o quartel do Exército, cuja explosão esfacelou o corpo de um soldado sentinela e feriu gravemente outros cinco deles. No Araguaia, fatiaram com facão, até a morte, o corpo de um menino de 17 anos, na presença de seus pais, porque servira de guia à patrulha que perseguia os guerrilheiros do PCdoB. Mataram, na presença de sua esposa e de seu filho de 9 anos de idade, um oficial americano, julgando-o agente da CIA. Tiraram a vida de um major alemão, aluno da Escola de Estado-Maior do Exército, supondo que fosse outro oficial, boliviano, acusado de prender Che Guevara, o que nunca se deu. Alguns desses terroristas ainda estão vivos, contando tais proezas.
O presidente Figueiredo pensava na anistia como esquecimento de tudo isso e a reconciliação da família brasileira. Assim foi entendida e sinceramente respeitada pelos militares. Condecoraram, paradoxalmente, com a Medalha do Pacificador, José Genoino, guerrilheiro do Partido Comunista do Brasil, preso no Araguaia. Conviveram com ex-guerrilheiros comunistas, alguns ministros de Estado. Aceitaram pagar o preço da incompreensão, do ressentimento e das provocações, na esperança de cicatrizar as feridas da luta que não desencadearam. Mas acabaram vendo que fora enorme ilusão confiar no esquecimento. As denúncias mentirosas sacrificaram a carreira de oficiais brilhantes. As poucas que teriam sido verídicas puseram em evidência a acrimônia e o revanchismo. A disciplina e o respeito pela hierarquia, os dois pilares essenciais para a carreira das armas, fizeram suportar o ódio ainda remanescente. Silentes, viram o Tesouro ser assaltado para premiar requerentes de indenizações vultosas que provocaram, de um escritor e mestre do senso de humor, a facécia adequada: "Não lutaram, fizeram um bom investimento." Quando Prestes saltou de capitão a general, chocaram-se. Mas, pouco depois, veio o inconcebível: comparar Prestes com Lamarca, oficial medíocre, desertor, ladrão de armamento e munição de seu Regimento de Infantaria, assassino várias vezes, de modestos vigilantes de bancos e de segurança de diplomata seqüestrado, e autor do mais nefando crime militar, ao despedaçar, com coronhadas de fuzil, o crânio de um bravo oficial da Polícia Militar de São Paulo, que se apresentara voluntariamente como refém, para poder evacuar os soldados que haviam sido feridos pelo facínora e seu grupo. Pois foi esse frio assassino que se premiou duas vezes post mortem, fraudando a lei que rege as promoções do Exército. Não tendo feito a Escola de Aperfeiçoamento (pois a trocou pela clandestinidade e por seus crimes hediondos), não poderia ser coronel nem deixar pensão correspondente a general. Mas um ministro pretendeu justificar a aberração dando-lhe, como galardão, o título de "o maior exemplo da luta radical contra a ditadura".
A provação foi coroada por um lançamento, no Palácio do Planalto, presente o presidente da República, do livro Direito à Memória e à Verdade, escrito por alguém disposto a retratar o Exército, como Márcio Moreira Alves o chamou, de "valhacouto de bandidos". Winston Churchill, revoltado com o facciosismo do historiador Macaulay, disse: "Esse historiador, apesar do estilo cativante e de sua inaudita suficiência, deixava-se às vezes empolgar pela imaginação, que ele considerava superior à verdade, e denegria ou glorificava os grandes homens coletando documentos segundo as necessidades da narrativa". É o caso desse livro, que esquece os crimes dos terroristas. Pior ainda quando o ministro Nelson Jobim, meu amigo dos tempos da Constituinte de 1987-88, a quem sempre muito admirei, se destemperou e ameaçou com represália "o indivíduo que possa reagir" ao livro. Nos meus 87 anos, já fui tratado, governador, ministro e senador, por Excelência. Hoje, simples indivíduo, ouso criticar quem, como Macaulay, coleta dados para denegrir a honra do Exército que sempre amei.
* Jarbas Passarinho, ex-presidente da Fundação Milton Campos, foi senador pelo Estado do Pará e ministro de Estado.
Márcio
sábado, setembro 01, 2007
Cuidado com a boca
Fiquei preocupado com alguns manelés - e está aí a dica para um em especial - quando vi o seguinte título de matéria ainda há pouco:
"Apelidada de "barriga de pochete" ganha R$ 16 mil"
Melhor ter cuidado com a boca, se uma mera pochete pode provocar isso, imagina o que não fará um farol de pálio.
Anônimo
"Apelidada de "barriga de pochete" ganha R$ 16 mil"
Melhor ter cuidado com a boca, se uma mera pochete pode provocar isso, imagina o que não fará um farol de pálio.
Anônimo
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