De cara aviso logo: sou anti fér plai, anti big brou e absolutamente contra a recorrência a tribunais para a manipulação de resultados de partidas de futebol.
Pode até não ser o caso do gol de Messi, mas acho foda o consenso midiático sobre os erros de arbitragem, com base nos milímetros apontados por tira teimas, que desprezam toda a atmosfera físico-emocional desenhada ao longo duma partida, extrapolada em frações de segundos.
Ver Arnaldo dizer “errou o juiz”, depois de ter revisto 1000 vezes o replay, é foda! Acho que quem deve responder pelo resultado e pelo andamento de uma partida de futebol é, exclusivamente, o árbitro e seus assistentes. Que em caso de erro devem ser punidos, sim! Mas tal como os poetas, os craques precisam transgredir. E se flagrados, repreendidos. E o futebol tem de assumir sua faceta de jogatina, de prática de malandro. O que é improvável com essa política do fér plai.
Em minha opinião, o fér plai é uma convenção de valores que tem por objetivo único o de reafirmar o jogo como esporte, devidamente regulamentado por uma prática que garanta resultados claros e a boa imagem para um grande negócio. A palavra é credibilidade. Não pode tirar a camisa pra comemorar gol e nem ir pra galera, sob pena de levar cartão por ter tirado o patrocinador da transmissão ao vivo e por atrasar o reinicio da programação normal. Não falo de violência, que gera lesão corporal e é crime. Deve ser banida.
E a imprensa adora. Tipos ciborgues como o homem lap top Mauro Betting e reacionários como Márcio do Vale, que nunca calçaram um kichute por sinal (e nuncaimaginaram como Pelé laçava os cadarços!!), passam a ser os executores da regra, criada por uma tropa que também nunca vestiu um meião. Esses, os executivos da bola.
Há quem diga que um erro de arbitragem pode por em risco todo o trabalho de um grupo, um planejamento... e um rio de investimento... bla bla, bla bla. Quem se preocupa com risco, não se mete com jogo. Nem faz produção cultural. É meu amigo, urubu não come folha!
É risível e redundante, mas o lance é que onde e enquanto existir atuação humana, em qualquer atividade, haverá a falha, humana. Sinto estranhamente saudades de um tempo que não vivi, de um futebol romântico, movido à fantasia e desprovido do profissionalismo predatório impulsionado por verbas patrocinadoras.
“Túlio dominou com a mão e fez um gol decisivo contra a Argentina numa Copa América dessas aí...era semifinal, acho. Brasileiros de todos os portes comemoraram. Acho que naquela época ainda não se falava em ética no Brasil”, concordo amoedo.
Eu comemorei, e achei fantástico. Queria que o próximo ba-vi fosse assim: o vitorinha jogasse pra caralho, acertasse 10 bolas na trave, e aos 49 do segundo tempo, um contra golpe e bufu, um gol impedido de mão. Tudo no Mané Lixadas... huahuahua. Que lindo!
Isso é que faz a história. A polêmica dos títulos mundiais da Alemanha e da Argentina, da copa América de Túlio... se não fosse isso o futebol teria o triste estória do vôlei, do tênis, do basquete... o melhor sempre ganhou, o juiz nunca errou (pq o repley não deixou), nada de polêmicas e todos viveram conformados para sempre... assim deve ser o esporte. Por isso sou jogador de baba. e produtor cultural... haja coração!!
cdr, no aquecimento para o clássico de hoje a tarde...